Daniel Campos

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Encontrados 261 textos. Exibindo página 10 de 27.

28/09/2016 - Seja lá como for

Quem se achega, se aconchega na minha cabeça, no meu coração. Quem me quer é quem me leva ou quem me traz? Quem me ama não aceita o meu tanto faz. Quem me ama quer atitude e um olhar amiúde infinito como o tempo que guardo comigo. Eu abrigo quem me pede abrigo por períodos indeterminados. Eu até hoje não sei onde começa o futuro e termina o passado. Eu só sei, meu amor, que o amor foi feito para viver lado a lado. E se esse amor estiver distante, então escreva cartas ao vento tendo tempo como amante. Eu perdoo todo mundo. Meu peito não tem fundo. Misericórdia rima com concórdia. E não concordo com tudo, mas não brigo com o que discordo, apenas fico mudo e passo porque há quem é feito de pássaro e quem é feito de aço. Todos merecem uma explicação. Mas já vou logo avisando eu nem sempre tenho razão. O meu mundo sou eu que faço. Procuro sonho e sonho traço por traço, num daqueles pontilhados de criança que vai ligando o que somos, formando uma grande esperança. Não tenho ilusões. Minhas paixões não são adiadas. A vida nos chega para ser reinventada. Então, capricho no amor e vou adiante, pois tendo amor, o restante pode ser seja lá como for.


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28/05/2014 - Seja má!

Seja má! Vai, me tortura de carícias nesse amor sem cura. Vai, me roda ao seu redor, numa tontura bem-vinda: sou nave-coração na órbita de uma estrela-mulher. Vai, coloca em mim toda e qualquer loucura por mais louca que seja. Seja má! Dá na minha boca. Vai, me cala, me beija, me joga na vala das suas tentações. Provoque-me da forma que puder (e da que não puder também). Mata todos os meus caminhos para que eu só caminhe em direção a você. Prenda, sem o menor esforço, o meu destino ao seu amarrando-me por completo só pro seu prazer. Seja má! Imponha limites só para me atiçar ainda mais a superar tudo o que nos dista. Deixe-me com fome, com sede, som sono de você. Desfaça de mim só para me fazer logo em seguida ao seu modo. Leve-me ao choro mesmo não gostando de me ver chorar, mas só para atestar seu poder (e que poder...). Incendeia-me e não se preocupe em apagar esse fogaréu. Seja má!


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19/09/2016 - Seja partida

Os caminhos continuam independente de mim. Se eu vou ou não, a escolha é minha. Porém, as estradas não choram porque estão sozinhas. Simplesmente, porque elas seguem. Elas se oferecem, mas jamais pedem, imploram, se humilham para que alguém embarque nelas. Portanto, muito cuidado pra não passar a vida fazendo doce, esperando que os caminhos te levem por conta própria. Se você não escolher ir, tudo vai partir de você, porque as estradas seguem e nem te perguntam porquê. Portanto, vê o que te espera, o que pode fazer da sua vida. Não fique aí parado, virando passado. Toma seu rumo e dá prumo a sua existência. Não há pior penitência do que ver tudo seguir sem você por ir. E ainda dá tempo de colocar mais sentido e sentimento a sua vida, dando movimento a tudo isso, deixando de ser chegada para se tornar partida.


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23/05/2017 - Seja sua amiga e seu amor

Afasta-te do que de um jeito ou de outro não faz bem. Distancia-te do que só traz importunação. Não se importe em perder quem só te faz perder. Muitas vezes, por medo ou puro comodismo, inventamos mil desculpas para nós mesmos para não cortarmos certos laços. Pense: quantos de seus amigos têm, de fato, amizade por você? Reflita: quantos dos seus amores realmente são feitos de amor? Essa necessidade de sermos aceitos, de não ficarmos sozinhos, de acumular pessoas, é altamente destrutiva.
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08/09/2016 - Seja tudo o que meus passos quiserem

Eu sigo em frente porque eu quero o que ainda não sou. Eu continuo porque, quando parado, já me perdi daqueles que passaram por mim. Eu não tenho medo do que virá, mas pânico daquilo que ainda me deixará. O desapego é mais do que uma teoria, é uma necessidade. Não quero levar nada do que não me pertence. Porém, o desafio é esse, o que, de fato, faz parte de mim, veio para mim, dará frutos em mim. Não sei! Só vivendo. E viver, machuca. E quem fica parado não vive. Então, entre a dor de seguir em frente e a certeza de que não serei nada ficando aqui, parado, no meio do que já perdeu a validade, eu continuo. Firmo meus passos e avanço. Tropeço, canso, entorno... mas continuo rumo ao que um dia ainda me dará prumo. Porque o passado me enverga, o hoje me desalinha e o desconhecido me faz igual a qualquer um. No amanhã, os pratos da balança do que serei e do que poderia ter sido tem os mesmos pesos porque tudo depende do meu agora. E não devo ter medo de desequilibrar esses pratos, porque é no desequilíbrio que a vida acontece. Então, sigo em frente e que seja tudo o que meus passos quiserem.


