Ou exibir apenas títulos iniciados por:
A  B  C  D  E  F  G  H  I  J  K  L  M  N  O  P  Q  R  S  T  U  V  W  X  Y  Z  todosOrdernar por: mais novos
Encontrados 3193 textos. Exibindo página 51 de 320.
13/03/2014 -
Cálida e tórrida
Eu hei de bem guardar a mulher que se arremessa numa quentura inconfundível em meus braços, fazendo do meu corpo alvo de suas flechas de calor. Queima-me, ó mulher das chamas, queima-me por inteiro como vela quer arde na fé ou no pecado. Seja a minha febre constante, de incompreensíveis e irremediáveis graus, a ponto de me fazer a mais delirante das criaturas. Culpado ou não pelo amor que eu carrego e pelo quanto me entrego, que eu possa ser incendiado neste corpo calorífico. Não há nada que possa produzir mais calor do que a mulher cujos olhos estalam num incêndio profundo e sem volta. Sua temperatura não tem teto. Eu quero estar nas causas e consequências deste aquecimento sem proporção....
continuar a ler
Seja o primeiro a comentar
21/07/2015 -
Calor em romance
Faça do meu corpo o seu cobertor às horas frias. Não modere no sonhadeiro, pois meu fogão é alimentado por sonhos. Quanto mais sonhação mais calor e aconchego. Cuidado para não se queimar nos meus olhos faiscantes. Vá a fundo, mas vá sem atropelos. Meu coração é vela acesa, enquanto houver chama amor haverá. Portanto, nada de movimentos abruptos, inesperados demais, pois a fogo pode se apagar. Cultive a centelha da minha alma em suas mãos e me terá para sempre, num romance-canção. Beba minhas prosas como quem bebe um chocolate-quente, gole a gole sentindo todo o gosto e ardor. Não tenha medo, mas se lembre de que o sol da tarde não é o mesmo sol de cedo. E há noite pode se encontrar com meu sol interior. E quem tem amor o frio mais frio da ausência não coloca pavor.
Seja o primeiro a comentar
09/01/2014 -
Calvin
Calvin precisa de afago. Calvin precisa de colo. Calvin precisa de ar. Calvin está triste. Calvin está preocupado. Calvin está sem rumo. Calvin precisa se alimentar. Calvin precisa sonhar. Calvin precisa acreditar. Calvin está sem força. Calvin está sem sono. Calvin está sem cor. Calvin precisa lutar. Calvin precisa de beijo. Calvin precisa de amor. Calvin está sem lugar. Calvin está de luto. Calvin está doendo. Calvin precisa imaginar. Calvin precisa viajar. Calvin precisa seguir. Calvin está sem riso. Calvin está sem voz. Calvin está sem querer. Calvin precisa de paz. Calvin precisa sentir. Calvin precisa confiar. ...
continuar a ler
Seja o primeiro a comentar
04/05/2016 -
Caminha por dentro
Caminha por dentro. Por dentro de mim. Caminha de um jeito. De um jeito enfim. Caminha em minhas entranha enquanto me assanha no seu carmim. Caminha, caminha pelo confim do meu eu. Caminha num caminhar mais-que-imperfeito, pois é na imperfeição que mora o perfeito. Caminha pelas minhas luas interiores, pelas minhas ruínas, pelos meus amores. Caminha brincando com as linhas do meu destino. Linhas que cruzam meu velho, meu menino, meu poente, minha nascente. Caminha pelos meus ladrões, porões, grotões. Caminha sem pensar no que será. Caminha o agora. Caminha e se tiver vontade, chora, esperneia, volteia, mas siga caminhando por dentro. Caminha pelo meu oco, pelo meu falso oco, onde se aninham minhas aves de sentimento.
Seja o primeiro a comentar
18/06/2012 -
Caminhada
Caminho pela falta de caminhos. Caminho inventando caminhos. Caminho desencaminhando-me. Caminho e encontro cidades encravadas no meu caminho. Caminho horizontalmente por construções verticais. Caminho tendo ora cimento por todos os lados. Caminho por desfiladeiros. Caminho por viadutos. Caminho por avenidas cinzentas batizadas com o nome de celebridades históricas. Caminho por carros parados. Caminho por rostos apressados. Caminho pela poluição aparente. Caminho por um trânsito que sufoca. Caminho por caminhos pouco visíveis. Caminho com a sensação de que tudo muda ao meu redor. ...
continuar a ler
Seja o primeiro a comentar
03/10/2008 -
Caminhadura
Eu caminho contra o sol, seja a pé ou na boleia de um caminhão. Eu caminho no marca-passo coração, seja em pontes de safena ou injeções de adrenalina. Eu caminho no mar-alto da paixão, seja a bordo da arca de Noé ou dividindo as águas de Moisés. Eu caminho pelos tabuleiros, seja entre estradas de rainha ou espadas de rinhas. Eu caminho pelos romances, seja nas linhas dos livros da estante ou na canção que caminha solta pelo ar.
