Daniel Campos

Prosas

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Encontrados 3193 textos. Exibindo página 45 de 320.

31/08/2015 - Anjos e banjos

Pelo amor de todos os anjos
Eu estou aqui aos seus pés
Doando-lhe as minhas asas
Para você poder voar alto,
Fazendo uma nova estrada,
Em busca do que já é seu...

Pelo ardor de todos os banjos
Eu, no auge da paixão e da fé,
Deixo o meu coração em brasa
Pra você pisar com seu salto
E não se preocupe, amada,
Não doerá mais do que já doeu...


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31/08/2015 - Mapa coração

Já nos esquecemos de tantos momentos que não eram para ficar. Já deixamos tantos de nós mesmos pela estrada alongada a ponto de nos perder de vista. Já contamos tantos segredos que hoje não importam a mais ninguém. Já não alcançamos mais com nossos braços longos muitos daqueles que juramos manter perto de nós. Já nos doemos tanto que hoje estamos anestesiados pelo tempo a ponto de poder pisar nos cacos de nossas fantasias sem mais se machucar. Já nos desapaixonamos tanto mesmo sabendo que precisamos nos (re)apaixonar várias vezes ao dia. Já criamos tantas e quantas rotinas mesmo sabendo que o mapa da vida é o coração.


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30/08/2015 - Na outra pele

E se você tivesse nascido elefante com todo mundo de olho no seu marfim? E se você tivesse nascido leão vivendo para ser caçado por prazer? E se você tivesse nascido baleia ganhando arpões para virar óleo? E se você tivesse nascido arrara fugindo o tempo todo para não perder as penas? E se você tivesse nascido foca defendendo a própria pele sem defesa? E se você tivesse nascido árvore sendo cortada e queimada sem poder fazer nada?


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29/08/2015 - Fazendo amanhecer

O que é, o que é essa força, essa paz, esse amor? É a luz de um preto-velho que vem chegando de uma estrela que não se enxerga daqui. Chega e clareia tudo, ilumina por dentro, toca fundo no sentimento. Cura por meio do amor e traz à tona as lágrimas mais fundas, afastando o peso que nos deixa corcunda, limpando-nos de todas as lástimas. É leve como vento e intenso como tempestade, mas é manso feito chuvisqueiro e forte tal o broto que rompe pela luz um tempo de clausura.

É Pai João, é Mãe Tildes, é Pai Zambô, é Vovó Maria Conga, é Vovô Nazário, é Vovó Marilu, é Vovô Agripino, é Vovó Benedita, é Pai Joaquim, é Mãe Laura, é Pai José, é Mãe Rosário, é Pai Crispim. É preto e preta velhos da Mata, da Cachoeira, da Pedreira, de Aruanda, do Congo, de Guiné, da Caridade, das Almas, de Enoque. São mentores, são professores, são amores incondicionais que ao vir deixam um rastro de luz. São de outros planos e conhecem tão bem nossos planos. Estão a anos-luz de nós e ao mesmo tempo tão perto se doando e nos amando de uma forma que foge à incompreensão humana. ...
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28/08/2015 - Para que tudo se encaixe

A minha oração é para que tudo se encaixe. Que o tempo venha e apare as arestas, mas que o tempo também permita a continuidade do nascimento de novas pontas para que tudo amanhã não seja igual o que é hoje e que tenhamos um movimento, ou melhor, uma movimentação, rumo ao que queremos de nós agora para depois. Desejo que tudo se junte, harmonize e se encontre num só amor feito de tantos e quantos elementos que morreremos sem descobrir. E aí está a graça de tudo, viver tentando aprimorar ou manter o encaixe que já existe quando somos feitos um para o outro.


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27/08/2015 - Só não apela

Alinha as linhas da sua mão com as linhas do meu coração e advinha a minha direção. Alinha as vinhas do cálice da sua boca com as minhas videiras e acende minha língua como fogueira de São João. Mancha as estrelas com seu batom e leva o som da sua voz às pérolas mais belas em formação no fundo das ostras do mar profundo. Mela minhas costas e todas as minhas costas com seu mel, pelo avesso do meu céu, e pelas tabelas me rela só não apela dizendo entre os dentes que acabou quando sabe que é pra sempre. ...
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26/08/2015 - Amor sem-vergonha

Por tudo o que é mais sagrado não faça do nosso amor o seu pecado. Nem sempre uma maçã mordida pode ser considerada comida. Larga de inocência, pois não existe segredo quando tudo é praticado aos olhos da nossa própria consciência. Até onde vai a sua querência? Um terço de reza ou um quarto de carne? Morro ou mato por esse amor sem-vergonha que ronrona pelo que quer não se deixando saber até onde dá pé? Que o nosso destino seja o que Deus quiser ou o que o primeiro demônio lhe der em troca de mim que ando bobo com cara de querubim.


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25/08/2015 - Arca turquesa

Os soldados vasculharam tudo não deixando corpo sobre corpo em busca do coração azul. Do sul ao norte foram tombando homens e tomando mulheres de assalto como no mar-alto da paixão. A carne foi secando de prazer e de qualquer outro querer quando o peito se revelava sem a arca turquesa. E foram declaradas guerras e devastadas terras em nome de um procura que não se encerra com a loucura dos homens que matam por uma lenda. E pela história sangrenta o coração magenta não escapa pela fenda.


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24/08/2015 - Duas metades

Amo você independente de todas as coisas que insistem em nos separar. Amo você para além de todas as dores. Amo você num amor de marcas profundas que não quer e nem pode se calar, pois é a voz da alma. Amo você em todas as horas e de todos os jeitos. Amo você para além dessa vida. Amo você se aninhando em mim. Amo você superando lágrimas e angústias. Amo você querendo cuidar da sua estrada para todo sempre desejando que nossas caminhadas permaneçam cruzadas. Amo você mesmo de longe, pois no amor de verdade a distância não importa. Amo você fazendo da despedida a oportunidade de um novo encontro. Amo você desde que lhe vi pela primeira vez num amor intenso e propenso à eternidade. Amo você mesmo que você não queira. Amo você por dentro e por fora. Amo você como um dia, em tempos que já não existem, amaram as princesas – com nobreza. Amo você querendo lhe dar asas, abrigo e calor. Amo você sendo a continuação de seu braço, de sua perna, de sua boca e a completude do seu ser, como num quebra-cabeça complexo de muitas peças que se encaixam perfeitamente feito duas metades. E duas metades, independentemente de todas as coisas que insistem em separá-las, vão para sempre se buscar.


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23/08/2015 - Pipa, balão, lua...

Eu deixei meus sonhos, expectativas e desejos em casa e fui às ruas hoje sem esperar nada de nada ou de ninguém. Sai completamente despido de tudo o que aspiro. Sai sem planejar encontros ou despedidas, beijos ou tapas, gritos ou silêncios. Tranquei em casa tudo o que quero e espero e fui nu ao acaso. Completamente desarmado, pelado de proteção e vontades. Senti-me como uma pipa ao vento, com linha cortada, indo pelo ar sem nada esperar nos braços do tempo dado às imprevisibilidades. Cortei qualquer amarra, rédea, guia... Estou livre entregue ao tempo que me enche como balão. E eu sigo, mesmo pelo sol, no mundo da lua. ...
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