Daniel Campos

Prosas

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05/03/2008 - Água com açúcar

O que mais me decepciona no governo brasileiro é a falta de pulso. Ainda mais porque o atual presidente sempre vendeu uma imagem de combativo. Acontecimento a acontecimento, tenho a certeza de que o Brasil carece de uma postura mais aguerrida, feita à imagem e semelhança do espírito de sua gente que vive de batalhas. A eminente guerra entre Colômbia x Equador e Venezuela só ratificou minha modesta opinião.

O circo está pegando fogo aqui do lado e o Brasil optou por se manter neutro colocando panos quentes nos exaltados. Não apoio a invasão de território feita pelas tropas da Colômbia no Equador, mas apoio muito menos as Forças Revolucionárias (Farc) e quem as protege (entenda-se Equador e Venezuela). Ao cruzar os braços e ficar indiferente a disputa entre um governo legítimo e um governo bandido, o Brasil perde a chance de se tornar o líder da América do Sul. Mais grave, perde a chance de se impor diante do tráfico que também assusta o nosso país. ...
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04/03/2008 - A mordida do leão

Rrrruuuaaa... rrrrrruuuuuaaaa! Com a abertura da temporada 2008 do Imposto de Renda (IR) pago por nós - os eternos contribuintes - coloco-me a pensar no leão. A sua mordida é famosa. Que o diga os 24,5 milhões de brasileiros que terão de entregar suas receitas tintim por tintim até o próximo 30 de abril. Cá com meus pensamentos, descobri que o governo tentou, com seus podres poderes, transformar o leão em um cachorrinho. No entanto, nem Roberto Carlos, o nosso rei, atreveu-se a cantar que algum leão havia sorrido para ele rugindo....
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03/03/2008 - Avalanche de chocolate

Tentei fugir, mas eles eram milhares. Os corredores do supermercado se fecharam. Fiquei sem saída. Fui atacado pelos ovos de páscoa. Faltam mais de vinte dias para a data festiva e eles já estão lá, aos montes. De todos os tamanhos, de todas as cores, de todos os formatos... Pendurados ou em prateleiras, eles contrariam a hierarquia da cadeia alimentar e nos devoram vivos...

Há quem faça a promessa do mais espesso e puro chocolate. Há quem traga brindes para atrair a criançada, como carrinhos e bonecas da moda. Há quem se envolve de mistério sobre seu conteúdo. Há quem tenha amendoim, castanha do pará, coco, nozes, passas... Há os brancos e os negros e os mulatos. Naquelas duas metades há gêmeos univitelinos (idênticos) e bivitelinos (diferentes). Há quem capriche no papel e nos desenhos. ...
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02/03/2008 - Beba Vinícius de Moraes

A lua me devora no céu. Tropeço em páginas escritas, mal-escritas e em branco. Corro para a sala. Caio entre versos de amor e de amor demais. Abro a porta da estante. Garrafas e mais garrafas. Preciso encontrá-la. Vinhos, conhaques, espumantes, vodkas... Ela tem de estar aqui... Eu tenho certeza de que ela... Ninguém mexeu aqui... Preciso ser rápido... Ah! Lá está ela... Uma garrafa de uísque quinze anos. Não há tempo para pensar. Tiro o lacre e despejo aquele líquido quente e encorpado em um copo largo. O vidro espesso e octogonal vai perdendo toda a transparência. Aquele álcool escocês escorre pelas bordas. Por maior o desejo, não o bebo. Eu não poderia... Não aquele uísque. Ofereço aquele líquido a um altar improvisado. Ao contrário de imagens, um livro de poemas. Seja como for, ofereço aquele uísque aquela espécie de orixá. ...
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01/03/2008 - Lulinha paz e amor?

Se é que um dia existiu, a versão Lulinha paz e amor, sonhada por Duda Mendonça, acabou. Ao menos, foi isto que se comprovou na última semana. De palanque em palanque, de cidade em cidade, de discurso em discurso, Lula desceu o braço verbal na oposição e até no ministro do Supremo Tribunal Federal Marco Aurélio Mello.

