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Encontrados 32 textos de maio de 2010. Exibindo página 3 de 4.
12/05/2010 -
Por amor eu...
Por amor eu lhe peço amor. Por amor, por favor, mais e mais amor ao insaciável coração. Por amor, chame a flor e as flores para uma nova primavera. Por amor, seja razoável nesta era de amor. Por amor, infrinja os limites e não ouça palpites alheios. Por amor, eu lhe espero no último dos campos de centeio. Por amor, deixa-me escrever a rima que nos une em seus seios. Por amor, diga a que veio. Por amor, vamos levar esse amor para lá do meio. Por amor, a lua cheia, o sol cheio.
Por amor eu lhe quero amor. Por amor, por favor, mexa-me meu amor. Por amor e pelo amor de Deus. Por amor, finja que esqueceu. Por amor, somos agora você e eu. Por amor, sem mais porquês. Por amor, sou sua vela, sua cama, seu buquê. Por amor, pela de medo de me perder como me pelo. Por amor, vamos fazer um tempo belo por entre teus pelos e meus apelos. Por amor, sem atropelos, por gentileza. Por amor, doe-me ao menos alguns minutos de convivência ao lado de sua beleza. ...
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11/05/2010 -
Tempos assim
O céu voltou a escurecer para deleite dos meus olhos chuvosos. Se dependesse de mim, choveria aquele friozinho diariamente. O horizonte carregado e o vento alardeando pelos campos: vai chover, vai chover, vai chover. Nessas horas tenho curiosidade para saber o que faz o sol. Será que se esconde debaixo das cobertas? Só sei que essa é a vontade de boa parte da população. Quantos não pensam em cabular aulas, em enforcar o dia de trabalho, em inventar uma desculpa daquelas dignas de confessionário para não sair da cama. ...
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10/05/2010 -
Sugestões urbanísticas
Se ao menos os engarrafamentos fossem engarrafados em uísque o trânsito e as esperas fluiriam com mais graça. São Pedro poderia colaborar e fazer chover algumas pedras de gelo. Para quem prefere a bebida estilo caubói bastaria procurar regiões mais ensolaradas, como o velho oeste ou o sertão nordestino. Quem prefere misturar a bebida para deixá-la um pouco mais fraca ou doce teria a opção de mergulhar em rios de refrigerante, de energético e, até mesmo, de água de coco. Afinal, tudo é possível num mundo transgênico. ...
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09/05/2010 -
Dia de Gaia
Hoje, Dia das Mães, convido você a presentear nossa mãe em comum. Gaia, como era chamada na antiguidade, é quem nos ensina a andar em suas estradas, pelos mais diversos relevos; é quem nos dá de comer; é quem volteia em torno do sol e de si mesma dando-nos a noite para dormir e o sol para aquecer as esperanças. É a Terra, esse planeta azulado, quem nos dá água e brisas. Água para beber e velejar. Brisas para aliviar o cansaço da caminhada. Como poderíamos descansar em uma rede se a Terra não nos desse as árvores?...
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08/05/2010 -
Tempo bandido
Ai, meu amor, vamos embora, vamos, deixa para trás toda essa coisa que chora. Vamos, vamos meu amor, sair da cidade, ganhar estrada, inventar uma nova velha inédita realidade para nossas vidas. Vamos, não perca tempo com despedidas. Afinal, cada dia é uma eterna despedida de nós mesmos e de tudo o que nos cerca. Tudo que nasceu um dia agora está morrendo. Por isso, vamos, vamos, meu amor, temos pressa. Não meça as conseqüências, vamos além da inocência. Para cada rosa morta nasce um espinho no caule da flor. Cada uva caída ao chão alimenta uma nova taça de vinho. Marcas e sabores que não se esquecem facilmente. ...
