Ou exibir apenas títulos iniciados por:
A  B  C  D  E  F  G  H  I  J  K  L  M  N  O  P  Q  R  S  T  U  V  W  X  Y  Z  todosOrdernar por: mais novos
Encontrados 3193 textos. Exibindo página 74 de 320.
06/11/2014 -
Ações emergenciais
Toma a minha cabeça. Sacuda o meu juízo. Assalta minha alma. Encurrala minha razão. Dispa de uma só vez a minha sensatez. Bota minha vida na sua mão. Executa desejo por desejo. Vira meu ser pelo avesso. Endireita meu rumo pro seu lado. Assusta o meu medo. Olha no olho. Trema minhas certezas. Domina o que não dei conta. Sopra essa neblina. Diga-me onde pisar. Cala a minha incompreensão. Esculacha minha divagação. Fantasia meu eu-realidade.
Seja o primeiro a comentar
05/11/2014 -
Faça tudo de novo
Faça minha barba. Corta minha unha. Escolha a minha roupa. Espere-me pra comer. Use meu perfume predileto. Leia meus versos. Massageie meu corpo. Ouça minhas dores. Divida o chuveiro comigo. Pergunte como estou. Envie-me quebras de rotina. Sonhe meus sonhos. Se entregue ao meu destino. Prova da minha fé. Toma-me de amor. Chama-me de seu. Sinta ciúme. Ofereça-me o melhor pedaço da sua vida. Casa comigo todos os dias. Peça colo e dê colo na mesma intensidade. Queria estar comigo. Não esconda o choro. Esteja sempre pronta pra viajar nas minhas viagens. Encoraja-me. Leva-me para você.
Seja o primeiro a comentar
04/11/2014 -
Fez-se o vagalume!
O pássaro deus me contou que tudo se consternou quando a menina se vendo sozinha chorou. E a terra se abriu e o céu rugiu e o fogo frigiu com tão doído pranto. Os altos comandantes estelares rendidos ao encanto da pobre menina ofereceram uma chuva de estrelas e uma combinação ruiva de flores nascidas em cometas. E teve até anjo fazendo careta diante de tanta corneta que ecoou pra levar consolo à menina que de sozinha chorou. Seu choro suplicou aos píncaros do infinito e chegou bonito aos ouvidos do criador. E foi então que deus criou dos olhos daquela menina cega de solidão um pequenino coração de luz com asas para guiar os cegamente apaixonados. Fez-se o vagalume. ...
continuar a ler
Seja o primeiro a comentar
03/11/2014 -
De volta
De volta depois de um período afastado de mim. Após o reencontro com minha essência, estou de volta para as letras. Minhas mãos já estavam saudosas da tinta fresca. A relação entre escritor e tinta é a mesma de criança e melaço. Os abusos e o modo de se alimentar, inclusive com direito à lambuzações, está perdoado. Como de sempre, a imaginação voa alto, longe, na altura do inacreditável. Desafinado, meu único piano possível acabou sendo o teclado de um computador. E é nessas teclas que bato meu sentimento como que marcando almas, como que tatuando corações, como que acionando flechas cupidinianas. Como podem observar, estou de volta e para ficar.
Seja o primeiro a comentar
28/10/2014 -
Nada do que já foi
Toma seu rumo e parta já daqui. A porta está aberta esperando você partir de uma vez. Meu caminho é nascente e não quero nada nele que nele lembre o poente. Uma nova vida noiva comigo. Subo ou não com ela ao altar? Será que me caso com o desconhecido ou rodo-rodo no mesmo lugar? Só sei que na minha estrada não cabe nada do que já passou por mim e nada deixou.
Seja o primeiro a comentar
27/10/2014 -
Caboclo daqui
Eu sou o caboclo daqui. Essas matas têm a cor dos meus olhos. Esses ventos dizem o que eu quero dizer. Cavalgo nas estrelas. Tudo o que me mandam de ruim o riacho carrega pro mar. Piso em terras astrais. As penas que me enfeitam são de espíritos que cantam e têm asas. Meu sangue é guerreiro. Meu coração derrama seiva. Meu corpo é fechado como o cerne das árvores milenares. Trago uma sementeira nas palavras. E meu grito quebra pedreira, rasga céu, sacode mato. O relâmpago me clareia. Minha alma é de fazer revoada. Minhas terras não se cercam. Minhas flechas me guiam. Minha razão é forte e minha paixão verga a morte.
