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Encontrados 86 textos. Exibindo página 4 de 9.
25/07/2013 -
Fale-me de amor
Não me fale de futebol, fale-me de amor. Não me fale de guerra, fale-me de amor. Não me fale de doença, fale-me de amor. Não me fale de geada, fale-me de amor. Não me fale de greve, fale-me de amor. Não me fale de papa, fale-me de amor. Não me fale de moda, fale-me de amor. Não me fale de trânsito, fale-me de amor. Não me fale de falta de educação, fale-me de amor. Não me fale de tédio, fale-me de amor.
Não me fale de política, fale-me de amor. Não me fale de propaganda, fale-me de amor. Não me fale de inflação, fale-me de amor. Não me fale de supermercado, fale-me de amor. Não me fale de trabalho, fale-me de amor. Não me fale de dólar, fale-me de amor. Não me fale de internet, fale-me de amor. Não me fale de novela, fale-me de amor. Não me fale de sentença, fale-me de amor. Não me fale de percentagem, fale-me de amor. ...
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20/07/2013 -
Ficância
Fica para sempre ao meu lado um pouco mais. E que o que for vivido nesse conjunto de estar junto se intensifique e se multiplique mais e mais. E que, no mais, o ficar perto seja entendido e praticado como muito perto. Fica porque ficar é uma forma de abdicar da cólera da separação que soluça lá fora sem pedir perdão. Fica aqui, por favor, fica aqui porque tudo mais é solidão e suas conseqüências. Fica, por mais que eu peça para ir embora, fica. Fica como se não houvesse outra opção além de ficar e ficar e ficar. ...
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02/07/2013 -
Futebol de alto custo
A Copa é no Brasil, mas sua realização está longe de ser real. Aliás, é feita em dólar e em euro. Tudo isso para dar uma sensação de faz-de-conta. O governo desembolsou uma boa quantia para trazer a Copa para o Brasil. Foi gasto muito dinheiro público para levantar e transformar estádios, tudo no padrão Fifa de qualidade. Um negócio de bilhões, cujo pacote incluiu resultados e a garantia do título. Não há dúvida de que para o governo não dançar rolou a famosa mala preta transformando flamenco em samba. ...
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24/06/2013 -
Flores de Mangueira
Mangueiras floridas por todos os lados como fogos de São João. Flores pequeninas e agrupadas como grãos de néctar. Com toda magia, a floração do doce antecede a própria primavera. Os olhos se perdem por entre os cachos de flores e encontram cuícas, surdos e pandeiros. Salve Beth Carvalho, Alcione e Maria Bethânia, flores legítimas de Mangueira. Salve a Estação Primeira que dá sabor ao samba. Salve as mangas rosa, espada, ubá, manteiga... Salve Roberta Sá, Leci Brandão e Clementina de Jesus. Flores de tamborim. Flores de cavaquinho. Flores de alegoria. Flores cantantes. Flores passistas. Flores pela avenida, pelo morro, pela cidade, pela roça... ...
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20/05/2013 -
Friagem
O galo, nos amanheceres gelados, chega a cantar rouco. A cama repleta de cobertas fica ainda mais difícil de ser deixada em manhãs assim. Até os pássaros, que gostam de refestelar o clareamento dos céus, demoram mais a sair dos ninhos. O estômago pede por bebidas e comidas quentes. Os pratos precisam levantar fumaça para agradar os olhos. As roupas pesadas ganham a moda das ruas e, até, dos quartos. As fogueiras de São João são como estrelas caipiras no chão.
O vento, em tons de inverno, corta os ares de outono levando os mais carentes a pedir colo. Os restaurantes ganham em charme e requinte. As palavras ficam mais intimistas. É travada uma verdadeira guerra contra o chuveiro, que insiste em não esquentar o desejado. O calor humano torna-se a principal pedida gerando uma epidemia de namoros. O coração tenta se agasalhar como pode. A friagem, em feitio de noiva, segue por dias e noites afora com um buque de flores de São João.
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31/01/2013 -
Fantástico
Zanza daqui, zanza dali, eu estou lá. Ninguém pode comigo, ainda não nasceu quem vai me derrubar. Eu tenho em mim o grito do silêncio, a sombra da luz, o frio do fogo. Esfaqueio e serpenteio com a mesma facilidade. Dou nó em pingo d’água, dobro sinos e viro a saudade pelo avesso. Tenho olhos e ouvidos espalhados por todo lugar. Sou o demônio que tira gemidos da deusa. Sou o anjo que faz o capeta confessar seus pecados. Não tenho parada, morada, estrada. Estou sempre rodando, como cata-vento e roda-gigante. ...
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19/01/2013 -
Fornalha
O coração, como uma fornalha, vai queimando dia após dia tudo o que sou, o que espero, o que fui, o que sinto, o que quero. Meu coração queima o que minto, o que finjo, o que escondo com a mesma veracidade com que minha realidade é queimada. Nesse forno, queimo minha obra, minhas cobras e lagartos, minhas sobras. Os sonhos vividos ou não alimentam as labaredas. Ora essa queimação resulta num calor sem precedentes que extrapola os graus Celsius ora traz um frio latente. Ora transformo-me nessa fornalha, sendo engolido por ela, ora ela é apenas uma fogueira adolescente num campo deserto do meu eu....
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30/11/2012 -
Faz de conta nº 3
Faz de conta que o mundo mudou e, que a vida girou e que o barco voltou. Faz de conta que hoje é o que há de melhor para se viver. Faz de conta que a sorte de tanto andar tonta pode cair aos seus pés. Faz de conta que a gente não vai morrer. Faz de conta que a fantasia está liberada. Faz de conta que o proibido é permitido. Faz de conta que a mocinha não se apaixonou pelo bandido. Faz de conta que há uma recompensa no final da estrada. Faz de conta que tudo leva à criatura amada.
Faz de conta que tanto dá para ir mais alto quanto mergulhar mais fundo. Faz de conta que deus não é vagabundo por ter descansado depois de seis dias de criação. Faz de conta que não doeu. Faz de conta que o que é meu é seu. Faz de conta que nossa relação com o calendário não é a mesma do peixe com o aquário. Faz de conta que o parafuso não nasceu pra porca. Faz de conta que a linha do horizonte não é torta. Faz de conta que não se importa com a saudade que lhe enforca. ...
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29/11/2012 -
Favor esquecer
Esqueça o meu nome, esqueça o meu rosto, esqueça a minha voz. Esqueça que eu falo a sua língua. Esqueça a dor que parte de mim. Esqueça o meu verso e todas as minhas rimas. Esqueça o meu caminho. Esqueça aquela taça de vinho. Esqueça da minha casa na lua. Esqueça dos meus problemas, dos meus dilemas, dos meus teoremas. Esqueça meus planos, meus enganos, meus 200 anos. Esqueça meus vôos sobre a sua janela. Esqueça minhas fotografias, meus pedidos, minhas fantasias. Esqueça meu santo, meus medos, meu canto. ...
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15/11/2012 -
Feliz Umbanda
"Chegou, chegou, chegou com Deus,
Chegou, chegou o Caboclo das Sete Encruzilhadas”
Com este ponto, saúdo o Caboclo das Sete Encruzilhadas, a entidade espiritual que fundou a Umbanda.
Foi essa entidade que no dia 15 de novembro de 1908, durante um culto espírita em Niterói, no Rio de Janeiro, se manifestou por meio do médium Zélio Fernandino de Mores para dar início a uma religião genuinamente brasileira.
Uma religião que respeita a memória ancestral de um país que deve muito do que é ao sangue, às crenças e ao suor do indígena e do negro. ...
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