Daniel Campos

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A rosa e o linho

Vem
Deixa eu me esconder
Em teus pelos
Vem e ouve
Ouve meus apelos
Deixa eu te fazer
De escravo
Mostra-me tuas costas
Que eu cravo
Minhas unhas
Nas postas
Das suas asas
Ah! Deixa-me mergulhar
Nas casas
Dos botões
Da tua camisa
E me vestir no seu suor
Vamos, saia pela brisa
Como vento solto
E me deixe
Caçar-te
Com meus arpões
Vem ser mais uma marca
A bulir
Na minha tatuagem
Vem brincar nos meus brincos
Deixa-me escorregar nos seus vincos
Vem e deixa eu me calar
Nos teus calos
Vem e deixa meus medos
Medrarem
Ao se jogarem
Pelos ralos
Dos segredos
Vem
Deixa teus sapatos
Pisarem
Em meus passos
Acaba
Com meus espaços
Ensina-me a voar
E a se dar
Como nunca voei
Como nunca me dei
Como nunca me hei
De amar
Vem
Vem ser o linho
Da minha rosa
Vem
Vem ser o feminino
Da minha prosa
Vem
Vem ser o meu poeta vadio
E o rio
Que deságua em meu mar
Ah! Mar
Vem me amar
E me deixa ser seu mar
Ah! Seu amar
Amar.


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