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Encontrados 3193 textos. Exibindo página 41 de 320.
26/10/2015 -
Banhação
Banho de chuva. Banho de manjericão. Banho de luz. Banho de sal grosso. Banho de poeira. Banho de perfume. Banho de ilusão. Banho de confete. Banho de ouro. Banho de mel. Banho de lavanda. Banho de sabonete. Banho de lama. Banho de açúcar. Banho de fogo. Banho de tinta. Banho de areia. Banho de folha. Banho de flor. Banho de semente. Banho de raiz. Banho de verde. Banho de música. Banho de loja. Banho de prazer. Banho de espuma. Banho de bruma. Banho de mar. Banho de rio. Banho de cachoeira. Banho de ar. Banho de chocolate. Banho de língua. Banho de fé. Banho de energia. Banho de todo dia. Banho de lua. Banho de prata. Banho de choro. Banho de sol. Banho de verniz. Banho de anis. Banho de brilho. Banho de balde. Banho de caneca. Banho de chuveiro. Banho de banheira. Banho de orvalho. Banho de gato. Banho de chuva.
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10/11/2014 -
Banho de chuva
Tomar chuva não é para qualquer um. É preciso ter uma elegância natural para se viver um bom banho de chuva. Primeiro, é bom que se diga, nada de sair correndo ou se cobrindo seja lá com o que for. Conta pontos negativos também para aqueles que não veem a hora da chuva passar ou de chegar ao telhado mais próximo. Os passos têm de ser espontâneos ligados diretamente ao prazer que há nisso tudo. Também não é permitida qualquer reclamação durante esse momento mágico, seja ela dita ou pensada. Danças e cantos são bem aceitos desde que em harmonia com a chuva, jamais tirando dela o protagonismo da história. É fechar os olhos e se conectar com aquele tempo. É sentir tudo de ruim sendo limpo pela chuva. É perceber sonhos, já dados como perdidos, recuperarem a cor, o viço, a seiva... É se comunicar com deus. De maneira alguma o corpo deve se curvar ou se encolher pelos efeitos da chuva por mais fria que ela seja, pelo contrário, é preciso se oferecer à chuva. Nada de se preocupar com sapatos, roupas, cabelo, maquiagem... Tudo isso é menor do que os bens trazidos pela chuva. Portanto, ao ver o horizonte chuvoso a sua frente pense duas vezes se está preparado para se dar à chuva.
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28/01/2012 -
Barba estrela
Eu, a reencarnação do pirata barba estrela, navegarei pelos sete mares, pelos cinco continentes, pelos mundos real e imaginário até encontrar a cidade perdida onde brilha o sol de rubi. Por minha perna de pau, juro que navegarei e não descansarei até atracar no cais perdido da cidade proibida. Lá a rainha da terra submersa me espera com seus olhos de redemoinhos. Quero prender a imagem dessa mulher em meu olho de vidro e deixá-la nua no escurinho do meu tapa-olho.
Marujos! Todos ao convés. Levantem suas espadas e coloquem a solidão para andar na prancha. Os tubarões da escuridão estão famintos. Minto, eles estão sedentos de sangue. No fundo do mar tem um galeão afundado por um canhão. Coragem! Vamos desbravar o desconhecido, enfrentar monstros ancestrais e encontrar o amor jamais vivido por outros casais, tempos adiante ou tempos atrás. ...
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10/12/2008 -
Barbárie, barbárie
Quero um elmo, uma armadura, um escudo e um cavalo marchador. Não, não quero ser um cavaleiro da Távola Redonda ou um novo Dom Quixote de La Mancha, quero apenas passar incólume por essa multidão que não sabe para onde e nem por que o vai com esse passo desmedido, corrido, iludido. Quero blindar-me, quero isolar-me, quero exorcizar-me desta seita de passistas e motoristas e ciclistas e motociclistas - os artistas do caos. E enquanto as donzelas se fartam dos bárbaros que passam sobre suas janelas, as senhoras da sociedade expurgam: barbárie, barbárie! ...
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18/01/2013 -
Barco meu
O meu barco vai sair do cais dos olhos de uma morena. O meu barco vai seguir mar adentro rumo ao que me disse uma pequena. O meu barco vai ziguezagueando pelas ondas livre da matemática e de seus teoremas. O meu barco vai poético, num sentimento carnal e fonético feito gaivota. O meu barco vai deixar para trás sem pena todos os dilemas da cidade grande. O meu barco é afinado na nota do coração. O meu barco é o tempo que expande sem parar. O meu barco é movido ao verbo gostar. O meu barco tem como comandante um pirata da ilusão. ...
