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Encontrados 3193 textos. Exibindo página 32 de 320.
10/01/2016 -
A chuva chega, vem, chama, cai...
A chuva chega e se aconchega em nossos corpos nos trazendo a alegria dos porcos rolando na lama e o intimismo dos amantes se confessando na cama.
A chuva vem e traz também os perfumes dos anjos que cheiram a mato e flor num arranjo de frescor que enche de ardume o coração, que bate encharcado de paixão.
A chuva chama todos os sentidos a se expandirem e dos olhos aos ouvidos tudo fica mais amplo, mais tanto, com mais encanto e inflama em nós o desejo de não sermos sós. ...
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09/01/2016 -
Pela língua, pela boca...
Movimenta a sua língua na minha e pela minha boca. Raspa as palavras da minha garganta como quem tira o melhor do doce do fundo do tacho. Foge dos meus dentes que se caírem aos desejos do meu eu mais carente vão tirar pedaço de você. Vasculha a poesia que adormece pela minha boca esperando a hora certa de nascer. Toma para si os meus gritos e silêncios, os meus gostos e paladares, toca a minha campainha e escorre pelos meus lábios como abelha rainha no mel. E, antes de sair, vá ao céu da minha boca e acenda sua estrela para vê-la brilhar por você chegar.
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08/01/2016 -
A viagem da fantasia
Quem nunca sonhou em fazer o gol do campeonato? Quem nunca quis salvar a garota mais linda da sala? Quem nunca se imaginou no meio de um palco com todos os holofotes voltados para você? Quem nunca saiu do cinema querendo ter ficado na tela, numa história que podia ser sua? Quem nunca fantasiou a vida que atire a primeira pedra. Fantasiar é viajar para onde, de fato, se quer ir. Não importa se tem dinheiro para passagem, se a viagem é longa, se você pode deixar as crianças, o trabalho, a casa, o seu amor... Que seja tudo pela fantasia tomando o coração como guia.
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04/01/2016 -
O que se move
Sou doido por tudo aquilo que se move, que se balança, que se vai adiante. Fascina-me a coreografia das folhas, das nuvens, dos grãos de poeira bailando ao vento. Os olhos enchem d’água vendo o tempo de chuva se levantando no barradão do dia. O bater das asas, seja de pássaros, insetos ou homens tentando voar, encanta-me. O tremer das cordas do violão, o trem saindo da estação, os raios da bicicleta girando, o piscar dos olhos, o abrir e o fechar dos lábios num beijo... Essa movimentaria me move. Os passos da bailarina, da escafandrista, da passista, da colombina, da florista, da flautista marcam-me a fogo e a brisa. O movimento das marés me faz passar horas pensando na engenharia divina e o que dizer do mundo que gira e roda sem parar sem nos enjoar?
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03/01/2016 -
Entre peixes e pássaros
Eu quero rasgar a noite que traz em seus olhos feito farol tombando ao mar só para ter certeza que a gente vai se encontrar pelo oceano de nós dois. E não há de nos faltar água doce enquanto tivermos nossas línguas. Só não corte as unhas, pois, quando sentir frio há de abrir meu peito para se aninhar e, quando sentir medo há de abrir minhas costas e soltar minhas asas que vão te levar para os ninhos dos nossos antepassados que amaram como pássaros e morreram como peixes, e vice-versa, tudo entre o céu e o mar, por escolherem viver com quem amaram.
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02/01/2016 -
Dois em um
Vamos juntos, um pelo outro, outro pelo um. Caminhos cruzados. Amores potencializados. Encontro de ondas que vão se formando, se aumentando e se quebrando juntas. Cordas da mesma viola. Páginas de um livro escrito a quatro mãos. Linhas sobrepostas. Rios que se encontram e correm juntos. Flores que se misturam em polens, cores e perfumes. Nuvens que se esbarram e de dois desenhos fazem um só. Assim somos nós, um em dois, dois em um.
