Daniel Campos

Prosas

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01/02/2014 - Nãooooo

Não, não me esqueça. Não, não me deixe. Não, não pare de me beijar. Não, não vá me abandonar. Não, não se despeça. Não, não deixe tudo nas mãos do tempo. Não, não feche os olhos para mim. Não, não me largue. Não, não me lance à sorte. Não, não desapareça. Não, não pare. Não, não pegue outro caminho que não o que leva a nós. Não, não corte as minhas asas. Não, não me despiste. Não, não duvide do que posso fazer. Não, não seja somente saudade. Não, não me jogue à realidade. Não, não me silencie. Não, não me peça para ir. Não, não me venha com desculpas. Não, não deixe de ser quem é. Não, não me ignore. Não, não se esconda. Não, não negue o amor que há. Não, não se desvie do caminho. Não, não me perca mais. Não, não me julgue mal. Não, não se ausente. Não, não endureça. Não, não adoeça. Não, não se furte de mim. Não, não me queira mal. Não, não me condene à solidão. Não, não me tire as esperanças. Não, não me liberte das expectativas. Não, não me deixe só. Não, não fuja. Não, não tenha medo. Não, não chore. Não, não me solte. Não, não brigue. Não, não me peça o impossível – deixar de te amar. Não, não se furte de escutar o meu coração. Não, não se distancie. Não, não se ilhe. Não, não se desvencilhe de mim. Não, não perca a curiosidade sobre mim. Não, não me apague. Não, não me rasgue. Não, não me queime. Não, não desista de mim. Não, não me diga não. Não, não rasgue o meu coração.


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31/01/2014 - Viva-me

Viva os meus olhos. Viva a minha temperatura. Viva o meu nome, a minha nomenclatura, em todos meus signos, significantes e significados. Viva a minha boca, do beijo ao sorriso e vice-versa. Viva as minhas luzes e as minhas penumbras. Viva o meu perfume, o meu cheiro, a minha fragrância. Viva a minha loucura. Viva o meu caminho. Viva a minha crença, dos humanos aos deuses. Viva o meu corpo. Viva a minha cabeça. Viva a minha sina. Viva a minha coloração. Viva o meu sentido e a minha direção. Viva minhas entradas e saídas. Viva meu cenário particular. Viva a minha roupa. Viva a minha pele. Viva a minha sorte. Viva o meu avesso. Viva a minha missão. Viva o meu continente e os meus arquipélagos. Viva o meu entardecer. Viva o meu propósito. Viva os meus planos, as minhas expectativas, as minhas ideias. Viva a minha cama. Viva a minha postura. Viva a minha trilha sonora. Viva os meus saltos, voos e mergulhos. Viva o meu código natural. Viva a minha lei. Viva a minha falta de medida, de limite, de medo. Viva a minha prosa. Viva o meu quadro artístico, clínico... Viva o meu tempo. Viva a minha emoção. Viva-me.


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30/01/2014 - Perna no mundo

Botar a perna no mundo. Viajar sem saber para onde. Pegar o primeiro avião. Ser abduzido. Navegar de olhos vendados. Sequestrar, raptar, levar ao infinito de qualquer jeito, a qualquer custo, sem medir consequências. Pegar um foguete rumo à lua. Carregar e pedir colo pela estrada afora. Laçar a cauda de um cometa. Ir ao encontro do que lhe espera. Seguir os ponteiros da bússola-coração. Ir sem medo. Deixar-se o mistério lhe levar. Montar em um cavalo encantado ou num pássaro de fogo. Seguir uma estrela de chocolate. Desenhar o próprio destino. Embarcar no trem da imaginação. Tomar fôlego e mergulhar num desejo sem fundo. Morar nos braços do vento. Boiar no céu. Volitar com quem já se foi. Botar a perna no mundo.


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29/01/2014 - Por mim

Eu me dou ao silêncio. Eu faço votos de amanhã ao vento. Eu mergulho no poço mais fundo do meu eu. Eu paraliso minhas atividades exigindo a volta do que sou. Eu tomo boca com o senhor dos sonhos. Eu pastoreio olhares nos campos iluminados. Eu ateio fogo em tochas de coração para afastar a solidão. Eu aprendo a língua dos cata-ventos. Eu aponto lápis para escrever no mundo. Eu ando dobrando esquinas. Eu viajo ora em linhas solitárias ora em linhas cruzadas. Eu volteio a saia do abajur. Eu abro os braços à lua. Eu fujo de encontro ao que me persegue. Eu estradeio por jardins suspensos. Eu revogo o que não diz respeito ao sentimento. Eu valorizo o encontro com a perfeição. Eu me interno no papel. Eu me entrego ao que me rege. Eu faço valer o que me protege. Eu beijo a boca do destino. Eu anoiteço homem e acordo menino.


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28/01/2014 - Hora de sonhar

Apague a luz. É hora de ninar. Seu lobo não vem, é tempo de sossegar. Feche os olhos sem medo. Aquiete o coração. Deixe o sono chegar. Jogue-se nos braços da fantasia que lhe espera para brincar. Liberte-se de tudo o que lhe pesa. Esqueça-se de toda e qualquer dor. Agora, é só você e o sonho. Deixa que ele a leve por onde for.

