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Encontrados 231 textos. Exibindo página 16 de 24.
A rosa e o cravo
Corto os pulsos
Tusso
Um amor comprido
Ardo-te em maleita
Entro na tua seita
E faço-te meu comprimido
Pulo muro
Rolo do telhado
Esqueço meu passado
Furo
O teu peito
Com minha lança
Deito no teu parapeito
E sonho feito criança
Sou o teu mal
Teu juízo final
Sou teu confete
O teu grito de carnaval
Sou a gilete
Que fere e lhe depila...
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A rosa e o linho
Vem
Deixa eu me esconder
Em teus pelos
Vem e ouve
Ouve meus apelos
Deixa eu te fazer
De escravo
Mostra-me tuas costas
Que eu cravo
Minhas unhas
Nas postas
Das suas asas
Ah! Deixa-me mergulhar
Nas casas
Dos botões
Da tua camisa
E me vestir no seu suor
Vamos, saia pela brisa
Como vento solto
E me deixe
Caçar-te
Com meus arpões
Vem ser mais uma marca...
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A senhora e o anjo
Senhora
Senhora soberana
Suburbana
Deste mundo vil
O anjo
A proclama
Senhora de anil
Sobre teu véu
Escorre o céu
Sobre teu manto
Morre o pranto
De que já
Sofreu
E de quem há
De chorar
Um sonho teu
Senhora
Senhora altíssima
Meritíssima
Desta santa ceia
O anjo
A nomeia
Belíssima
Reina no jardim dos bem-te-vis...
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Comentários (1)
A tua lei
Sob a tua lei
Vou
Vou
Voltarei
Sempre que eu for
Em flor
Dizer que a amei
Eu vou
Eu vou
Eu voltarei
Sempre que eu vier
E amor lhe trouxer
Eu hei de propor
Eu vou
Eu vou
Eu voltarei
Mesmo com dor
E anunciarei
Que eu vou
Eu vou
Eu voltarei
Como que não sei
Onde estarei
E o que sou
Mas eu vou
Mas eu vou
Mas eu voltarei
A me achar...
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A última ceia
A relação entre o ser que ama e a criatura amada
Deve ser de antropofagia
Intensa
Ou, na língua, mais popular
De um canibalismo
Explícito.
Quem ama
Há de se alimentar da alma
E da carne da pessoa amada
Como em um ritual religioso
Em seu ponto máximo
De prazer, há de se comer
A parte abstrata do ser amado
Como sonhos, desejos e ilusões
Além do sangue das partes mais secretas.
Que o único talher utilizado...
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Abajur
Quando a noite chegar
E me cobrir de silêncios
Acenderei o abajur
E a luz da noite
Escorrerá negra
Sobre a lâmpada
Da cabeceira
Da cama.
Sob essa luz
Lerei minhas saudades
Em beijos não dados
Em juras desentendidas
Em olhares calados
E nas mãos incompreendidas
Lerei os versos do tempo.
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Aberta a temporada para esquecer
Esquece
Enquanto te lembro
De deixar de sofrer.
Esquece enquanto te deixo
Me deixar esquecer.
Esquece o que somos
Se nós o fomos
Algum dia.
Esquece o que disse
Sé é que escutou
Esquece o que leu
E o que pensou
Esquece.
Esquece
Enquanto morro
Nas lembranças que nunca quis morrer
Esquece
Porque já é tempo
De esquecer.
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Absoluto querer
Esconda as lágrimas que eu lhe deixei
Debaixo dos sete lençóis da cama
Faça de um sonho feliz a sua lei
Esquece o mundo lá fora e me ama
Esqueça os sentidos em fá gemidos
Aterradores, chama-me pirata
Assassino, bandido aos meus ouvidos
Me ama, me mata, mas nunca me falta
Deixa-me queimar em suas labaredas
Seja meu inferno, quebra meu decoro
Deixa-me andar a pé por tuas veredas
Seja fel, sorva mel, faça-me perder...
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Abusada
É abuso
Me fazer
Encarar
O fim
A cada dia.
É abuso
Dizer
Que é a parte
De mim
Chamada alegria.
É abuso
Querer
Que tudo
Enfim
Acabe em poesia.
É melhor
Desfazer
Desdizer
Desquerer
Enfim
O fim
De mim.
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Acabado
Acabou...
É inútil dizer
Mas acabou.
Elas me doparam
Elas me enganaram
Elas me levaram
E quando acordei
Eu só sabia
Que amei
E que acabou.
E eu não pude nada,
Acabou...
Até o choro
Ficou velho,
Até o grito
Perdeu o sentido
Porque acabou...
Ou melhor
Ou pior,
Acabaram
Por mim.
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