01/03/2008 - Lulinha paz e amor?
Se é que um dia existiu, a versão Lulinha paz e amor, sonhada por Duda Mendonça, acabou. Ao menos, foi isto que se comprovou na última semana. De palanque em palanque, de cidade em cidade, de discurso em discurso, Lula desceu o braço verbal na oposição e até no ministro do Supremo Tribunal Federal Marco Aurélio Mello.
O que mexeu tanto com os brios de Lula foram às críticas ao programa Territórios da Cidadania. Lula não aceita que digam que o programa é eleitoreiro. Mesmo tendo a consciência de que ele foi lançado em ano de eleição e que investirá 11 bilhões de reais em projetos sociais não podemos dizer nada. Veja só, o ministro do Supremo foi comentar que o programa poderia ter um caráter eleitoral e Lula esbravejou: "Seria tão bom se o Judiciário metesse o nariz apenas nas coisas dele".
Lula não tem poupado provocações. Chamou de "pés-frios" os presidentes que o antecederam e soltou os cachorros na oposição: "Os nossos adversários, que vocês sabem quem são, um chamava-se PFL, agora ele se chama Democratas, o outro vocês já sabem quem é (PSDB), eles derrotaram a CPMF, que era o imposto que a classe média brasileira e os ricos pagavam, porque pobre não trabalha com cheque. Eles tiraram do governo federal quase R$ 40 bilhões. E tiraram por quê? Porque eles diziam: se a gente deixar R$ 40 bilhões na mão desse governo, nós não vamos voltar mais".
A que se deve essa nova postura do presidente? Será que a situação não está tão harmônica assim no Palácio do Planalto ou no Palácio da Alvorada? Será que Lula está perdendo as já perdidas rédeas do país? Será que vem mais problemas à vista? Ou será, simplesmente, que Lula está inspirando seu mais novo pesonagem em Sylvester Stallone, que está encarnando um Rambo sessentão? Seja qual for a causa, este Lula é bem mais próximo daquele que ele encenou durante a maior parte de sua história. por outro lado, se essa mudança é mesmo uma alusão à Rambo IV, quantos Lulas ainda nos esperam?
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