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07/05/2010 -
Ode ao torresmo
Os que estão de dieta que me perdoem, mas o torresmo aparece em minha vida como inspiração poética. Ou seria tentação? Aquele torresmo pequeno, crocante, que estala na boca deveria ter um item específico na lista dos pecados capitais. Afinal, vai da gula à vaidade e da luxúria à avareza em poucos segundos diante de uma travessa. Quem diria que da barriga do porco surgiria algo tão atrativo aos sentidos humanos. Difícil resistir. Não é à toa que, em matéria de torresmo, assumo-me pecador.
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06/05/2010 -
Abotoa-me enquanto lhe desabotôo
Ela chegou com um sorriso embotado nos lábios e um colar de botões abotoando seu colo. Aqueles botões de vários tamanhos tingidos de cores barrocas mexiam com meus botões. Uma coleção de botões delicados e rústicos, cantantes e tristes, fechados e abertos, presa a um fio de linha quase transparente aos meus olhos nus. Nus como a mulher desabotoada de botões.
Se eu fosse menino, jogaria futebol de botão pelo campo dos seios daquela mulher. Se eu fosse dançarino de tango, pegaria aquela mulher nos dentes como se pegasse um único botão, botão de rosa. Se eu fosse costureira, faria uma boneca, a imagem e semelhança dela, com olhos de botão. Se eu fosse deus, saberia quais botões mexer para acender, escurecer, ligar essa criatura? ...
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05/05/2010 -
Cachorrada da hora
Socorro. O mundo foi globalizado em todas as instâncias e não me avisaram de nada. Ao abrir o portão de casa, deparei com um cachorro vira-lata comendo cup noodles, aquele macarrão instantâneo que vem em um copo. Feliz da vida, nem se importou com a minha presença. Continuou com o focinho enfiado dentro do copo plástico como se tudo estivesse normal. Eu assustei, mas, segundo a moçada, não há motivo para espanto. Ao contrário de ossos, os cãezinhos de hoje comem o que há de mais badalado em matéria de fast food. Chega de ração balanceada, de biscoitos caninos. Vou fazer um convênio com o Mcdonalds para agradar a cachorrada lá de casa. ...
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04/05/2010 -
A mulher chopiniana
Em homenagem à Chopin, um certo deus pianista criou a mulher chopiniana. Sem dúvida, uma das mais imaginativas incursões pelo mundo do compositor, tanto no plano estilístico quanto emocional. Uma mui digna criação. Diante dela, nossos ouvidos são imediatamente capturados. Cada nota vinda de seu corpo vale um disco inteiro. É belíssimo acompanhar o balançado dessa mulher na Polonesa em lá bemol maior.
Virtuosística e irresistível, a mulher chopiniana é puramente sonora. Ela consegue reescrever Chopin em atos e desacatos seus construindo em si novas obras de arte. Olhos e bocas, braços e pernas, seios e coxas, cabelos e pés, fronte e nádegas vão se desenhando em linhas melódicas e harmônicas. Ela não nega, tampouco afirma Chopin. Apenas faz dele sua identidade. E é válido lembrar que o compositor polaco viveu a era romântica das artes. ...
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03/05/2010 -
A cartola da mágica
A cabeça da mulher amada é como cartola de mágico, dela pode sair de um tudo. De brisas agradáveis a tsunamis devastadoras, de dias ensolarados a dilúvios divinos, de camafeus a pimentas dedo-de-moça, tudo é possível e permitido quando se trata dos pensares da mulher amada. Há quem se pele todo diante da figura da mulher amada pensadora, extremamente reclusa e desapegada de olhares.
O que pensa a mulher amada? É isso que todo homem apaixonado quer saber. Há quem empenhe a própria vida na descoberta deste que é um dos maiores segredos da humanidade. Para religiosos, a cabeça da mulher amada esconde outra bíblia tão temida quanto os evangélicos apócrifos. Para filósofos, o pensamento da mulher amada é algo que transcende a compreensão humana. Para matemáticos, uma conta irracional que pende para a numerologia. ...
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