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Encontrados 100 textos. Exibindo página 6 de 10.
Vá
Levanta daí
Menina
E vá
Vá pela estrada
Vá sem parada
Vá porque há sempre
Alguém
A esperar por sua chegada.
Vá menina
Levanta
E espanta
Todo o passado
Todo o mau-olhado
Todo o quebranto
E o lodo do pranto
Que botaram em ti.
Levanta daí
E canta
O canto
De boas vindas
De um bem te vi.
Levanta
Menina
E mesmo pequenina
Se agiganta...
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Vade retro
Vade retro
Solidão
Eis a mulher amada
Em cruz
Levada em meu peito
Seus olhos são bentos
Como água batismal
Sua pele
Exala toda a mirra do incenso
E suas entranhas
Vertem o óleo da extrema unção
Vade retro
Solidão
Eis a mulher amada
Em cruz
Levada em meu peito
Seus braços são como estola
A me cobrir de abraços
Sua boca
Beija-me em cálice
E seu corpo nu...
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Vaga-lumes
O céu negro
Como se fosse escravo
O céu parado
Como se não dançasse
O céu cego
Como se não existisse
Mundo
Aos seus pés.
O céu expulsou estrelas
Desviou cometas
Assustou boêmios
Aprisionou a lua
Em um quarto
Onde ninguém jamais a viu.
E não teve vento
E não teve raio
E não teve sangue
De nenhuma estrela rebelde
Tudo ficou quieto
Tudo ficou negro
Tudo ficou cego....
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Vai valer a pena
Vai valer a pena
Se numa tarde morena
Alguém disser algo
Que tempos depois
Vai lembrar outro alguém.
Vai valer a pena
Ter entardecido
Se depois se descobrir
O que ficou escondido
Numa tarde laranja.
Vai valer a pena
Dois corpos
Descobrirem
Que uma tarde apenas
Não é tarde demais.
Vai valer a pena
Achar uma mulher de Atenas
Ou de Ipanema
O que vale é no fim das contas
Tudo virar um poema...
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Valência
Nada há de me crer
Sempre hei de ser
Perante aos olhos teus
Fardo,..., somente
Ou nada hei de ser
Não há semente
Dolente ao teu
Florescer.
Nada há de me dizer
E mudo hei de ser
Em fronte a quem não quis
A minha vaga alma
Tudo há de me ser
Na insana calma
Nada, nada, nada diz
Ao padecer.
Se ansiar, serei o vazio
O inútil do útil do nada
Hei de ser misericórdia
Nado, nada contra o rio ...
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Valsa
Valsa porque me faz triste
Valsa porque não sei cantar
Valsa porque existe
Alguém feliz
A lhe esperar
Em uma valsa.
Valsa
Na valsa
Que valsa
E não marque o chão
Com seus pés de giz
Senão
Ao tentar lhe seguir
O mundo vai sair
De rotação.
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Valsa de número par
Voz masculina:
Ah! Pelo amor do deus do amor
Não quero ir
Ir sem me vir
Ir me afastar
Ir me perder por ai
Com o risco
De não encontrar
E só ser encontrado
Na hora
Em que sua inconsciência
Quiser
Eu tenho medo
Da sua hora
Eu tenho medo
Da sua penitência
Eu tenho medo
Do seu querer
Eu tenho medo
De não saber
A hora do seu ir
Do seu ir embora
Ou de saber demais...
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Varanda
Em mim
Há essas células
Essa poesia
Esses ossos
E essa falta
Que me faz fechar as asas
Se dependurar na varanda
E ficar com o olhar longe
Com medo de cair
Num vôo solitário.
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Varandas
Escuto ecos longínquos
A casa branca com janelas enormes
Uma imensa varanda cheia de luminárias
Uma rede balançando sozinha ao fundo
A piscina refletindo a lua
Nas luzes dos postes do jardim suspenso.
Uma figueira, um jatobazeiro, um angico
Algumas roseiras
E a grama verde que engole o terreno
Ao longe, perdendo-nos de vista.
Uma touceira de bambuíra indicava o vento
A casa branca e as portas envernizadas
Janelas de madeira...
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Vela-me
Quatro velas ardem ao meu lado
Quatro velas amareladas pelo tempo
E minha pele esbranquiçada
Arde minha falta de tempo
E o que é mesmo o tempo?
Ah! Deixa isso pra lá...
Minhas mãos
Que sempre andaram separadas
Seja pela distância anatômica
Seja pela distância ideológica
Direita e esquerda
Seja pelo ódio e pelo desejo
De serem tão iguais
Minhas... Minhas mãos nunca... Nunca!
Nunca estiveram tão unidas...
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