Se precisar, cante baixinho ou se conte uma historinha. Sim, aquele conto de fadas que você gosta de viver. Puxe a coberta e seu bichinho... Respire devagar. Deixe o sono tomar de conta. As fadas e os elfos esperam por você do lado de lá. Sua pureza vai lhe levar para este mundo de delicadeza. O sonho está aí, veio lhe buscar. ...
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27/01/2014 - Matematique

Subtraia o que lhe importa do que não tem volta. Faça as contas do que valeu à pena e aposte todos os seus créditos nos versos de um poema atemporal. Multiplique o melhor beijo pela vida afora num cálculo maluco e lindo de se viver. Relacione o possível e o impossível num teorema quântico. Faça dos números irreais palavras reais. Some todos os lados do coração (se é que coração tem lado) para encontrar o perímetro do amor e terá a prova de que amor não se mede. Morda os frutos da raiz quadrada. Fracione o seu todo para encontrar outros todos, porque toda parte é um todo. Abuse da regra de três para descobrir passado, presente e futuro. Equacione o quanto você quer para obter o que você deseja. ...
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26/01/2014 - De trem

Vamos de trem meu bem até o mês que vem. Vamos pelos trilhos, pelos estribilhos, pelos espartilhos. Vamos de trem para além da imaginação. Vamos de trem sem porém. Vamos de trem para onde o destino nos levar. Vamos de estação em estação, apitando pelo inverno, outono, verão. Vamos ao balanço do trem nesse vai e vem. Vamos de vagão em vagão dando vazão aos nossos sonhos. Vamos como maquinistas e passageiros vivendo esse trem por inteiro. Vamos de trem como nos convém. Vamos pela paisagem, pela miragem, pela aragem, pela engrenagem. Vamos embarcar mesmo que sem nenhum vintém. Vamos, vamos nesse trem nos fazendo bem.


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25/01/2014 - De volta a Daniel

Toda vez que piso naquele chão vermelho eu me reencontro com o melhor de mim. O Daniel dos sonhos, das esperanças, das fantasias. Um Daniel puro, que dói de tamanha intensidade. Sim, há o real redimensionamento do que existe. Ali, naquele mundo de faz-de-conta, eu nasço forte como semente rompendo o torrão de terra. E então os meus olhos ficam ainda mais verdes ou num tom de verde que poucos conhecem. Um verde que chora minando minha alma. É um Daniel que pisa firme, que fala forte, que bota o dedo na cara do destino e, ao mesmo tempo, um Daniel que compreende o tempo, tanto o deus tempo como o tempo de tudo e de todos. Um Daniel que anda por aquelas terras semeando linhas e versos que servirão de alimento aos pássaros ou ao infinito. Um Daniel poeta de corpo inteiro, que não tem vergonha de ser um coração sangrando. Um Daniel que se renova com aquelas lambadas de vento no rosto. Um Daniel que come daquela terra para ganhar o conhecimento ancestral. Um Daniel que se ajoelha em respeito a tudo o que o rodeia e que flutua a pés e mais pés do chão movido pelo mistério. Um Daniel que pinga poesia. Um Daniel que muda o passo levando a boca manchada de saudade. Um Daniel que pede conselhos a um velho abacateiro. Um Daniel bem-te-vi que canta seu querer bem. Um Daniel que não tem medo de pisar em espinho, de abrir porteira, de morte à espreita. Aliás, ali, naquele mundo, não há espaço para medo. Embora o reino está sem rei, há a nítida presença de uma força sobrehumana. Conheço cada um daqueles bichos, daqueles frutos, daquelas trilhas. Ali, o mato que há em mim cresce, verdeja, dá sementeira num ritmo alucinante. E depois de soluçar e gritar ou de suspirar e aquietar tudo fica lúcido. Os pés tingidos do vermelho da terra e a alma pintada do sangue guerreiro que emerge daquelas terras feitas do amor maior trazem à tona a certeza do que eu fui, do que eu sou e do que eu quero ser: poesia.


Comentários (1)

24/01/2014 - Caminheirismo

Vamos, vamos sem ai, sem ais. Vamos, vamos sem nos deixar para trás. Vamos para onde o dia cai no colo da lua, que não recua em sua sensualidade natural. Vamos, vamos para o espaço sideral. Vamos, vamos para as ladeiras, as cachoeiras, as corredeiras, as fileiras de além-mar. Vamos, vamos para onde o assunto não se acaba e o coração não se cansa de falar. Vamos, vamos para o interior do exterior ou o exterior do interior, mas vamos para onde o destino nos propor em seu caminho. Vamos, vamos para onde o brilho não se esvai. Vamos, vamos para Atlântida, para Babilônia, para Dubai. Vamos, vamos para a fronteira da realidade. Vamos, vamos no íntimo mais íntimo da intimidade. Vamos para onde o vento vai de encontro ao sentimento. Vamos, vamos nos balançar nas linhas dos trópicos. Vamos numa odisseia cumprindo o acontecer em todos os seus tópicos. Vamos nos internar num tempo da gente, cada qual com seu eu apaixonadamente apontado para o infinito como pontas latentes de estrela que ponteiam a frente e o verso do universo.


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23/01/2014 - E que o amor seja

E que o amor seja tudo. E que o amor mude o mundo. E que o amor seja fecundo. E que o amor se redimensione amor. E que o amor esteja em todas as coisas nossas. E que o amor se fortaleça mesmo com todas as fraquezas. E que o amor esteja cada vez mais próximo. E que o amor seja cultuado todo santo dia. E que o amor seja presente mesmo quando nos quiserem ausentes. E que o amor seja puro, de uma safra única. E que o amor solte foguetes mesmo quando tudo for silêncio. E que o amor rompa o tempo. E que o amor seja unguento. E que o amor ignore todo o pessimismo. E que o amor saiba seguir seu destino. E que o amor seja incondicionalmente convicto de ser amor. E que o amor se transforme em mais amor. E que o amor tome conta de tudo o que é seu. E que o amor se reinvente para ser cada vez mais do mesmo amor. E que o amor nunca desista do ser amor.


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