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Encontrados 31 textos de maio de 2012. Exibindo página 3 de 4.
11/05/2012 -
Continue acreditando
Não se assuste não que o fim não é pra já. Ainda dá tempo para gente se amar. Perdidamente. Feche as portas, tranque as janelas, cresça os muros da imaginação, não deixe ninguém entrar na sua casa, na sua vida, no seu corpo, na sua canção. Não seja pessimista, concentre-se porque para passar por esse mundo com o coração entre os dentes é preciso ser equilibrista. Não caia, mas se cair tente de todos os modos encontrar e viver os prazeres que existem rentes ao chão. É impossível julgar uma dimensão sem vivê-la. A toda hora e em todo lugar, abuse do verbo viver…...
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10/05/2012 -
Apontamentos sobre a lua
Quando o sol cair uma vela vai se acender no horizonte. Uma vela em formato de lua. Preces minguantes. Fantasia cheia. Poesia crescente. Nova esperança. Os pescadores tentam puxar a lua em suas redes. As grávidas tentam levar a lua em suas barrigas. Os apaixonados tentam ofertar a lua à criatura amada. Os ladrões tentam roubar a lua. Os astronautas tentam pisar na lua. Os astrólogos tentam adivinhar os passos da lua. Os agricultores consultam a lua em suas semeações. Os órfãos tentam ser adotados pela lua. ...
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09/05/2012 -
O sonho e a vida
Um sonho é feito para viver. A vida, para sobreviver. O sonho é Copa do Mundo. A vida, uma pelada. O sonho é um amor eterno. A vida, uma paixão barata com prazo de validade. O sonho é uma casa no campo. A vida, um calabouço. O sonho é um pássaro. A vida, uma gaiola. O sonho é a fartura. A vida, a miséria. O sonho é uma nuvem de anjos. A vida, milhares e milhares de demônios. O sonho é corado. A vida, um desbotamento só. O sonho é canção. A vida, desafinação. O sonho engravida. A vida, aborta. O sonho é poesia. A vida, brita. O sonho sussurra. A vida, grita. ...
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08/05/2012 -
Maio e o déficit de suspiros
Falta romantismo nos ares de maio. O maio das noivas e das juras de amor eterno não existe mais. As noivas foram extintas. O ato de noivar perdeu o significado com o vai e vem das relações amorosas. Se um casamento clássico já anda démodé, os noivados ficaram no passado. De uma hora para outra, sem muita cerimônia, os apaixonados se casam e descasam. Ao contrário de festas caríssimas, a paixão é exposta nas redes sociais. Os noivados só resistem nas páginas dos álbuns fotográficos e dos folhetins. ...
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07/05/2012 -
Todos à luta
Cavalariços não são cavaleiros. Aldeões não são soldados. Cavalheiros não são cavaleiros. Artesões não são soldados. Mas todos precisam lutar. Eles tremem. Eles não sabem a língua das espadas. Eles não suportam o peso de um escudo. Suas almas são armaduras vulneráveis. Cavalo e cavaleiro precisam ser um só olhar, um só ritmo, um só coração. Onde estão os guerreiros, os generais, os heróis? Será que são todos prisioneiros de um mal maior? O tempo. Os bravos estão extintos. A vitória é passageira, mas necessária. ...
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06/05/2012 -
Amor bailarina
O amor é como bailarina, caminha na ponta dos pés quando chega e quando se vai. O amor não diz a que veio e nem justifica sua despedida. Como pássaro pode se aninhar perpetuamente ou migrar de estação em estação. O amor não dá satisfação, pois é livre por natureza. Amor acorrentado, parasita, xiita, dependente, submisso, caído não é amor. Amor é quente mesmo quando frio, é corrente como água de rio, é o constante arrepio.
O amor é como vento, parece não ter direção ou sentido, mas sabe muito bem seu itinerário. Amor que é amor não tem horário, não se prende a calendário, não vive num aquário, tampouco num relicário. Amor é explosão, é canção, é sublimação. Amor que é amor não se limita a uma cruz, é metade sombra metade luz. Amor é que delira, o eclipse que vira e desvira a alma. Amor é a pressa que se dá com calma, é a linha que se esconde na palma. ...
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05/05/2012 -
Omolu, rege minha saúde, Obaluaê
Atotô, atotô, Obaluaê, atotô, atotô ajuberú, Omolu. Palmas para Obaluaê, rei, senhor da terra. Palmas para Omolu, filho e senhor. Obaluaê é moço, é caçador, é guerreiro. Omolu é velho, é guardião, é feiticeiro. Eles são a mesma força da natureza, têm o mesmo significado e ligação. Omolu é Obaluaê, êê. Obaluaê é Omolu, atotô ajuberú.
Ninguém pode se atrever a ver o que se esconde detrás da palha de Obaluaê. Ninguém pode sequer imaginar encontrar Omolu nu. As palhas escondem o brilho do sol e o mistério da morte. As palhas ocultam o senhor das pestes e das moléstias. Obaluaê está no funcionamento do organismo. Omolu está na dor, na agonia, na aflição que sentimos. É o orixá que traz e leva as doenças. ...
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04/05/2012 -
Adeus, Adeus Tinoco
Hoje, o Chico Mineiro chora. Hoje, a Cabocla Tereza amanheceu de luto. Hoje, a Tristeza do Jeca é ainda maior. Hoje, a Viola Cabocla segue quieta. Hoje, a Moreninha Linda se enche de saudade. Hoje, o Cavalo Preto, o Cavalo Branco e o Cavalo Zaino não galopam. Hoje, mais do que nunca, o canto triste da Siriema de Mato Grosso nos faz chorar. Hoje, A Sanfona do Mané vai ficar calada num canto. Hoje, o Velho Carreiro deixa de carrear. Hoje, quem procurar A Moda da Mula Preta, o Baile na Roça e o Luar do Sertão vai encontrar um vazio doído. Canta, Canta Moçada que hoje é dia de Adeus, Adeus. ...
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03/05/2012 -
A canção de Nana não pode acabar
Nana decidir parar de cantar é como o sol resolver deixar de amanhecer, é como a primavera se entregar ao inverno perpétuo, é como o barco desistir do mar.
A filha de Dorival Caymmi e Stella Maris não pode se despedir dos palcos. Nana é a melodia original não corrompida pelo tempo. Nana é melodia com alta carga genética que deve seguir em permanente espetáculo.
Nana deve cada vez mais vista, ouvida, sentida, vivida em plenitude.
O fato de vivemos um período de antimúsica só reforça a necessidade de Nana continuar. A boa música não pode se silenciar, tampouco dizer adeus aos teatros. ...
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02/05/2012 -
Para sempre verde, de Tom para Dilma
Presidenta,
Quem escreve esta carta é um Brasileiro.
Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim.
Sentado no piano de cauda, observava as árvores do Jardim Botânico que rodeavam minha casa me acompanharem com cadência e ritmo próprios. Balançavam seus ganhos, suas folhas dançavam ao vento, faziam coro no tom das matas.
A senhora já escutou a seiva correndo pelo tronco de uma sumaúma?
Antes de decidir o futuro do novo código florestal escute o que a natureza tem para lhe dizer....
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