Daniel Campos

Prosas

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Encontrados 3193 textos. Exibindo página 115 de 320.

09/09/2013 - Pra ser feliz

Vá além de suas superstições, de seus dogmas, de seus aprendizados. Esteja pronto para reescrever o texto do destino. Mais do que sonhar, faça um novo final, mudando, desde já, o meio dessa história. A vida é cigana, não para, não para, não para. Fale de amor ao tempo e nunca de tempo ao amor. Cuidado com as palavras lançadas ao vento, que podem vingar nos lugares mais inesperados. Não deixe nós pela estrada, mas também não passe dias e noites desatando nós que você mesmo criou.

Troque de sorte como quem troca de roupa. Não mude de lado. Não ignore os sinais. Não despreze qualquer manifestação de energia. Cuide da terra que um dia cuidará do que vai sobrar de você. Não meça sentimentos, porque sentimentos não têm medida. Permita-se ao encantamento das criaturas mágicas. Entenda que nada é para sempre e que “ser intenso” não é um capricho, mas uma necessidade. Passe antes que passem por você. Só desista de voar depois que deixar de acreditar em asas.


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08/09/2013 - Acordei Gonzaguístico

Hoje eu acordei gonzaguístico. Acordei com Gonzaguinha correndo em minhas artérias, formigando, pulsando, irrigando cada pedaço meu. Hoje acordei com versos de explode coração, o que é o que é, um homem também chora, na ponta da língua. Hoje acordei com vontade de transformar o mundo, de cantar o cotidiano, de mexer com as emoções. Hoje acordei pássaro desejoso de liberdade. Acordei entre suor e serragem. Acordei de volta ao começo. Hoje acordei acreditando na rapaziada e achando tudo uma maravida. Hoje acordei grávido, com um sorriso nos lábios. ...
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07/09/2013 - Independência?

Independência de mentira. Independência de fachada. Independência morta-viva. Independência manipulada. Independência comprada. Independência de papel. Independência da boca pra fora. Independência barata. Independência falida. Independência de quem? Independência para quem? Independência de quê?

Por todos os lados há sinais visíveis de dependência. De pura dependência. De intensa dependência. Há lastros, laços, correntes, alianças, nós tornando tudo e todos dependentes de tudo e de quase todos. Sempre há alguém dependendo de alguém ou de algo. Independência baseada em troca de favores, de influências, de votos. ...
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06/09/2013 - O tempo do amor

De quantos dias depois de lançado a terra o amor precisa para romper a casca e germinar? De quantas semanas depois de rasgado o amor precisa para ser colado por completo? De quanto tempo depois de partir o amor precisa para voltar? De quantos segundos depois de uma briga terrível o amor precisa para perdoar?

De quantas frações de segundo depois de um beijo o amor precisa para incendiar? De quantos meses depois de esquecido o amor precisa para voltar ao auge? De quantos anos depois de replantado o amor precisa para voltar a dar frutos? De quantas viradas de ampulheta depois de ser jogado ao vento o amor precisa para se reencontrar? ...
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05/09/2013 - Não isso e não aquilo

Não faça previsões se for para falar bobagem. Não negue sua mão aos olhos da cigana. Não subestime as cartas achando que tudo não passa de um jogo de sorte e azar. Não invente de saber o amanhã se ainda não entendeu o ontem. Não trate o óbvio revelado como obviedade. Não queira ver os seus desejos refletidos numa bola de cristal. Não ache que as linhas de suas mãos vão para onde você quer. Não fale, ouça o que dizem os santos. Não ignore o que dizem os céus, a terra, o mato, os bichos... Não acenda uma mesma vela para dois ou mais destinatários. ...
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04/09/2013 - Entre isso e aquilo

