Daniel Campos

Prosas

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08/11/2008 - Liras do Campônio

Ele acorda e faz da lua o seu sol. Caminha pelo escuro da estrada escuridão e testemunha o dia nascendo no fundão. A estrada é de pó e de poeira, e a esperança vai por companheira. E como cigarra do sertão, canta para espantar a solidão. Canta como o último trovador as trovas românticas de um tempo cantor e, outrora, sedutor. Fala de amor, fala de saudade, fala da cor daquele beijo e da cidade do desejo. Será ficção ou realidade?

Só que ao contrário daqueles que não passam por ele, porque dormem ou esperam o sol, ele canta em italiano. Não há engano naquele descendente de sicilianos que vieram para cá tentar outros planos. E como um tenor, canta a dor de um tempo cantor. E quem está na cama, detrás das cancelas, no fechar das janelas, sonha e ama em outra língua. Ah! Que seja bem vinda a lira do cantor sonhador. ...
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18/09/2012 - Listas

Quantas promessas ainda são somente promessas em sua lista? Quantos daqueles amores que foram colocados em uma lista você ainda ama e quantos deles você pretende continuar amando? Quantos alimentos proibidos pela lista de sua dieta você ainda consegue ficar sem comer? Quantos amigos de sua lista você ainda confia para chamar de amigo? Quantos deuses de sua lista ainda estão no altar? Quantas regras listadas por você tempos atrás ainda são obedecidas? Quantas alegrias da sua lista foram dadas como lida?...
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09/01/2011 - Literatus

Se for mentir, Pinóquio. Se for aprontar, Emília. Se for duvidar, Capitu. Se for amar, Iracema. Se for provocar, Gabriela. Se for comer, Lobo Mau. Se for pegar no sono, Bela Adormecida. Se for amar além da conta, Romeu e Julieta. Se for voar, Mari Popies. Se for se apaixonar, Fantasma da Ópera. Se for roubar a cena, Baleia. Se for confundir vitória com batatas, Quincas Borba. Se for iludir, Maya. Se for se devorar, Narciso. Se for investigar, Sherlock Homes. Se for se aventurar, James Bond. Se for se espantar, o corcunda de Notre-Dame. ...
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19/07/2015 - Livra-se e vem

Tira a roupa e vem me ver. Já estou doente de tanto querer. Venha sem sapatos. Sem vestidos. Como num grande ato onde do encontro faça o melhor do permitido e do proibido. Pegue o primeiro arco. Flexione seu corpo como num arco. Faça-se presente em todos os locais do quarto. Estou a lhe esperar como se fosse a primeira vez. Desabotoa seus botões no meu jardim de inverno. E entre tantos senões vai me fazendo a sua certeza. Tira a roupa do que nos afasta e vem me ver. Dispa-se dos obstáculos, das incongruências, das incompatibilidades e vem esvair toda e qualquer saudade. Doma os meus dias vazios. A selvageria que me tomou. Faça-me do seu jeito que eu lhe faço no meu ajeito para tudo ser mais que perfeito. Deixa de lado o passado. Desça do muro do futuro. Faça um furo no hoje e deixa vazar todo o sentimento. Tira todo nó, todo não, todo só do coração. Dá alento ao meu caminho que se estende sozinho. E vamos somente com o essencial de nós dois ao chamamento da paixão.


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07/07/2015 - Livres como pássaros

Que todas as porteiras sejam abertas. Que todas as janelas se abram. Que todas as portas se destranquem. Que todas as tramelas se levantem. Que todos os portões se escancarem. Que todas as tumbas se quebrem. Que todos os cadeados se rompam. Que todas as correntes se arrebentem. Que todas as cancelas se esgarcem. Que todos os nós se desatem. Que todos os segredos se revelem. Que todas as prisões libertem. Que todos os laços se desmanchem. Que todas as gaiolas caiam e os pássaros voem livres como pássaros que somos.


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20/09/2011 - Longe daqui

Longe daqui, ela caminha pelas curvas de seu corpo curvilíneo curvando olhares. Caminha entre pés de jatobá, com pés quase descalços, numa paisagem mágica, como que flutuando a alguns milímetros do chão. Bóia no ar como uma lua de sol, trocando suspiros e rugidos como se tivesse ascendente em leão. Vai como que levada pelo vento agreste, pela canção do entardecer, pela mensagem de algum mestre interplanetário. E, com influência de aquário, se enche de água mineral e nada em pensamentos que estão acima do bem e do mal. ...
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02/02/2013 - Longe de tudo

Longe de mim, longe de ti, longe de nós. A vida passa longe de nossos sonhos, de nossos planos, de nossos corações. É como se tudo e todos caminhassem para o mais longe possível de nossos passos. Por mais que há abraços, os abraços estão longe do esperado, do ideal, do confortável. Por mais que há traços de intimidade, a realidade passa longe da vontade de estar junto e mais junto. Por mais que há laços de amor incondicional, a solidão tem brincando carnaval em nossos salões. O que era será dos foliões que se fazem longe quando perto? ...
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29/11/2011 - Longe deste mundo

Longe deste mundo há outro mundo mais profundo para se viver sem medo. Um mundo onde o amor não seja considerado um ato vagabundo, tampouco quem ame seja cacundo de suportar tanta dor. Um mundo bem mais fecundo de sonho e prazer, onde as alegrias brotem pelas frestas como ervas daninhas e onde a realização se prolifere como coelhos jacundos em véspera de Páscoa. Um mundo sem submundo.

Longe deste mundo existe outro mundo bem mais fundo para se jogar de corpo e coração. Um mundo onde o gostar não seja um pecado imundo, mas um verbo sagrado praticado por deuses e demônios com a mesma intensidade. Nesse outro mundo a solidão desaparece num nanossegundo como num truque de mágica. Ninguém de lá é iracundo e tudo lá é oriundo do bem-querer entre criador e criatura.


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22/08/2015 - Longe dos seus braços

Longe dos seus braços eu sou pássaro sem ninho, caracol sem casa, abelha sem favo. Longe dos seus braços sou bebê sem ventre, violão sem corda, jardim sem flor. Longe dos seus braços, sou estrada sem chão, cana sem açúcar, cigarra sem chuva. Longe dos seus braços, sou pimenta sem ardor, buquê sem cheiro, casamento sem amor. Longe dos seus braços, sou carro sem roda, nuvem sem céu, veleiro sem vento. Longe dos seus braços, sou mar sem onda, raio sem trovão, cavalo sem monta.


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07/08/2016 - Longe e perto

Faltam notícias. Sobram malícias. O pombo-correio ainda não voltou. Seu seio já deflorou. Eu ainda não sei nada sobre seus últimos dias. Eu ainda não te contei as minhas fantasias. Por onde tem andado? Espero por beijos molhados. Me perdi dos seus olhos. Sinto nossos corpos com seus óleos. Não entrou pela minha porta. A saudade me corta. Não sei o que usa. E fico te querendo me lambuza, me ruja, me coruja. Vigio uma ligação, uma mensagem, um pensamento. E tateando esperanças vou pelo seu corpo adentro. Longe de você eu medro e tremo. Perto de você eu quebro e gemo.


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