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05/03/2012 - Seletas lembranças

Amanhã, eu não quero me lembrar das histórias que não vivi, das árvores que não plantei, dos sorrisos que não experimentei, dos livros que não escrevi, dos passos que não dancei, das lutas que não tentei vencer, das viagens que não me levaram a lugar algum.

Amanhã, eu não quero me lembrar dos caminhos que deixei, dos retratos que não estou, dos mares que não cruzei, das chuvas que não tomei, das dores sem remédio, dos doces que não roubei, dos abraços que não ganhei.

Amanhã, eu não quero me lembrar dos deuses que não chamei, dos sonhos que não me dei, dos espelhos que não me vi, das palavras que não entoei, dos segredos que não descobri, dos céus que não voei, dos destinos que eu queimei.


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28/05/2012 - Sem

Ruas sem nome, casas sem número, corpos sem rosto, crianças sem mãe, cachorros sem dono, noites sem lua, cabides sem roupa, barracos sem luz, armários sem comida, torneiras sem água, praças sem chafariz, cometas sem cauda, aranhas sem teia, mesas sem cadeira, gravatas sem nó, flores sem cheiro, barrigas sem filho, pulgas sem pulo, garrafas sem cachaça, árvores sem fruto, covas sem defunto, escritos sem papel, atores sem palco, carrascos sem dó, bailarinas sem pontas, sentimentos sem saudade, romances sem finais felizes. ...
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17/08/2011 - Sem abusos

Se ela falou, por favor, perdoe. Se ela chamou, sem rancor, voe. Se ela sangrou, dor em dor, doe. Faça uma doação de palavras; crava as unhas em teu céu de manhãs, manhas e mumunhas. Rasgue nuvens, desfie horizontes, entonte estrelas, mas não caia nem traia a lua que ela te deu. Se ela chorou, abençoe o pranto que jaz. Se ela cantou, entoe o encanto que há. Se ela badalou, soe o acalanto de lá. De lá de trás dos temporais escusos, onde a vida se refaz sem maiores abusos.

Depois de sangrar, de badalar, de cantar, surge amena e intensa, como Maria, como Madalena, como que vinda de uma mutação poética. Impossível observá-la de soslaio. Os olhos varrem seu corpo e interrogam cada célula. Os olhos perguntam de um tudo andando de um lá para outro. Vez em quando esses mesmos olhos tropeçam em sua geografia, machucam-se em seus espinhos e confundem seu suor com maresia, seu perfume com vinhos. ...
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30/03/2016 - Sem condenação

Não há chance de condenação. Desfaça os julgamos. Descarte toda e qualquer acusação e amemo-nos no melhor do perdão. Não há porque querer prender, torturar, matar um amor que veio para juntar, ligar, unir e não para desvencilhar a coisa amada do ser amado. E que o direito apaixonado garanta dos direitos dos dois lados que, na verdade, são um só quando o assunto é uma saudade que chega a dar nó. Provas, só de amor. Trova por onde for a libertação e não a condenação do pecador. Mas atenção, pois contra ele somente há a denúncia de que pecou por amar além da conta.


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04/08/2011 - Sem defesa

Cansei de me defender. Assumo a covardia como estilo. Nunca fui um valente. Jamais briguei por mim ou por quem quer que seja. Sempre me escondi. Sempre me esquivei. Não me importei em cair tantas vezes. Cheguei até a me fingir de morto. Apanhei muito sem revidar. Não sou dado a gestos heróicos. Tornei-me insensível a injustiça particular e alheia. Se possível, passo invisível pelas confusões, pelos canhões, pelos arpões, pelos grilhões, pelos turbilhões...

Não defendo a minha vida, o meu casamento, os meus filhos, o meu cachorro. Não defendo os meus ideais, tampouco as minhas ideias. Não defendo a minha comida, a minha casa, o meu salário. Não defendo as luas que me cobrem, os deuses que me rogam, os desejos que me habitam Não defendo a cachaça que engulo, o suor que derramo, a boca que beijo. Não defendo minha cara amarrada, minha amada, minha ladra, minha jornada, minha invernada... ...
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