Daniel Campos

Imprimir Enviar para amigo
29/01/2014 - Por mim

Eu me dou ao silêncio. Eu faço votos de amanhã ao vento. Eu mergulho no poço mais fundo do meu eu. Eu paraliso minhas atividades exigindo a volta do que sou. Eu tomo boca com o senhor dos sonhos. Eu pastoreio olhares nos campos iluminados. Eu ateio fogo em tochas de coração para afastar a solidão. Eu aprendo a língua dos cata-ventos. Eu aponto lápis para escrever no mundo. Eu ando dobrando esquinas. Eu viajo ora em linhas solitárias ora em linhas cruzadas. Eu volteio a saia do abajur. Eu abro os braços à lua. Eu fujo de encontro ao que me persegue. Eu estradeio por jardins suspensos. Eu revogo o que não diz respeito ao sentimento. Eu valorizo o encontro com a perfeição. Eu me interno no papel. Eu me entrego ao que me rege. Eu faço valer o que me protege. Eu beijo a boca do destino. Eu anoiteço homem e acordo menino.


Comentários

Nenhum comentário.


Escreva um comentário

Participe de um diálogo comigo e com outros leitores. Não faça comentários que não tenham relação com este texto ou que contenha conteúdo calunioso, difamatório, injurioso, racista, de incitação à violência ou a qualquer ilegalidade. Eu me resguardo no direito de remover comentários que não respeitem isto.
Agradeço sua participação e colaboração.

voltar