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31/12/2015 -
Barco rumo ao mar
Uma boa sorte para você. Toma o barco e confia no tempo que vai te levar rumo ao mar. Escolha o seu rio, sem medo, e deixa o barco correr ao vento que deus dá. É você quem segue nas águas e águas passadas têm que ficar para trás. São as águas novas que te chamam, que sustentam teu barco e te tão de beber. Aceite o que vem pela frente de bom grado e tudo mais deixa acontecer. Não pense no que está lá na frente, deixa fluir, o rio da vida leva o que tem para levar no seu tempo, com certeza e beleza, ao mar. E o mar é o todo, é onde a gente quer chegar, é onde a gente vai se encontrar com tudo o que sempre quis. O rio é sinuoso, sobe e desce, às vezes dá alvoroço, é mais largo ou mais estreito, mais fundo ou mais raso, dependendo da passagem, toda hora muda a paisagem, mas é o rio da vida que nos dá ao mar, como barquinhos cheios de sonhos e pedidos às mãos de Iemanjá. Deixa clarear. Deixa raiar. Deixa correr o rio que há em você. E vamos ao mar, vamos nos entregar, vamos nos deliciar com cada curva do rio. O hoje não volta. E o agora está mais perto do amanhã do que se pode imaginar. Viva o rio da vida, com tudo o que ele pode te oferecer, sem deixar de sonhar, desejar e se ter com o mar.
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14/11/2009 -
Bastidores do amor
Sem qualquer aviso, o amor chega na ponta dos pés para não acordar as defesas do medo. É como um vírus trazido pelo vento, entrando pela fresta do nosso corpo sem ninguém perceber. Ao contrário das pestes, tem aspecto doce e discurso leve. No entanto, toda candura se finda quando o amor violenta o pretendido coração. Em poucos segundos toma-o com a virulência dos exércitos das antigas civilizações. Não é à toa que amor e coração se confundem, afinal, é ali que o sangue se derrama por todo o corpo. Amor, plasticamente, é paraíso. Fisiologicamente, guerra. ...
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11/11/2015 -
Bate no peito caboclo
Bate no peito caboclo que é. Pede respeito, grita sua fé. Bate no peito índio cacique pajé. Avisa que chegou e que a luz já raiou. Não deixa mal algum de pé. Bate no peito e faz trovoada. Leva todo ódio, olho-gordo, maldição a bater em revoada. Bate no peito com seu jeito próprio. Bate no peito para despertar todo amor que há. Bate no peito e faz estrondar. Faz o seu canto e com o seu encanto jaz o meu pranto. Evolução do guerreiro que bate no peito se fazendo inteiro. Bate no peito como quem bate numa árvore acordando sua natureza. Bate no peito como quem bate na pedra chamando o que há para além da sua dureza. Bate no peito como quem bate no coração evocando sua pureza. Bate no peito caboclo que é. E não é caboclo qualquer. Bate no peito levantando toda vida dos ninhos, dos leitos, das fogueiras, das cachoeiras, das pedreiras, das matas inteiras, dos caminhos de deus. Bate no peito e que as coisas ruins digam adeus.
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18/12/2010 -
Bateau Mouche
Minha vida afunda nos seus olhos fundos da dor que lhe inunda. Meus passos naufragam em seus braços seguindo o compasso das ondas. Ronda você os meus dias como maresias de um mar que me quer a pique. Replique as minhas vontades que já vão dentro de garrafas, litros de saudade e solidão, à procura de olhares, cidades e salvação. Seu vento a revés rasga meu convés. Entre um país basco e um adeus monegasco aperta-me rompendo o meu casco. Com seu jeito de menina você me leva a mil léguas submarinas. A tragédia anunciada e as bailarinas d’água. ...
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02/09/2010 -
Bater um tambor
Vamos bater um tambor, meu amor, que a noite é de lua cheia. Vamos bater um tambor, meu amor, incendeia. Vamos bater um tambor, chamar o preto velho e o caboclo roncador. Vamos bater um tambor, tomar banho de flor, de mato e de pipoca. Vamos bater um tambor, e fazer macumba e fazer kizumba falando de amor. Vamos bater um tambor, dançar com Iansã, caçar com Oxossi, sorrir pra Xangô. Vamos bater um tambor, meu amor, pedir ajuda para o babalaô. Vamos bater um tambor, senhora, pro senhor do tempo. Vamos bater um tambor, senhora, no terreiro de dentro. Vamos bater um tambor, rodar a saia e segurar nas palmas. Vamos bater um tambor e lavar as almas. ...
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