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Encontrados 3193 textos. Exibindo página 279 de 320.
21/08/2008 -
Que história é essa, Caymmi?
Caymmi, eu não lhe entendi em nada desta vez. Como é que você foi morrer longe do mar de São Salvador? Você sempre cantou com aquela voz trovejante que seria doce morrer no mar e agora, nem deu oportunidade para ele se despedir de você. Essa história de morrer no concreto da cidade e ser enterrado em terra firme não lhe caiu tão bem. Afinal, o que é que a baiana tem? Além de saia engomada, sandália enfeitada e brincos de ouro, ela tem um jeito todo Caymmi de ser.
Ah! Algodão, o mar dos pescadores e de tantos sonhadores queria tocar mais uma vez esses seus cabelos grisalhos. A Bahia queria reencontrar pela última vez um de seus criadores, mas... Você, como poucos, colocou um quê a mais na terra do Senhor do Bonfim, mas... Já tinha jangada no mar esperando para lhe ver, mas... Para desespero dos orixás, você foi velado na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro e enterrado em um cemitério carioca. Isso não tem nada a ver com Dorival Caymmi. Seu corpo deveria ser velado em uma rede, trançada em dois coqueiros, e, depois, sob a ovação dos berimbaus e das baianas, ser entregue ao mar. Você, com esse estilo tão comum de ser, surpreendeu a todos. ...
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20/08/2008 -
Algemas da (in)justiça
Bandido bom, primeiramente, é bandido algemado. Assim como em qualquer lugar, o criminoso tem que usar algemas independentemente do crime que cometeu. Seja bandido maltrapilho ou bandido de terno e gravata. Depois da desigualdade social, racial e digital, agora surge, com força máxima, a prisional. Eu já acho um absurdo essa questão de cela especial para quem tem curso universitário. Bandido é bandido seja lá qual for o nível dos estudos. E não é preciso ir muito longe para saber que a ordem de privilégios está invertida. Afinal, os que mais estudaram são os mais perigosos, posto que possuem mais conhecimento acumulado. Mas por aqui bandido tem direito a tratamento cinco estrelas. ...
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19/08/2008 -
Perfuma geral
A Índia, segundo país com maior número de habitantes do mundo, recorreu a uma prática inusitada para acabar com o mau cheiro causado pelos lixões. O governo está borrifando perfume nesses depósitos a céu aberto para tentar reduzir o fedor que castiga os moradores das redondezas. A essência, produzida à base de ervas, é pulverizada todos os dias. E não é que os moradores estão satisfeitos com o resultado.
Diante deste fato, sugiro que o Congresso Nacional, as Assembléias Legislativas, as Câmaras Municipais, o Palácio do Planalto, as sedes dos governos estaduais, os ministérios, as prefeituras e tudo o que emana esse fedor político que é produzido no Brasil seja pulverizado com perfume semelhante pelas forças extraordinárias. Eu não agüento mais esse cheiro pútrido que exala dessa politicagem feita em benefício próprio. Corrupção cheira mal, nepotismo cheira mal, mentira cheira mal, falta de compromisso com o eleitor cheira mal... ...
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18/08/2008 -
O artista vai onde o povo está
Chega de cenário artificial e rostos globais. O show de final de ano de Roberto Carlos, se feita sua vontade, será totalmente diferente das edições anteriores. O rei quer se apresentar em uma favela carioca, mais precisamente no Complexo do Alemão. E olha que este conglomerado urbano é formado por nada menos do que 12 favelas. O público, ao contrário de dezenas de convidados famosos, será formado por mais de 100 mil pessoas que são retrato do Brasil que se acha nas ruas.
Roberto é uma das últimas lendas vivas. E nada mais justo que um grande número de pessoas, independentemente da classe social, tenham direito de vê-lo ao vivo e em cores. Já imagino o rei, vestido de azul e branco, cantando: "eu te proponho, nós nos amarmos, nos entregarmos, neste momento, tudo lá fora, deixar ficar"... E o público enlouquecido, entregando-se à magia do eterno jovem guarda. Ao final das muitas emoções, o rei jogaria rosas à platéia, levando poesia a quem sofre com um país tão desigual. ...
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17/08/2008 -
A extinção do brasileiro vencedor
Brasileiro só aceita título se for de campeão, e eu sou brasileiro! Embora eu pense exatamente assim, essa frase não é minha, mas do tricampeão mundial de Fórmula-1, Ayrton Senna. No entanto, essa frase perdeu o sentido ou, melhor, a prática. Nas Olimpíadas de Pequim os atletas tupiniquins estão felizes da vida com seus excelentes maus resultados. O que tem de verde-amarelo radiante por estar entre os últimos não é brincadeira. Será que Freud explica o contentamento de estar abaixo da expectativa? ...