O que mexeu tanto com os brios de Lula foram às críticas ao programa Territórios da Cidadania. Lula não aceita que digam que o programa é eleitoreiro. Mesmo tendo a consciência de que ele foi lançado em ano de eleição e que investirá 11 bilhões de reais em projetos sociais não podemos dizer nada. Veja só, o ministro do Supremo foi comentar que o programa poderia ter um caráter eleitoral e Lula esbravejou: "Seria tão bom se o Judiciário metesse o nariz apenas nas coisas dele"....
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29/02/2008 - Mundo mutante

Na Finlândia e nos Estados Unidos, cientistas anunciaram ter descoberto um gene vegetal cuja manipulação pode, no futuro, produzir plantações resistentes à seca. Pode parecer um tempo longínquo, mas, no ritmo que anda a ciência, o futuro é logo ali. Primeiramente as plantas não irão mais morrer de sede, depois vão remexer o mapa genético da vida e descobrir algo que faça os ratos não morrerem mais de fome.

Já estou até vendo político anunciando que vai vacinar a população brasileira com esse gene, acabando assim de uma vez com a fome. "Respeitável público, se eu for eleito prometo que ninguém mais vai passar fome". Ops, já ouvi essa frase!!! Mas se não há solução política, quem sabe a ciência resolva isso. Além de plantas, poderá haver seres humanos geneticamente modificados para resistirem às adversidades da vida. ...
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28/02/2008 - Até Mocha caiu

Quando a guerra termina? Quem acredita que a guerra acaba quando cessam os tiros e sela-se um acordo de paz entre lideranças governamentais, engana-se. Depois que se inicia, a guerra não tem mais fim. Dentre tantos prejuízos (materiais, morais, emocionais), alguns são impossíveis de serem recuperados...

A dor de uma criança que perde o pai, a dor do pai que perde a mulher, a dor da mulher que perde o corpo, a dor de tantos corpos que perdem o presente e vêem o futuro como um tempo que nunca chega... Para esses seres humanos, a guerra irá explodir para sempre dentro de seus pensamentos. A guerra destroi. A guerra corroi. A guerra doi. E doi instensa e infinitamente....
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27/02/2008 - Viagem espacial

Hoje, vou colocar minha roupa de astronauta e explorar um planeta desconhecido. Um planeta que, de birita em birita, gira fora do eixo, praticamente, no mundo da lua. Se quiser embarcar comigo nesta viagem espacial, cuidado. A previsão dos especialistas é de que estamos sujeitos a uma chuva de meteoros. Afinal, este país nasceu do conflito entre o empregado e o patrão, entre o socialismo e o capitalismo, entre a miséria e o show business. A instabilidade é sua marca.

Entre translações e rotações, este planeta tem movimentos de roleta de cassino. Há ventos de apostas ventando para tudo quanto é lado. A cada perda, um terremoto emocional. A cada vitória, uma tempestade banhando o próprio ego. Também, o que dizer de um país que vive de palpites, de hipóteses, da famosa "fezinha popular"? Aponta no universo como jogo do bicho e vive o constante dilema do pregão da bolsa de valores: Comprar ou vender? Gastar ou poupar? Independentemente da resposta, é preciso jogar as fichas na mesa... ...
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26/02/2008 - Chega de mordomia!

A cada dia reforço a idéia de que preso precisa trabalhar. Não quero entrar no detalhe se eles ficarão soltos com aquela bola maciça de ferro (como acostumamos a ver nos desenhos da televisão) ou com chips subcutâneos rastreados por satélites. O que pretendo é demonstrar como o desenvolvimento do Brasil é prejudicado por conta dessa mão de obra inativa.

A maioria da população brasileira tem de trabalhar duro para ter onde dormir, o que vestir e o que comer. Os presos não. Além de a sociedade ser vítima física, moral e emocional destes "fora-da-lei", é ela que, por meio de impostos, paga a "mordomia" dos detentos. É justo? Creio que não. ...
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25/02/2008 - Terra prometida

Era uma casa, muito engraçada, não tinha teto, não tinha nada... Ah! Se todas as casas fossem iguais à poesia, que maravilha viver... O Brasil tem barraco, sim senhor. O Brasil tem casa de lata, sim senhora. O Brasil dos condomínios de luxo tem cortiço. O Brasil das planícies é também o Brasil dos morros. Tem favela aqui, favela ali, favela acolá...

Tem quem more a céu aberto, coberto apenas com uma folha de jornal. Tem quem more na lona, na zona, na dobra da sanfona. Tem quem more no banco da praça do chafariz e até no canteiro da igreja matriz. Tem quem more debaixo da ponte, entre os carros e o horizonte. Tem quem more na serra e berra pelo amor de deus para não chover. É a chuva que desbarranca, soterra e atravanca o lar doce lar dessa gente que sonhou. É a chuva que alaga, destelha e traga o pouco que essa gente juntou....
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