Daniel Campos

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13/03/2014 - Cálida e tórrida

Eu hei de bem guardar a mulher que se arremessa numa quentura inconfundível em meus braços, fazendo do meu corpo alvo de suas flechas de calor. Queima-me, ó mulher das chamas, queima-me por inteiro como vela quer arde na fé ou no pecado. Seja a minha febre constante, de incompreensíveis e irremediáveis graus, a ponto de me fazer a mais delirante das criaturas. Culpado ou não pelo amor que eu carrego e pelo quanto me entrego, que eu possa ser incendiado neste corpo calorífico. Não há nada que possa produzir mais calor do que a mulher cujos olhos estalam num incêndio profundo e sem volta. Sua temperatura não tem teto. Eu quero estar nas causas e consequências deste aquecimento sem proporção.

Camadas e mais camadas de pele ardente, aquentada, apimentada. Espero ser possuído mais e mais pela quentura que extravasa pela boca, pelas mãos, pelos seios e anseios desta mulher que é chama de quem ama. Não há nada melhor do que se deixar levar pela ardência de quem tem um sorriso abrasador. Hei de ficar no queimor total gerado pelo afeto, pela energia, pela vitalidade, pela afinidade, pelo entusiasmo, pela afabilidade, pela excitação, pelo fervor, pela veemência, pela vivacidade e pelo amor que movem o sentimento em constante ardor desta mulher. Eu hei de bem guardar das faíscas aos suores que advêm do braseiro que é a mulher cálida e tórrida dona de sua própria paixão.


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