Daniel Campos

Texto do dia

Se você gosta de textos inéditos, veio ao lugar certo.

Arquivo

2017 2016 2015 2014 2013 2012 2011 2010 2009 2008
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

Encontrados 58 textos de fevereiro de 2016. Exibindo página 3 de 6.

19/02/2016 - Também vou por aí

Pra onde vão as abelhas quando as flores secam? Pra onde vão os elefantes quando estão desenganados por eles mesmos? Pra onde vão os cometas quando nossas vistas não mais os alcançam? Pra onde vão os peixes depois da correnteza? Pra onde vão as estrelas depois que elas apagam? Pra onde vão as crianças quando o corpo cresce? Pra onde vão as músicas quando o silêncio desce? Pra onde vão as formigas quando chega o concreto, o piso, o asfalto? Pra onde vão as águas depois da chuva? Pra onde vão os amores quando começa a reinar a solidão, a vontade de ficar sozinho, de trilhar só o seu caminho? Pra onde vão as preces depois que elas deixam a boca, a mente ou o coração? Pra onde vão as nuvens quando são esparramadas pelo vento? Pra onde vão os sonhos quando não são realizados, quando dão em nada, quando se desviam da nossa estrada? Eu não sei, não sei não, mas eu também vou por aí.


Comentar Seja o primeiro a comentar

19/02/2016 - O que quer o sol?

O que quer o sol?
Uma seca?
Um biquíni?
Um suor?

O que quer o sol?
Fruta peca?
Saia mini?
O pior?

O que quer o sol?
Ah torrar?
Ah fritar?
Ah cozer?

O que quer o sol?
Derreter?
Desanimar?
Esturricar?

O que quer o sol?
Um seco coração?
Um eterno verão?
Reinar absoluto?

O que quer o sol?
O fim da plantação?
Fim da civilização?...
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

18/02/2016 - Pitangueira

A pitangueira floriu na quadra inteira. O perfume da pitanga batia na varanda. E a vida me mostrava que tinha uma carta na manga. De repente, as abelhas ficaram vermelhas. Os marimbondos ficaram doces. O ar se avermelhou. O dia deu sabor a quem debaixo da pitangueira passou. Pitanga que cheira. Pitanga que não é feira, pois acaba no pé. Pitanga pra quem puder. Pitanga de ladeira, que quando desce leva quem quiser. Pitanga de Aruanda. Pitanga de fé. Pitanga que avermelha e adoça o coração de uma mulher. ...
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

18/02/2016 - Todo tempo

Reza a lenda
Que o amanhã
É o ontem
Agora

Que o tempo
Não vem
Nem vai embora
Como onda de mar

E se tudo o que será
Já é
Nada se perdeu
Nem se perderá


Comentar Seja o primeiro a comentar

17/02/2016 - Maçã de Macaé

A maçã morenou
No pé
Avermelhou
Como mulher
No sol da manhã
De Macaé
Quem quer?
Quem quer?

Quem quer morder
A maçã avermelhada
Quem vai querer
Dar uma mordiscada
Na fruta do sol
Na gruta do caracol
A maçã já madurou
Que até bem cheirou

É maçã perfumada
Aveludada e colorada
Maçã que dá no pé
Pra molecada
É só raspar de colher
Neném ou abrir no meio ...
continuar a ler


Comentários (1)

17/02/2016 - Desavisada

Olha meu bem o que você está fazendo; Eu já vou quase morrendo de tantas incertezas. Com um pé na lua e outro na soleira da sua janela, vou buscando respostas. Será que gosta de mim a ponto de subverter a ordem do princípio, meio e fim. Será que vai contra a natureza e as naturezas de cada um de nós para ir afrouxando os nós para nos ter mais pertos um do outro. Será que é capaz de amar entendendo que o amor junto é o amor solto. Será que as suas comédias vão rir das minhas tragédias? E onde estaremos nós quando a realidade nos descobrir, levando os nossos lençóis. Quantos degraus você é capaz de subir para chegar ao limite de um sentimento que já arranha o céu? Quanto é capaz de ir além, meu bem, por algo que não controla? Reveja o seu papel na minha vida, pois não quero amor como esmola. Dou bola para a despedida que aconteceu antes da chegada enquanto você olha tudo e não vê nada, como se a trajetória do mundo tivesse parada.


Comentar Seja o primeiro a comentar

16/02/2016 - De colherada, dona Geralda

Dona Geralda se esbalda num tacho de goiabada. Vai metendo a colher, raspando fundo no fundo do caldeirão. Dona Geralda enche a boca e se saciada diz que não. O que ela quer? O que ela quer é ser mulher de tacho, se afogar no doce, chorar quem não a trouxe carinho sem dar esculacho pelo caminho. Dona Geralda enche a colher e se faz mulher de calda que vai açucarando e atiçando o olhar. Dona Geralda sabe comer e rebolar. Quebra Dona Geralda e dá queda na meninada que não acompanha a sua colherada. Dona Geralda sobe no pé de goiaba e bota lenha num fogo que nunca acaba. Mexe para lá, mexe para cá, olha a goiabada debaixo da saia, na taia do tacho de Dona Geralda, por favor, é para comer de se lamber, comam com amor e lambam a colher do jeito que for.


Comentar Seja o primeiro a comentar

16/02/2016 - O sol se abriu

Hoje eu vi
O sol florir
E se abrir
Em gestos
Inteiramente
Para nós
Como se
Buscasse
Restos
Intermitentes
Da lua azul
Ao sul
Dos nossos
Lençóis
E avante
Achasse
Por ali
O melhor
E o pior
De nós
Dois
Sem antes
Nem depois
Num tempo
Onde a lua
Flutua
Ao vento sul
Num duo
Com criaturas
Da loucura...
continuar a ler


Comentários (1)

15/02/2016 - Bailarina do cotidiano

Ela bem chegou e tirou para o seu bem o seu sapato vermelho. Ela tão logo deitou ficou de joelhos na frente do espelho para agradecer a si mesma pelo que sonhou e alcançou os braços do seu amor. Ela chorou de alegria e se extasiou como há muito não fazia. Ela se lambuzou de satisfação e como quem marca um gol não coube em si de comemoração. E tirou a camisa e jogou à torcida que aplaudiu de pé o show daquela mulher. Ela engasgou com o coração na boca, mas desentalou de toda ilusão que já há deixava rouca. E então, antes do fim, ela se deitou como se fosse jardim de primavera florindo e se abrindo a uma nova era. E ela floriu como nunca se viu. E ela se abriu como rio que desagua nas águas do mar de abril. E ela queimou, suou e se iluminou como pavio de vela perfumada de donzela enluarada. E ela chorou quente e alucinadamente feito parafina e mais uma vez se fez menina, bailarina do cotidiano, entre acertos e enganos, entre apertos e fulanos que a apertam de um jeito que a fazem gostar e achar que o mundo é perfeito.


Comentar Seja o primeiro a comentar

15/02/2016 - Do que não vivi

Não
Não me deixe aqui
Meu amor
Para morrer
De taqui, taquicardia
A cada vez que eu não
Que eu não me esquecer
Da nossa alegria
Alegria do nosso dia a dia
Que eu não entendi
Quando era pra entender
Que eu vivia em você
E era feliz sem mais nem porque

Não
Não me deixe aqui
Para me perder
De tanto sofrer
O amor que eu não vivi
Por inteiro
E agora passa faceiro ...
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

Primeira   Anterior   1  2  3  4  5   Seguinte   Ultima