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01/01/2016 -
Festa do tempo
Hoje é o dia de todas as crenças, contagens, encantarias. Hoje todos se sentem novos ou com alguma coisa de novo. Há um simbolismo em carne viva pulsando por todos os cantos. Hoje cada um tem uma cor especial e uma boa explicação para isso, bem como para atitudes estranhas como ver fogos explodindo no céu, pular sete ondas, comer não sei quantas sementes... O amor, a vontade de se estar junto com quem se ama, é latente. E é um tal de fazer lista disso, promessa daquilo, meta para lá e para cá. Alguns rezam apontando para os céus e outros para si mesmos. Todos olham ao relógio e o tempo ganha ainda mais importância. Pensamos em nós, no que cada um vai fazer nos primeiros e nos seguintes minutos do novo ano, esquecendo que nós somos só coadjuvantes da festa do tempo. ...
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31/12/2015 -
Barco rumo ao mar
Uma boa sorte para você. Toma o barco e confia no tempo que vai te levar rumo ao mar. Escolha o seu rio, sem medo, e deixa o barco correr ao vento que deus dá. É você quem segue nas águas e águas passadas têm que ficar para trás. São as águas novas que te chamam, que sustentam teu barco e te tão de beber. Aceite o que vem pela frente de bom grado e tudo mais deixa acontecer. Não pense no que está lá na frente, deixa fluir, o rio da vida leva o que tem para levar no seu tempo, com certeza e beleza, ao mar. E o mar é o todo, é onde a gente quer chegar, é onde a gente vai se encontrar com tudo o que sempre quis. O rio é sinuoso, sobe e desce, às vezes dá alvoroço, é mais largo ou mais estreito, mais fundo ou mais raso, dependendo da passagem, toda hora muda a paisagem, mas é o rio da vida que nos dá ao mar, como barquinhos cheios de sonhos e pedidos às mãos de Iemanjá. Deixa clarear. Deixa raiar. Deixa correr o rio que há em você. E vamos ao mar, vamos nos entregar, vamos nos deliciar com cada curva do rio. O hoje não volta. E o agora está mais perto do amanhã do que se pode imaginar. Viva o rio da vida, com tudo o que ele pode te oferecer, sem deixar de sonhar, desejar e se ter com o mar.
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30/12/2015 -
Sinhá Telvina
Na casa de sinhá Telvina, café acompanha pão com torresmo. Tem bolo saindo do forno toda hora. Comida farta no prato servida quentinha e sempre numa medida maior que a fome. Sinhá Telvina conhece nosso gosto pelo nome. É bacalhau com batata, leitoa pururuca, polenta amarelinha, carne moída soltinha, maionese com limão, croquete, kibe e asinha, quitutes de rei e de rainha. Sinha Telvina gosta de cozinhar e que todo mundo coma de se fartar. Empurra comida, dona Telvina, goela abaixo pra engordar o amor, pra alimentar o sonhador, pra cevar a vida que ela quer por perto com todo afeto. Na casa de sinhá Telvina tem doce da roça, mais do que qualquer um possa comer. Tem doce de abóbora de fiapo, tem doce de pêssego de tacho, tem doce de mamão na cal que foi inventado entre as aldeias e os navios de Portugal. Na casa de sinhá Telvina tem fruta madura e paixão que dura a vida inteira, dentro e fora da geladeira. Na casa de sinhá Telvina fogão não tem descanso e a famosa campainha, que fica na boca da gente, como sino da capelinha, balança toda hora anunciando que o trem da comilança vai passando... Feliz da vida, sinhá Telvina vai cozinhando e amando a gente, que na cozinha vai pelos sabores, temperos e lembranças... Viajando.
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29/12/2015 -
Dias equivalentes
Já foi o Natal. Ano-Novo em aí. Mas já tem gente com a cabeça no Carnaval. E ninguém se lembra mais do Dia de Reis. Comemora-se isso e aquilo, mas datas são apenas datas. Dias datados. Caminhamos pela estrada e cada passo deixa uma espécie de rastro. Umas ficam mais fundas, visíveis, definidas que outras, mas nem por isso há uma mais importante, pois se uma delas não existisse uma dada caminhada não seria possível. Assim é com o ano. Há muitos holofotes sobre determinadas datas, mas todos os dias são equivalentes. É de dia em dia que se faz um ano. É de história em história que se escreve uma vida.
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