Daniel Campos

Imprimir Enviar para amigo
02/09/2010 - Bater um tambor

Vamos bater um tambor, meu amor, que a noite é de lua cheia. Vamos bater um tambor, meu amor, incendeia. Vamos bater um tambor, chamar o preto velho e o caboclo roncador. Vamos bater um tambor, tomar banho de flor, de mato e de pipoca. Vamos bater um tambor, e fazer macumba e fazer kizumba falando de amor. Vamos bater um tambor, dançar com Iansã, caçar com Oxossi, sorrir pra Xangô. Vamos bater um tambor, meu amor, pedir ajuda para o babalaô. Vamos bater um tambor, senhora, pro senhor do tempo. Vamos bater um tambor, senhora, no terreiro de dentro. Vamos bater um tambor, rodar a saia e segurar nas palmas. Vamos bater um tambor e lavar as almas.

Vamos bater um tambor, meu amor, com a benção da iyalorixá. Vamos bater um tambor, meu amor, falar Iorubá, nadar com Iemanjá. Vamos bater um tambor, receber a pomba gira. Vamos bater um tambor, meu amor, que a vida vira. Vamos bater um tambor, ficar nu, cantar Exu. Vamos bater um tambor, minha mulher, tenha fé, sou da Umbanda, sou do Candomblé. Vamos bater um tambor, fazer uma amarração, um feitiço, um reboliço pra cá e pra lá. Vamos bater um tambor, meu amor, com mãe e pai de santo nas contas de Iaiá. Vamos bater um tambor, meu amor, oferecer comida e bebida pro nosso orixá. Vamos bater um tambor, meu amor, e sentir nosso coração saraivar num saravá.


Comentários

Nenhum comentário.


Escreva um comentário

Participe de um diálogo comigo e com outros leitores. Não faça comentários que não tenham relação com este texto ou que contenha conteúdo calunioso, difamatório, injurioso, racista, de incitação à violência ou a qualquer ilegalidade. Eu me resguardo no direito de remover comentários que não respeitem isto.
Agradeço sua participação e colaboração.

voltar