05/11/2013 - Anti-trágico
O que eu quero fazer? Nada! Poderia responder tudo, mas seria muita pretensão diante do cansaço que me envolve. Cansaço de tudo, ou melhor, quase tudo. Eu quero ficar à deriva. Náufrago num oceano de sentimentos. Se redes não me enjoassem, queria uma rede com suas pontas amarradas em estrelas. Revoluções, guerras, mudanças de sentido e direção precisam de muito suor. E eu quero sombra e mordomias. E se for muito, quero apenas que me deixem quieto, em paz, em sintonia com meus pensamentos.
Estou pronto para ser resgatado, abduzido, levado pelo vento, pela enxurrada, pela cegonha de volta a um novo começo. Estou à disposição dos sonhos, que podem fazer comigo o que bem quiserem. Nada de complicações, de interrogações, de prisões. Estou nas mãos do amor. Quero planar como avião de papel, flutuar como bolha de sabão, levitar como corpos apaixonados. Nada que me peça muito esforço e que não me apeteça. Hoje quero ser totalmente e escandalosamente anti-trágico.
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