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Encontrados 372 textos. Exibindo página 21 de 38.
02/09/2014 -
Ainda dela
Você me chega do nada puxando conversa, e entre um riso e um olhar impreciso vai logo perguntando que hora é essa. E eu não sei se é dia ou noite, pois desde que ela se foi eu só conto o tempo pelo tempo sem ela. Mas você insiste e me puxa pelo braço, será que não sabe que o coração poeta é feito de barro e não de aço. E barro se desmancha. E barro se esfarela. Ah, tão bela se eu pudesse moldaria o meu amor ao seu corpo de esplendor, mas eu sou dela, mas eu ainda sou dela, nem que isso só for verdade no meu sonhador. Sinto lhe dizer, mas antes de bem me conhecer precisa me esquecer porque não hei de querer fazer ninguém sofrer como sofro por ela. Não se prenda a mim, vá viver a sua vida. Por que se apaixonar por alguém que não consegue se convencer de uma despedida? Botou-me pra fora, mas eu não fui, não, não fui embora. Não chora pra não borrar essa pele de cetim. Você pode e deve ser feliz sem mim como o jardineiro é infeliz sem seu jardim. Não crie raízes no meu peito. Não brote em mim nem por despeito. Tenha respeito, sinta saudade, mas cultive seu amor-perfeito distante da minha tempestade. Se eu pudesse deixar tudo para trás eu deixaria, mas para deixá-la eu preciso me deixar, e sem mim eu não existiria, como pode um poeta viver sem sua poesia. E hoje ela ainda é meu verso, meu reverso e meu controverso. Quem sabe um dia se ainda me restar fantasia eu lhe faço essa mulher, a minha mulher, que hoje tanto você queria.
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11/05/2015 -
Ainda elas
Madalena me pediu uma rena. Anastácia achou tudo uma falácia. Jurema só me trouxe problema. Rosa me deixou antes do fim da prosa. Gertrudes foi mais do que eu pude. Minerva queria porque queria ser serva. Natália foi falha. Suzana estava sempre em outra semana. Bruna se misturava na bruma. Sofia tinha ciúme da Lia. Carla me queimava como lava. Ana vivia de cana. Gabriela não saia da minha janela. Letícia me dava preguiça. Mariana era sorrateira e fatal como ratazana. Aghata exibia uma aliança de prata. Doralice gostava de uma crendice. Eloá era doce feito ingá. Manuela já não era mais donzela nem aquela Manuela. Aline tinha a envergadura de um cisne. Nicole dizia me bole como quem diz me acolhe. Isadora queria tudo para agora. Luiza era lisa, lisa, lisa... Marjorie não era de ouvir. Sabrina era tão, mas tão selvagem que só lhe faltava a crina. Lorena era um amor de pequena. Bianca tinha olhinhos de santa. Thais nunca me deixou ser feliz. Isabel tinha qualquer coisa de fel. Sara tinha as mais estranhas taras. Brenda tinha tantas fendas. Ester sabia ser mulher. Beatriz era nobre como flor-de-lis. Marcela era tão colorida quão uma aquarela. Alessandra morava praticamente na varanda. Ada era toda errada. Tainá assoviava, cantava e pulava qual sabiá. Safira não tinha mira. Filipa empenava como ripa. Maitê me enchia de porquês. Clarice se metia em tantas tolices. Verônica era uma mulher-tônica. Julieta tirava tudo de letra. Margarida era mais fingida que florida. Elisabete tinha um instinto pivete. Nair não era de vir. Úrsula tinha vontades esdruxulas. Luma se enfeitava de pluma. Aurora até hoje ainda chora. Jacqueline era de se hipnotizar por vitrine. Jade se apaixonou por um padre. Soraia era de praia .Cleide me chamava para rede. Agnes era pura como se não fosse de carne. Heloísa era mansa como brisa. Nara não tinha só uma cara. Elvira dava birra. Leonor não era de nascer, mas de se por. Dominique dava chilique. Malu me queria nu. Hana vinha toda insana. Kimberly era arisca como bem-te-vi. Tarsila amava uma garrafa de tequila. Conceição era de muito sim e pouco não. Zoé não me deixava em pé. Abigail como entrou, saiu. Amélia tinha espinhos de bromélia. Julie não ficou muito por aqui. Yohanna já foi cigana. Acsa estava entre a cauda e a asa. Adelaide não sabia o que era saudade. Pandora ainda me ignora. Vanusa sempre foi escusa. Flora me pedia: aflora. Léia era a dona da alcateia. Afrodite adorava dar palpite. Jaciara era de aparições bem raras. Ashley não obedecia a homem, mulher ou lei. Aimée chegava com cheiro de buquê. Yollanda amanhecia com olheiras de panda. Celeste não tinha norte nem leste. Emma era o próprio poema.
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18/04/2015 -
Ainda há esperança
Não se lance à lança, pois ainda há esperança. Há esperança em nossas andanças. Há esperança de criança no peito adulto, crescido, idoso... Há esperança de fazer, de acontecer, de ser diferente. Há esperança de ir além do aquém que há no desdém do destino que passa fazendo arruaça. Há esperança no que está por vir, pois enquanto houver futuro nada está perdido. Há esperança de ter o que se queria ontem, amanhã, pois amanhã será ontem depois de hoje. Há esperança em tudo o que nasce, o que brota, o que vinga, o que cresce, o que raia... Há esperança no riso, no beijo, na flor. Há esperança sempre que acontecer um novo amor. Há esperança no gosto da fruta que ainda não madurou, na cor do botão que ainda não abriu, no som do pássaro que ainda não voou. Há esperança no que é incerto, assim como há beleza na incerteza. Então, por maior o desespero, não se lance à lança, pois ainda há esperança.
