04/03/2008 - A mordida do leão
Rrrruuuaaa... rrrrrruuuuuaaaa! Com a abertura da temporada 2008 do Imposto de Renda (IR) pago por nós - os eternos contribuintes - coloco-me a pensar no leão. A sua mordida é famosa. Que o diga os 24,5 milhões de brasileiros que terão de entregar suas receitas tintim por tintim até o próximo 30 de abril. Cá com meus pensamentos, descobri que o governo tentou, com seus podres poderes, transformar o leão em um cachorrinho. No entanto, nem Roberto Carlos, o nosso rei, atreveu-se a cantar que algum leão havia sorrido para ele rugindo.
Em 1979, uma agencia de publicidade associou o Programa Imposto de Renda à imagem do leão. Na cabeça dos publicitários e dos criadores do IR, a escolha de tal animal se justificava por ser o rei dos animais, não atar sem avisar, ser justo, leal e manso... Ora, ora, desde quando a mordida do Imposto de Renda é justa e mansa...
Comparando com o rei da floresta, é claro que o IR é o soberano dos impostos. Agora, não sei se é pior o ataque surpresa ou o premeditado. Aproveitando o clima de dúvida, continuo: Será justo encher os cofres do governo para ele investir tão mal em educação, em saúde, em transporte, em segurança, em cultura...? Será que podemos chamar de leal quem, sem dó nem piedade, morde quem o alimenta?
Quase trinta anos depois, nem mesmo o governo usa mais a imagem do leão em suas propagandas. Deve ter caído em si. No entanto, quem já levou uma mordida do felino mais temido do planeta não esquece facilmente... Cuidado! O leão está à solta. E ele não é aquele cachorrinho que, quando a gente pára em frente ao portão, nos sorri latindo...
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