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16/08/2008 -
Que país?
Rússia... Geórgia... Brasil... Tem país que pari e país que mata. Tem país que ama e tem país que nunca ouviu falar disso. Tem país que adota e outros, que são pura anedota. Tem país que abandona, levando o filho a lona em nocaute. Tem país que sabe que é país e tem filho que há muito não sabe o que é ter país, mesmo ele estando ali, próximo, debaixo de nossos pés.
Tem país que dá presente, e país que dá porrada. Tem país por acaso e país que só cria caso. Tem país que não se preocupa com o filho e país que educa. Tem país que não tem tempo, tem país que sofre, tem país que esquece. Tem país que assume e que rejeita a sua missão. Tem país que acaricia e afaga, e outro que alicia e chama a cria de praga. Tem país que só pensa no ócio. Tem país que acha que a nação é um negócio. ...
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15/08/2008 -
Arara Azul
A tara da arara azul é o céu de papel blue. O gingado do lado de lá da capoeira levantou poeira de cá. Ôo arara voou e a baiana suburbana arrastou a saia e deu um passo de arraia, que foi quebrar lá na praia da gandaia. E a arara azul voou no ritmo do pandeiro. Eê eu sou brasileiro. Tem povo guerreiro lá na minha aldeia. Ôo incendeia, é lua cheia. Ôo clareia, é rua de meia.
Lá na minha tribo, a vitória é régia, a história é prévia e o homem alado do sul é considerado inimigo da arara-azul. O pajé já perdeu a fé. O cacique usa aplique. E a índia de cá se deita pra lá do atlântico sul. Tem fitinha do Senhor do Bonfim no rosto do moço e pintura de carmim na louça da moça. A minha terra que tinha palmeiras, hoje tem clareiras e o frevo das madeireiras corre solto pelas ladeiras. ...
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14/08/2008 -
Os volteios do sol
Escandalosamente quente, o sol cai derretido feito calda de chocolate. Chega a causar enjôos e grudar na pele. Aquele calor todo na moleira faz a cabeça latejar. Em meio aos desejos de sombra e água fresca, os médicos advertem para os perigos do astro rei. A insolação me sufoca e me obriga a folgar o nó da gravata. Deveria ser proibido andar de terno em um calor como esse.
Os carros passam de vidros fechados, gozando do frescor do ar-condicionado. Os motociclistas falecem um pouco mais a cada quilômetro debaixo dos capacetes. Os ciclistas abrem os braços para se refrescar. E os pedestres se viram como podem, procurando a copa de uma árvore aqui, uma água-de-coco ali. É uma gente que anda se abanando, suando, escaldando de tanto calor. O sol, impiedoso, espanta, assombra, apavora....
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13/08/2008 -
O fim da cultura do escapamento
Não há mais o que discutir, a saída para melhorar o sistema rodoviário e o clima do planeta é uma só: aposentar o uso de carros, ônibus, motos e similares. É hora de dizer adeus ao escapamento e escolher entre a bicicleta e a asa delta. Já imaginou? Bom tempo aquele em que se andava a pé. O povo tinha mais saúde e a paisagem de fim de tarde era o sol poente e não o engarrafamento.
O petróleo que vira piche é o mesmo que é despejado no céu e, também, em nossa cara. E eu não quero ter um pulmão cheio de piche. A cultura do escapamento precisa chegar ao fim. Para mudar essa poluída realidade nada melhor do que cortar o mal pela raiz. Essa história de rodízio de placa, de corredor de ônibus, de biocombustível não resolvem o problema. O melhor mesmo é fazer essa gente andar a pé. Uma multidão andando e cantando pelas ruas, admirando as flores e cultivando o amor. ...
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12/08/2008 -
Cajus e esparadrapos
Cheiro de esparadrapo, de remédio, de enxofre, de sangue, de dor. Convenhamos, hospital tem um cheiro nada agradável. O aroma, que chega a causar arrepios ao despertar lembranças dolorosas em nossa memória, perfuma toda a redondeza dessas casas medicinais. Digo tudo isso, mas só entro em hospital em último caso. Contudo, costumava passar frequentemente em frente a um dos maiores deles aqui em Brasília. Afinal, era caminho para se chegar ao Santuário Dom Bosco, que guarda a imagem de Nossa Senhora Auxiliadora. Mas em razão do cheiro de remédio e dor beirar o insuportável, fui obrigado a mudar de rota. ...
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