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Encontrados 60 textos de junho de 2014. Exibindo página 3 de 6.
20/06/2014 -
Parto de canção
Meus dedos correndo as cordas do violão tentando fazer canções para serem ouvidas a léguas de mim. Tudo o que eu canto é silêncio. O tempo pode fazer seus falsetes, mas jamais desafina. Há sempre um acorde a ser buscado, a ser tentando, a ser provocado... e, quiçá, inventado pra melodia sobreviver. A batida do meu violão tem um quê de fantasia que dá luz a minha imaginação. E eu como menino malino imagino, imagino, imagino enquanto notas e palavras vão se casando pelo violão que se confunde com meu braço. Compor é um vício, tenho lá meus artifícios, mas no final quem manda é a magia, afinal, eu fico nu como minha poesia entregue à inspiração. E são beijos de bossa, são desejos de jazz, são ensejos de frevo num corpo mulher. A lua sopra, a demônia vira brisa, e tudo vibra no aço das cordas enquanto o sentimento derrama das minhas bordas. E vem a loucura de enxergar cinematograficamente, cena a cena, texto e música numa só partitura. E a certa altura, o peito enverga, o olhar navega e a canção não é mais minha, mas do ar que a carrega.
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20/06/2014 -
Dias de inverno
O dia
Tem caído
Vermelho
Entardecido
À revelia
Como
Se os anjos
Ao léu
Menstruassem
Pelo céu
E os olhos
Dobrassem
Os joelhos
Ao inferno
Do inverno
São dias
Bem pintados
Sufocados
São agonias
São friagens
Febris
São estiagens
Hostis
São dias
De maresia
Seca
Roendo por dentro
Como ratos
Chiando sentimento ...
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19/06/2014 -
Cavaleiro solitário
Cavaleiro
Solitário
Pelas
Estradas
Orvalhadas
De pranto
E encanto
Passa
Só
Pisa
Lama
E pó
Leva
Um
Escapulário
Lado
A Lado
O ontem
E o amanhã
Em fotografias
De dor
E poesia
Cavaleiro
Solitário
Passa
Por tabernas
Enlaça
Outras pernas
Na lembrança
Na esperança
De romper
O calvário...
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19/06/2014 -
Corpus triste
Corpus triste sem você. Corpus triste sem poder lhe ver. Corpus triste, fazer o quê? Corpus triste quem me dera morrer! Corpus triste pelo qual o choro é clichê. Corpus triste machucado de viver. Corpus triste doente de sofrer. Corpus triste imaculado de tanto doer. Corpus triste que segue sem se arrepender. Corpus triste o que toca faz entristecer. Corpus triste oferecido em feitio de buquê. Corpus triste temido como um dossiê. Corpus triste mergulhado no próprio anoitecer. Corpus triste sagrado num tanto querer. Corpus triste que ninguém lê. Corpus triste que ainda crê. Corpus triste que segue a perder. Corpus triste que não consegue esquecer. Corpus triste sem cor como inverno num ipê. Corpus triste que faz por merecer. Corpus triste abandonado sem porquê. Corpus triste entregue à mercê. Corpus triste onde a tristeza faz fuzuê. Corpus triste, cadê sua metade que existe, cadê?
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18/06/2014 -
Capisco?
Desculpe
Me culpe
Não existo
Non capisco
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18/06/2014 -
Não sou não
Não sou de fingir. Não sou de mentir. Não sou de enganar. Não sou de brincar. Não sou de maltratar. Não sou de iludir. Não sou de voltar. Não sou de não chorar. Não sou de fraquejar. Não sou de cair. Não sou de desistir. Não sou de engolir. Não sou de não acreditar. Não sou de amarelar. Não sou de não doer. Não sou de não fazer. Não sou de não querer. Não sou de negar. Não sou de não assumir. Não sou de parar. Não sou de não respeitar. Não sou de não enxergar. Não sou de proibir. Não sou de prender. Não sou de arrepender. Não sou de punir. Não sou de não me decidir. Não sou de desamar. Não sou de desarmar. Não sou de desalmar. Não sou de partir. Não sou de despedir.
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17/06/2014 -
Impossível assim
Se você me pedir pra morrer
Eu morro
Morro de paixão
Se você me pedir para correr
Eu corro
Corro em sua direção
Se você me pedir perdão
Eu digo que é um erro:
Não há do que perdoar
Se o pecado é amar
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17/06/2014 -
O mesmo de sempre
Eu sou o mesmo de sempre, no tratamento e na forma de viver o que é o amor. Eu sou o mesmo de sempre, com olhos pulsantes de um coração embotado de sentimento. Eu sou o mesmo de sempre, com a alma vazando pelos poros. Eu sou o mesmo de sempre, com a certeza de que o que sinto é o que deve ser vivido intensamente, verdadeiramente, infinitamente. Eu sou o mesmo de sempre, firme em minhas loucuras. Eu sou o mesmo de sempre, no choro e no sorriso. Eu sou o mesmo de sempre, entregando-me de forma plena aos sonhos que me habitam. Eu sou o mesmo de sempre, não desisto mesmo levando pito. Eu sou o mesmo de sempre, um romântico sem cura. Eu sou o mesmo de sempre, obviamente inesperado e surpreendente. Eu sou o mesmo de sempre, grávido de imaginação. Eu sou o mesmo de sempre, perfumado de paixão e caminhando em frente mesmo ouvindo não.
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16/06/2014 -
Peço seu colo
Meu rosto pede seu colo. Meu rosto ao tempo, ao vento, ao sentimento pede seu colo. Meus olhos secos ou encharcados pedem pelas visões que só encontram em seu colo. Sem o perfume do seu colo sou incompleto, falta graça e a tristeza me enlaça. Ah! Não me maltrata assim sem a quentura do seu colo. Deixa-me sentir outra vez toda loucura e toda fartura do seu colo. Deixa-me perder pelas estrelas pintadinhas em seu colo como num céu iluminado de alento e desejo. Meus lábios pedem a candura de seu colo. Eu imploro pelo seu colo. Eu choro a ausência do seu colo. Eu olho seu colo pelas malhas da minha lembrança. Eu olho seu colo que entalha você em meus olhos. Eu olho seu colo que talha porquês em meus olhos. Eu olho seu colo em curvas num tempo reto. Eu olho seu colo e meu coração se põe em posição de feto. Eu olho seu colo como criança fitando seu doce predileto. Eu moro em seu colo fazendo da esperança meu teto.
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16/06/2014 -
Redivivo
Eu nasço
Toda vez
Que você
Pensa em mim
Eu nasço
Eu vivo
Toda vez
Que você
Adia o meu fim
Eu nasço
Eu vivo
Eu acho
Razões
Pra continuar
Toda vez
Que você
Conjuga em mim
O verbo amar.
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