Daniel Campos

Texto do dia

Se você gosta de textos inéditos, veio ao lugar certo.

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Encontrados 32 textos de maio de 2010. Exibindo página 1 de 4.

31/05/2010 - O pingado e a mulher

A coloração da mulher amada é complexa como o prisma que filtra o leque de cores primárias, secundárias e terciárias; ampla como uma caixa de 48 lápis de cor aquarela nas mãos de um menino; e, ao mesmo tempo, simples e mágica como um pingado. Um copo de café com um pingo caudaloso de leite. A mulher amada é uma presença constante em nossa vida, seja em matéria de utopia ou realidade. É um sabor cotidiano como um bom pingado. E como o tradicional copo americano no qual é servida a bebida, não se quebra com facilidade. ...
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30/05/2010 - Crise inspiratória

Eu não escrevi nada ontem, anteontem, trasanteontem. Por hoje, a caneta ainda não riscou o papel que, com sua palidez desvairada, continua suplicando por um borrão de tinta. Como pode o papel viver sem uma história, sem um arroubo de amor, sem palavras que lhe façam viver novamente como no tempo em que era árvore rodeada de pássaros, nuvens e sementes. Infelizmente, senhor papel, não consegui lhe ofertar nada neste dia. O resto de hoje, assim como nas datas anteriores, deve ser marcado por um misto de esperança e aflição. Queima em mim a vela de um desespero subido e indeterminado. ...
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29/05/2010 - Para além dos pãezinhos

O tempo passa e tudo se atualiza. A onda de modernidade atingiu as padarias. Além do design fashion das fachadas, prateleiras modernas para pães e vitrines requintadas para frios e doces. Paredes com textura, mesas agradáveis e decoração com tons de atualidade invadiram o lugar. Há pão de tudo quanto é jeito e café mais incrementado. Além de outras opções no cardápio dignas de um bistrô, como sanduíches e pratos mais elaborados.

Encaro com certa nostalgia essa mudança das padarias. Lembro do meu tempo de criança em que os pães bengala (os franceses chegaram depois) eram oferecidos aos clientes numa espécie de cesto de palha. Os pães - perdoem-me os incrédulos - tinham outro gosto. Hoje, os pães não resistiram ao feito artesanal rendendo-se à lucratividade do processo industrial. Hoje as máquinas substituem a mão do artista, no caso, do padeiro. ...
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28/05/2010 - Os tentáculos do câncer

Poderia ser apenas o nome de um crustáceo que caminha de lado, ou de um dos doze signos zodiacais, ou de uma das 88 contelações escritas na noite escura ou do trópico situado a norte do Equador, no entanto, é mais... É mais intenso, é mais assustador, é mais complexo do que animais, estrelas e coordenadas geográficas. É câncer.

Ele já mata mais do que a Aids, a malária e a tuberculose juntas. Os números assustam e evidenciam, como nenhuma outra doença, a vulnerabilidade humana. De fato, somos falíveis. O câncer faz com que coloquemos os pés no chão e enxerguemos que toda cultura tecnológica desenvolvida até então não consegue nos salvar de nós mesmos. ...
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27/05/2010 - Tragédia em alto mar

Pense nas garças que não podem esgarçar suas asas, pois estão todas cobertas de óleo. Pense nos cavalos marinhos cavalgando cegamente pela escuridão petrolífera. Pense nos peixes boiando no pretume do mar. Pense nos mergulhões enchendo o bico de piche a cada mergulho. Pense nos escafandristas fazendo borbulhas de óleo. Pense nas ondas de petróleo se quebrando no corpo dos banhistas. Pense nos golfinhos pulando num mar de asfalto. Pense nas sereias com o corpo repleto de manchas químicas. Pense no horror de tudo isso e no reboliço que pode causar um único poço de petróleo. ...
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26/05/2010 - Mulher chocolate

Que tal começar o dia com um beijo de chocolate em pó. Em seguida, derreta, em banho maria, o coração meio-amargo na quentura da calda que ferve o corpo da mulher amada. Entre mordidas e outras carícias, há de saber misturar o chocolate branco ao negro para encontrar a tonalidade e o sabor perfeitos para o amor. Depois de provar de suas trufas e frutas, é fundamental adormecer num colo ao leite. Eis um roteiro perfeito para corações de cacau. Eis um script delicioso para um romance em uma caixa de bombom....
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26/05/2010 - Bote mais pimenta nesse acarajé

Luislinda Valois, a primeira juíza negra do Brasil, foi convidada para gravar um depoimento sobre sua história de vida às vinhetas exibidas pela última novela da Globo, “Viver a Vida”. Em sua fala, emocionou-se ao relatar o quanto foi discriminada pela vida afora. No entanto, a baiana se esqueceu de dizer que o preconceito continua mordaz.

Eis que durante a festa de encerramento das gravações da telenovela, um fotógrafo flagrou a juíza ao lado de uma atriz global. Cliques depois, um site, desses que vivem de fofoca, publicou tal foto com a seguinte...
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25/05/2010 - Dia do vizinho

Hoje é o dia mundial dos vizinhos. Não querendo ser do contra, mas... há algo mais desnecessário que vizinho? Desculpe o pensamento egoísta, mas eu não resisto: que maravilha seria o mundo se ninguém morasse ao nosso lado. Uma ode à paz. Seria o fim daquele som alto aos finais de semana; daquele cachorro chato latindo em horários impróprios; daquela quebradeira de pratos toda vez que há uma briga de casal; daqueles olhos indiscretos bisbilhotando sua vida sobre o muro; daquele clima de fofoca, de inveja, de falsidade... ...
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24/05/2010 - Um dia de festa

Ao alto dos coros dos profetas, dos apóstolos, das virgens, dos confessores e entre os coros dos anjos, reina Nossa Senhora Auxiliadora. A ela, os agradecimentos. Quantas as graças e maravilhas vindas diretamente de suas mãos sobre nossa caminhada terrena. A ela, os pedidos. Quantos os que levantam as mãos em sua direção e pedem auxílio confiante em sua bondade e poder. Como é bom poder dizer: auxilium christianorum ora por nobis, e ter a certeza de que ela está ao meu lado auxiliando-me nos mais diversos aspectos, inclusive, não hesitando em muitas vezes me levar em seu colo. Sou eternamente grato e fiel a essa devoção. ...
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23/05/2010 - O espanto de amar

Lá no fim daquela estrada tem uma árvore amarela, uma cotovia na janela e uma noite prateada de estrelas. Pelas minhas contas é exatamente lá, às escondidas, que sol e lua se encontram e aprontam coisas proibidas. Ao menos é isso o que dizem os cochichos do vento sul depois de roubar o pensamento dos moinhos que giram sozinhos pelo azul marinho do céu que lá existe. É lá que o sol do atol e a lua de mel brincam de carrossel. É para lá que nós vamos, amor meu, misturar os nossos eus.

Vamos andar nas costas de um cisne pelo lago do sol. Vamos catar conchas e ouvir o som de um mar enluarado. Vamos colher flores de fogo e nos arder numa mesma insolação. Vamos assoviar em si bemol como as aves da noite escura, na formosura das claves de sol. Vamos seguir a luz do farol lunar segurando nas asas de um serafim. Vamos nos acabar de amar numa cama de alecrim. Vamos conhecer a macieira do amor, com frutos de caramelo ao pé de uma roda gigante. ...
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