Eu caminho de sentença em sentença, seja na prisão de um tempo ou no cárcere da paixão. Eu caminho por entre uma declaração de amor, seja amor amado ou mais amado para valer. Eu caminho sem dó nem piedade, seja pela cidade ou pelo azulão do céu. Eu caminho poeticamente, seja de letra em pausa ou de rima em refrão. Eu caminho na corda bamba da esperança, seja equilibrando uma sombrinha ou um leão. ...
continuar a ler
Seja o primeiro a comentar
07/03/2012 -
Caminhante da noite
Ah! Se eu pudesse abrir a janela da noite e sair caminhando em direção à linha do horizonte. Seguiria meu destino pisando em nuvens, tropeçando em vagalumes, desviando de teco-tecos. Tiraria a roupa e os sapatos porque os astros e as estrelas andam nus. Deus também anda nu, tanto que assim nos entregou à Terra e assim nos recebe de volta. Por falar no divino, caminharia roçando os pensamentos os anjos do baixo clero. Flutuaria, planaria, boiaria, volitaria, voaria, ascenderia...
Sentir-me-ia como uma antítese de Apolo. Ao contrário do sol, a minha carruagem traria os encantos noturnos. Pisaria metaforicamente nas cidades iluminadas. Velejaria pelas luzes e velaria com atenção os jantares à luz de vela, as rezas em torno de uma vela, a vela sobre um bolo de aniversário, o samba da vela e as velas que margeiam um corpo já sem vida. Se eu pudesse abrir a janela deixaria a noite entrar em mim e nessa sala de modo que ela varresse dos nossos organismos todo resquício de sol.
Seja o primeiro a comentar
04/08/2014 -
Caminhante do tempo só
Ando por aí sem saber aonde essa estrada vai me levar. Não sei mais o que esperar e nem sei se ainda quero esperar. Que tudo seja surpresa em meu caminho. Não quero idealizar futuro algum. Quero andar pelos meus próprios impulsos nem que seja de soluço em soluço. Quero ser levado pelas presas do destino. Quero ser amado como se fosse um menino. Quero não fazer plano algum. Quero sonhos imediatos que possam ser sonhados e realizados agora. Assim ninguém chora. Quero ter nome de árvore. Quero ter raízes nas nuvens. Quero dar sombra a quem medra. Quero dar de comer a quem ama. Quero ir além do lugar comum. Quero quebrar rotinas. Quero estar nas meninas dos olhos de quem me faz fechar os meus de desejo. E em algum lugar dessa caminhada, quero seus pés no meu colo, quero seus lábios no meu pescoço, quero seu corpo me enchendo de veneno dose a dose e que numa overdose de paixão a realidade que existe em todos nós morra de uma vez fazendo do meu ir algo mais ameno.
Seja o primeiro a comentar
24/01/2014 -
Caminheirismo
Vamos, vamos sem ai, sem ais. Vamos, vamos sem nos deixar para trás. Vamos para onde o dia cai no colo da lua, que não recua em sua sensualidade natural. Vamos, vamos para o espaço sideral. Vamos, vamos para as ladeiras, as cachoeiras, as corredeiras, as fileiras de além-mar. Vamos, vamos para onde o assunto não se acaba e o coração não se cansa de falar. Vamos, vamos para o interior do exterior ou o exterior do interior, mas vamos para onde o destino nos propor em seu caminho. Vamos, vamos para onde o brilho não se esvai. Vamos, vamos para Atlântida, para Babilônia, para Dubai. Vamos, vamos para a fronteira da realidade. Vamos, vamos no íntimo mais íntimo da intimidade. Vamos para onde o vento vai de encontro ao sentimento. Vamos, vamos nos balançar nas linhas dos trópicos. Vamos numa odisseia cumprindo o acontecer em todos os seus tópicos. Vamos nos internar num tempo da gente, cada qual com seu eu apaixonadamente apontado para o infinito como pontas latentes de estrela que ponteiam a frente e o verso do universo.
Seja o primeiro a comentar
Caminho de dentro
Dentre tantos caminhos, nasci. E ao contrário de Drummond, não me lembro de nenhum anjo torto, daqueles que vivem nas sombras, vir me dizer alguma coisa. Nasci. Alguns anos de namoro na década de setenta. O casamento e mais algum namoro. Nasci. E era dia dez, como tantos outros dias dez. E era junho como tantos outros junhos. E não era feriado, não era dia santo, sequer era domingo.
Um dia normal, se é que os dias são normais. Ou melhor, era uma tarde normal, como tantas outras do século XX. O sol começava a procurar um esconderijo para que, quente de amor distante, pudesse admirar os fetiches da lua. Perto das cinco da tarde. Nem tão tarde para um desejo de boa-noite nem tão cedo para um desejo de bom-dia. Mas o momento exato para tantos outros desejos. Uma hora estranha com crise de identidade diante do tempo dos relógios....
continuar a ler
Seja o primeiro a comentar