Daniel Campos

Prosas

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05/11/2013 - Anti-trágico

O que eu quero fazer? Nada! Poderia responder tudo, mas seria muita pretensão diante do cansaço que me envolve. Cansaço de tudo, ou melhor, quase tudo. Eu quero ficar à deriva. Náufrago num oceano de sentimentos. Se redes não me enjoassem, queria uma rede com suas pontas amarradas em estrelas. Revoluções, guerras, mudanças de sentido e direção precisam de muito suor. E eu quero sombra e mordomias. E se for muito, quero apenas que me deixem quieto, em paz, em sintonia com meus pensamentos.
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02/02/2011 - Anúncio de carnaval

Quem é a mulher que entra no carro como se fosse Cinderela. Ao ritmo de Phill Collins, joga suas tranças pela janela. Assim, sonhos e poesias trançados em sua cabeça vão ganhando estrada. Conversa de leis, quebra normas, escreve uma nova constituição enquanto dá trela à bela que reflete no espelho. Será mulher ou a materialização do verso de um poeta esta que agora pede carona e se ajeita na poltrona e ressona. Em poucos minutos se torna dona dos meus enredos e medos.

Quem é a mulher que escorre as pernas pelo assento, que se alimenta de vento como cata-vento? Quem é a mulher que canta uma canção enquanto verseja que sim e que não? Quem é a mulher que cruza o meu caminho no meio da rua e fala de destino no signo da lua? Quem é a mulher que não fala de onde vem nem para onde vai? Ela se torce, se contorce, toma posse dos meus olhares. Ela está ao meu lado, à frente, atrás, enfim, em todos os lugares. ...
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Ao cair da tarde

Ao cair da tarde, tento conversar com as rosas de Cartola. Mas elas me dizem silêncio. Ao cair da tarde, coloco um verso de Vinícius num copo ao lado de duas pedras de gelo. Ao cair da tarde, o mundo se transforma em uma grande Ipanema. Ao cair da tarde, arde o tom de um piano imaginário. Ao cair da tarde, o sol ainda suspira. Ao cair da tarde, vem uma tristeza, uma saudade, como se o mundo pedisse maysa. Ao cair da tarde, as folhas de uma mangueira caem secas. Ao cair da tarde, a lua se tranca no camarim e finge ser estrela. Ao cair da tarde, os poetas ainda estão grávidos de sonhos. E vêm as dores das primeiras contrações. ...
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04/12/2014 - Ao final de tudo

Ao final de tudo ainda estou aqui à procura do que me faz feliz. Ao final de tudo ainda estou aqui louco de amor por quem é dada a loucuras. Ao final de tudo ainda estou aqui disposto a cruzar os limites que levam ao céu ou ao inferno em busca do que me realiza. Ao final de tudo ainda estou aqui escrevendo feito um índio que não escreve em papeis, mas em almas. Ao final de tudo ainda estou aqui na ciranda do sim e do não brincando de talvez. Ao final de tudo ainda estou aqui certo de que tudo vai dar certo mais dia menos dia seja no plano da realidade ou da fantasia. Ao final de tudo ainda estou aqui me fazendo reduto da esperança que desde criança mora em mim. Ao final de tudo ainda estou aqui para o que der e vier em matéria de sentimento. Ao final de tudo ainda estou aqui forte como um colibri. Ao final de tudo ainda estou aqui com minhas asas abertas e meu coração em disparada. Ao final de tudo ainda estou aqui para me despedir do que vai, a gosto ou contragosto, ficando pra trás. Ao final de tudo ainda estou aqui inteiro em meus pedaços. Ao final de tudo ainda estou aqui doando a minha imaginação a um mundo mais poético onde os amantes possam viver e sofrer em paz.


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01/07/2012 - Ao lado de Vovó Marilu

Vovó Marilu me contou o que tiveram coragem de fazer comigo. Vovó Marilu me avisou sobre quem me quer bem, quem me quer mal. Vovó Marilu me falou sobre o que pensam e o que sentem contra mim. Vovó Marilu me alertou sobe as pragas, as invejas, os ciúmes, as maldades. Vovó Marilu denunciou os planos e ações daqueles que causam temor. Vovó Marilu desmascarou aqueles que me fingem amor.