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01/05/2010 -
Ainda hoje, é assim
O coração acelera, vai a 300 km/h. Um nó insiste em amarrar a garganta. Um vento dolorido e choroso rema pelo horizonte. Um motor ronca triste ao fundo. Ainda hoje, anos e anos depois, é assim. Pode estar tudo bem, mas há um clima de desconforto. Em cada sorriso, um que de tragédia. Ainda é possível ouvir os gritos desesperados do silêncio. Ainda hoje, anos e anos depois, é assim. Exatamente assim.
Ainda é difícil acreditar, entender, explicar. Ainda é difícil esquecer. Ainda é difícil imaginar como seria o hoje se não houvesse o ontem. Ainda é difícil torcer por outra pessoa. Ainda é difícil acordar no dia de hoje. Ainda hoje, anos e anos depois, é assim. É assim uma tristeza descabida, uma emoção constantemente revivida. É assim uma expectativa de que o fim tenha enfim um final feliz. ...
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04/06/2010 -
Ainda lá
Lá e ainda lá é possível respirar o cheiro de capim molhado impregnado no ar. Lá é permitido desenhar com os pés na terra orvalhada. Ainda lá os pássaros fazem poleiro das galhas de um coqueiro. Lá e ainda lá as santas têm andores de madeira no canto da sala. Lá e ainda lá a vida segue em charretes. Lá as calças rasgadas são remendadas em pedaladas de uma máquina de costura. Ainda lá as bocas têm gosto de ingá. Lá e ainda lá o coração de quem ama é de tafetá.
Lá e ainda lá a chuva nos empurra para debaixo da coberta. Lá até o estômago barulha em som de seresta. Ainda lá é possível fazer festa todo dia com o nascimento de um bezerro, de uma estrela, de uma cotovia. Lá e ainda lá poesia se pega no anzol e o céu está livre do besteirol da televisão. Lá a boneca tem cabelo de espiga de milho e o romance tem mais tomilho. Ainda lá a gente se encanta e espanta com tanta crendice. Lá e ainda lá o amor nos choca sobre as asas da boa e velha caipirice. ...
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06/03/2014 -
Ainda mais apaixonada
Se me diz que acorda ainda mais apaixonada meus olhares se envaidecem e verdejam colorindo de esperança a minha estrada. Não há como não assoviar mesmo sem saber dar um assovio sequer do quanto me faz feliz. Eu tomo rumo ignorado e quando vejo estou em Vênus, em Saturno, em Netuno distribuindo sorrisos. Sigo falando de amor com as árvores, com os postes, com os muros. Abro minhas asas e ensino cada pássaro pelo caminho a se lançar ao próprio destino. Faço malabarismos e contorcionismos só para chamar atenção para a revolução que faz em mim com uma só frase, mas a frase. ...
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Comentários (1)
Ainda que de repente
Do efêmero bom dia aconteceu o interminável adeus. Conheci-a e a perdi não mais do que de repente. Encontrei-a de verdade tempos depois e então a perdi para todo o sempre. Sempre pode morrer ou renascer. Sempre é mais do que um poente. Sempre é o retrato do ausente que fica a lhe observar.
Deixou-me sem me deixar. Não telefonou, nem escreveu, nem ao menos apareceu num instante sem querer. Tento fazer-me esquecer, fingindo ser tudo tão normal. Mas ela tendia ao infinito, e sendo assim, não acaba como as outras acabaram. Tem todo um caminho a ser percorrido e de nada vale pular etapas....
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29/11/2010 -
Ainda se houvesse tempo...
Ainda se houvesse tempo, poderíamos amar um minuto mais. Ainda se houvesse tempo, batizaria seus sonhos como meus. Ainda se houvesse tempo, colocaria seus medos para dormir. Ainda se houvesse tempo, dançaríamos um minueto. Ainda se houvesse tempo, encenaríamos o nosso dueto. Ainda se houvesse tempo, semearia em seus ouvidos um último soneto. Ainda se houvesse tempo, selaria uma montaria alada. Ainda se houvesse tempo, inventaria um conto de fada. Ainda se houvesse tempo, carregar-lhe-ia por mais uns passos nessa estrada. ...
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27/04/2011 -
Ajude-se
Quando tudo der errado, vire pro outro lado e comece de novo. A voz do povo nem sempre é a voz do coração. Troque a direção pra que tudo ganhe sentido. Ao contrário de encarar o tempo como perdido, veja-o como um achado. Mude o rumo pra ajeitar o prumo. Se sua hora não for boa, vá embora e volte depois. Se sozinho não dá, tente a dois. Se as coisas não saírem conforme a encomenda, ofereça assim mesmo o melhor de si aos céus como uma perfeita oferenda. Quando o sentimento é bom ele nasce até mesmo na fenda de uma pedra e suporta a maior das quedas. ...
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Comentários (1)
04/04/2012 -
Alabá!
Alabá! Alabá! Alabá!
Peço licença para entrar no seu Aledá, Alabá! Alabá! Alabá!
Invocando os Cavaleiros da Lança e da Luz, Alabá! Alabá! Alabá! Pelo Reino de Zana, Alabá! Alabá! Alabá! Na força da Lua Cheia, Alabá! Alabá! Alabá! Depois da seis da tarde, Alabá! Alabá! Alabá! Uma elipse se forma no lado externo do templo, Alabá! Alabá! Alabá! Ajanãs e ninfas, Alabá! Alabá! Alabá! Doutrinadores cantam seguindo a chamada do comando, Alabá! Alabá! Alabá! As entidades atendem os pacientes, Alabá! Alabá! Alabá! Mestres e ninfas entregam as forças por eles trazidas da Estrela Cadente e do Quadrante, Alabá! Alabá! Alabá!...
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