Daniel Campos

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Varandas

Escuto ecos longínquos
A casa branca com janelas enormes
Uma imensa varanda cheia de luminárias
Uma rede balançando sozinha ao fundo
A piscina refletindo a lua
Nas luzes dos postes do jardim suspenso.
Uma figueira, um jatobazeiro, um angico
Algumas roseiras
E a grama verde que engole o terreno
Ao longe, perdendo-nos de vista.
Uma touceira de bambuíra indicava o vento
A casa branca e as portas envernizadas
Janelas de madeira
Vaga-lumes nos holofotes das sombras
Nas árvores, olhos calmos de corujas
Na sala de jantar uma mesa pequena
Dois cálices de champanhe
E um violino escondendo-se
Por detrás das cortinas.
Quadros e mais quadros
Um castiçal com três velas acesas
Uma cheia, uma crescente, uma minguante
A outra, a nova, envelhecia no céu.
A lareira acesa, as brasas vermelhas
E os estalos da madeira ardiam
Em estalos ao dente.
De repente, um bater de portas
Cães latiam arrastando correntes
Quase dez horas da noite
Estranhamente não estranho
Levanto e antes de abrir a porta
O boa-noite traz o nome da mulher
Que se mantêm desconhecida
Haja o que houver.


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