Vovó Marilu fez uma rezaria para afastar quem me quer caído. Vovó Marilu me abriu os olhos, me pediu um coração precavido. Vovó Marilu chamou o Povo das Cachoeiras para me dar proteção. Vovó Marilu me entregou às mãos de Oxum. Vovó Marilu confessou que a princesa Iracema está e estará presente. Vovó Marilu chamou o Povo das Pedreiras para quebrar essa corrente de maldição. Vovó Marilu sabe que Xangô não descansa enquanto não faz Justiça. ...
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08/11/2015 - Ao lado do seu namorado

Olha pro meu lado, chama-me de seu namorado e se for capaz esqueça-se do meu passado. Beija meu ser, toma-me de assalto, completa em mim o seu ato, deseja o meu querer, morda meu corpo e me dê seu sopro criador. Acasala-me nas suas casas, deixando-me ser o seu botão. Pelo amor que tem, imagina-se na minha imaginação. Pensa no que você pode fazer dentro da minha cabeça, sem medo de qualquer sentença. Voa livre pelos meus pensamentos fazendo seus arranjos, ora me fazendo seu demônio ora seu arcanjo. Toca a minha vida como quem toca boiada, abrindo suas picadas em meu íntimo e achando a saída do meu labirinto. Eu não minto, me borda e eu pinto você sem pincéis, mas com buquês. Coloca em mim os seus bebês e trama pela minha cama seu romance além de todo e qualquer alcance. Olha pro meu lado, chama-me de seu namorado, consorte de sua rainha, e conspira com a minha morte para o meu final ser feliz. ...
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12/10/2015 - Ao passo de Yucatã

A corte de Yucatã
Coloca-se a postos
Com indumentárias
Para todos os gostos
E sai entre a manhã
E a noite à conjunção
Do sol e da lua
Forças do ministro
Do astral superior
E com a irradiação
Lá se vai toda dor
Todo cansaço
E vem um abraço
Interior
O ontem e o amanhã
No mesmo laço
Num só passo
Povo de Yucatã


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22/10/2008 - Ao seu passo, a poesia vai longe

Ao seu passo, a poesia vai longe. A viagem mais longa parece ser quando ela deixa o interior de mim para ganhar o papel. No entanto, as palavras não param de correr mundo, nem mesmo depois de serem tatuadas em uma folha em branco. Dia desses, elas foram ao Rio de Janeiro, em plena tarde de sol. Pertinho da princesinha do mar Copacabana, do Cristo Redentor de braços abertos sobre a Guanabara, do cruzamento da Tom Jobim com a Vinícius de Moraes, elas foram parar na boca de Leda Nagle. A apresentadora do Sem Censura, exibido pela TVE Brasil, leu, ao vivo, uma crônica que há tempos escrevi sobre o cotidiano que a cerca. ...
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17/07/2013 - Ao seu tempo

Todo rei mais dia menos dia vai deixar de reinar. Todo pecado mais dia menos dia vai ser santificado. Todo guarda-chuva mais dias menos dia vai se molhar. Todo futuro mais dia menos dia vai ser passado. Todo pirata mais dia menos dia vai naufragar. Toda boca mais dia menos dia vai ser beijada. Toda expectativa mais dia menos dia vai ser quebrada. Todo pássaro mais dia menos dia vai deixar de voar. Toda brincadeira mais dia menos dia vai perder a graça. Toda pedra mais dia menos dia vai ser vidraça. ...
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19/06/2015 - Ao sol do mar

Coloca o chapéu, seu moço, e vai ver o sol brotar na areia. Tira o véu, dona mocinha, e vamos ver o céu que se incendeia. Não se esqueça dos óculos escuros, mas se esquecer, por favor, fecha os olhos e mergulha fundo no sentimento ao seu redor. Não freia em direção ao mundo que clareia. Serpenteia pelo amor que nos rodeia. Caia na teia do vento e busque nas nuvens o seu alento. Deixa a onda do mar se quebrar nas suas costas. E faça com que seu desejo seja servido em postas. E ao fim de tudo, cego, mudo ou surdo de paixão, diz que gosta de suar e se molhar no corpo da ilusão.


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