Entre mortos e feridos, não se esqueça de sobreviver. Entre chegadas e partidas, não se esqueça de acontecer. Entre quês e porquês, não se esqueça de confessar. Entre perdidos e achados, não se esqueça de se entregar. Entre deus e o diabo, não se esqueça de acreditar. Entre águas e vinhos, não se esqueça de passar. Entre dores e amores, não se esqueça de tentar. Entre culpas e culpados, não se esqueça de perdoar. Entre erros e acertos, não se esqueça de se permitir. Entre céus e terras, não se esqueça de voar....
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03/09/2013 - Sequidão

Tudo o que o tempo podia sugar, sugou. Sem piedade. O verde ficou amarelado, apastelado, amarronzado. Nem as ervas daninhas resistiram e tombaram. As sementes secaram antes mesmo de se transformarem em brotos. Fósseis de vidas sem vida espalhados pelo chão. Os ossos das costelas do cachorro furaram a carne. A mina, a fonte, a nascente secaram. A cachoeira virou pedra. Não condeno a confusão entre tempo e medusa, pois ao olhar direto para eles tudo é petrificado.

As lágrimas secaram armazenando dentro dos olhos a tristeza. Os corpos secaram, emagrecendo, com fome e dor. Carcaças de gado espalhadas pelo caminho. E as flores murcharam antes mesmo da floração. Ao contrário de nuvens de chuva, nuvens de pó. Na boca, o gosto infértil da poeira. Tosse, catarro, vómitos de seca. Os rios minguaram, secaram, trincaram. Os peixes se acabaram na lama podre. E a velha senhora morreu entre espinhos tentando salvar seu jardim de rosas.


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02/09/2013 - Joga fora

Joga fora tudo o que atrasa sua caminhada. Joga fora esse excesso de peso, material ou imaterial. Joga fora a bagagem excedente. Joga fora o que não tem utilidade. Joga fora pilhas e pilhas de projetos que não deram certo. Joga fora passagens remoídas. Joga fora o que perdeu a validade, a importância, o gosto. Joga fora o que não tem conserto. Joga fora o que está quebrado, trincado, mofado. Joga fora o que nunca prestou. Joga fora o que está há tempos deixado de lado. Joga fora o que quase deu certo. ...
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01/09/2013 - Salve as matas

Salve as matas e graças a deus. Salve as matas virgens e graças a deus. Salve as matas frondosas e graças a deus. Salve as matas verdejantes e graças a deus. Salve as matas fechadas e graças a deus. Salve as matas vivas e graças a deus. Salve as matas benditas e graças a deus. Salve as matas ensolaradas e graças a deus. Salve as matas intocadas e graças a deus. Salve as matas poderosas e graças a deus.

Salve as matas encantadas e graças a deus. Salve as matas astrais e graças a deus. Salve as matas abençoadas e graças a deus. Salve as matas especiais e graças a deus. Salve as matas viçosas e graças a deus. Salve as matas radiantes e graças a deus. Salve as matas enluaradas e graças a deus. Salve as matas férteis e graças a deus. Salve as matas nascentes e graças a deus. Salve as matas abundantes e graças a deus. ...
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31/08/2013 - Medo da carrocinha

De ponta de pé, ela abriu a porta do quarto e caminhou até a cama, que tinha a forma de cachorro. Sim, ela era apaixonada por esses seres que faziam au-au desde que engatinhava por entre os filhotes de beagles de Juju, que, já há sete anos por ali, sentia-se dona da casa. Esticou seus olhares de tom de canela por debaixo da cama, pelo interior do armário e pelos rodapés de seu quartinho que era guardado por bonecas.

Sim, toda vez que ela saia pedia para que aquelas criaturas de pano e de plástico tomassem conta do lugar não permitindo que o bicho-papão ou qualquer outra assombração colocasse os pés por ali. Não que ela não confiasse nas bonecas, mas precisava conferir se estava tudo bem seguro com seus próprios olhos. Feita a inspeção, pulou na cama que imitava uma pelagem de cachorro deitando num travesseiro que reproduzia a orelha de... um cachorro. ...
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