Comentários (3)
26/10/2014 -
O barco e dona Mocinha
O barco da morte chega pra perto dos zóio de dona Mocinha, que espia tudo de sua cadeira encostada no pé da janela. E ela vai vendo aquela embarcação engolindo as ruas de pedras, as beiradas das casas, os cachorros vira-latas que são cortados pelo casco daquele navio antes mesmo de latirem seu latido de fome. Dona Mocinha não tem medo. Já enfrentou de tudo nessa vida, de tuberculose a marido beberrão. É pequenina, dos ossos tortos, mas valente que só. É como vela que queima enfrentando a boca do vento. E depois de tanto choro derramado e queimado, desses que queimam por dentro chamuscando a alma, ela vê sua chama se esvaindo. O barco com os corsários negros se aproximam. Na proa, gente que ela não via desde o caixão. E estão lá, felizes, acenando para ela. Fica ressabiada, mas acena de volta. Sabe que não vai poder fugir daquelas águas. E mesmo se quisesse suas pernas já não têm firmeza para correr. Também não há para quem gritar socorro. As filhas já cuidam dela pelo amor de deus. Mesmo com céu limpo, dona Mocinha enxerga a tempestade que traz aquele barco. Seus olhos se enchem de uma água salgada, as mãos firmam nos braços da cadeira e ela suspira lembrando que quando mocinha queria ser marinheira das histórias de pirata que ela ouvia dos livros que nunca soube ler.
Seja o primeiro a comentar
25/10/2014 -
Mato luzido
Descobri que não sei nada de mim. Desconheço minhas vontades. Não me reconheço no espelho. O que eu quero agora, logo mais desquero. Não sei o que serei. Tenho medo de saber quem sou e descobrir que nada sou além do sonho que ainda não veio. Eu era fantasia, mas ontem ela foi embora sem se despedir. Sou a poesia que ainda não escrevi. Sou o que nunca vivi. Eu não sei se sou de chorar ou de sorrir, cada hora me dou de um jeito e tem dia que tenho certeza de que eu não tenho mais jeito. Sou cheio e vazio ao mesmo tempo. Sou o futuro-do-pretérito-mais-que-imperfeito. O eleito da solidão. Lágrima por lágrima, sou o que carrego. E muitas vezes, eu me assumo e eu me nego, vindo de arrasto. Sou mugido que ecoa no pasto deserto. Sou o que está longe e o que está perto. Sou mato luzido, crescido e não sabido.
Seja o primeiro a comentar
24/10/2014 -
Seres cíclicos
Tudo na vida terrena tem fim, afinal a vida é cíclica. É fundamental se compreender isso para conseguir ser feliz. Nossos corpos têm fim. Nossos bens materiais têm fim. Nossos sonhos mundanos têm fim. Por que a lua nos envolve tanto? Simplesmente porque ela é como nós, cíclica. Inventamos os calendários e relógios justamente para nos sentir confortáveis em ciclos. Tudo nesta vida de encarnados tem um começo, um meio e um fim. E isso é inevitável. Mesmo os relacionamentos jurados para sempre acabam sendo interrompidos pela separação do casal por meio da morte de um deles. Eu acredito na imortalidade, no infinito, no eterno, mas em relação ao espírito. O nosso espírito que é o conjunto de vidas que tivemos ao longo da história e reúne em si todas nossas experiências, inclusive, todas nossas almas. Portanto, não se iluda de que algo ou alguém não vai acabar mais cedo ou mais tarde. Lembre-se dos mais velhos que diziam que tudo é passageiro. Portanto, quanto mais cedo você entender que a vida terrena é cíclica, praticando o desapego e compreendo as perdas, mais fácil será alcançar a felicidade. Tudo o que vivemos tem uma razão, por mais misteriosa que seja. Quando nossa missão com alguém, por exemplo, chega ao fim, a tendência é nos desligarmos dessa pessoa e procurarmos realizar outras missões. Não estamos a passeio, mas a trabalho. Temos de buscar fazer nossos resgates e encarar a vida que nos foi concedida como uma série de tarefas a ser realizada. Não dá para se acomodar. É de extrema necessidade tentar cumprir, com êxito, o maior número de ciclos possível. Somos, enquanto encarnados, seres cíclicos e isso é inconteste. ...
continuar a ler
Seja o primeiro a comentar
23/10/2014 -
Eu sonho, eu mudo
Eu quero mudança. Chega do mesmo do mesmo. Não dá pra continuar no vermelho se também há a possibilidade do azul. Temos sempre que ter mais de um caminho. Ter olhos e coração abertos. Não dá para seguir sendo roubado. Não dá para insistir no que está errado. É preciso dar uma chance ao novo. É preciso mudar para evoluir, para avançar, para ser diferente. Quem sonha, quer mudança. O sonho é a transformação da realidade. Eu sonho, eu mudo.
Seja o primeiro a comentar