04/05/2016 - Caminha por dentro
Caminha por dentro. Por dentro de mim. Caminha de um jeito. De um jeito enfim. Caminha em minhas entranha enquanto me assanha no seu carmim. Caminha, caminha pelo confim do meu eu. Caminha num caminhar mais-que-imperfeito, pois é na imperfeição que mora o perfeito. Caminha pelas minhas luas interiores, pelas minhas ruínas, pelos meus amores. Caminha brincando com as linhas do meu destino. Linhas que cruzam meu velho, meu menino, meu poente, minha nascente. Caminha pelos meus ladrões, porões, grotões. Caminha sem pensar no que será. Caminha o agora. Caminha e se tiver vontade, chora, esperneia, volteia, mas siga caminhando por dentro. Caminha pelo meu oco, pelo meu falso oco, onde se aninham minhas aves de sentimento.
Comentários
Nenhum comentário.
Escreva um comentário
Participe de um diálogo comigo e com outros leitores. Não faça comentários que não tenham relação com este texto ou que contenha conteúdo calunioso, difamatório, injurioso, racista, de incitação à violência ou a qualquer ilegalidade. Eu me resguardo no direito de remover comentários que não respeitem isto.
Agradeço sua participação e colaboração.