Daniel Campos

Texto do dia

Se você gosta de textos inéditos, veio ao lugar certo.

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Encontrados 62 textos de agosto de 2014. Exibindo página 3 de 7.

21/08/2014 - Tudo e nada

Um dia
Tudo acaba
O que foi
Tudo passa
A ser nada
E o eterno
Se vai e cai
No esquecimento
E aí
Dá-se o findamento


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21/08/2014 - O que o futuro nos reserva

Um dia, daqui a poucos anos, haverá lugar para um arrependimento daqueles que tomam de conta de tudo, sem deixar espaço para nada senão ao verbo arrepender. E, de repente, sem resistir mais se invadirá de uma vontade avassaladora de refazer caminhos e voltar no tempo e no espaço. Pedidos de desculpa, de perdão, de recomeço tomarão conta do tablado da vida de duas pessoas que se distanciaram por vontade de uma. Tudo pode parecer ridículo e absurdo agora, mas o tempo vai passar e se encarregar de cumprir seus feitos dando encaminhamento a uma mudança de pensamento trazida por um sentimento que não pode ser banido a pedido da razão. Pode lutar o quanto for contra esse dia, mas ele chegará. E nessa chegada a verdade será restabelecida. Resta saber se nesse dia tudo se encaixará não passando de uma “barriga do destino”, que voltará a unir o que jamais se separou, ou se será um desses choros sobre o leite derramado, neste caso, sobre o leite que fizera derramar de olhos que antes da sentença de tarde demais amaram para além do próprio tempo.


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20/08/2014 - Desenho mítico

Lá pelas tantas eu lhe acho santa. Mas quando a coisa pega eu lhe caço diaba. Inocência e indecência no mesmo olhar que eu levo pro altar e viro numa mesa de bar. E a boca que beija é a mesma que morde. O frio que tenta impor não é o bastante para esconder o calor que provoca arrepio em meio a um suador interior. E a elegância se casa com palavrões. E o prazer no paradoxo da sexualidade da saudade se enche de senões. Os sonhos tomam porre pelo seu corpo e entram em overdose pelas suas entranhas. Faz amor de manhã. Faz amor de manha. Arranha e não se acanha. Banha em minhas tramas. Constelações ora desavergonhadas ora tímidas formadas por uma estrela só que na verdade são muitas num desenho mítico. E o sexo se torna um xodó. Fá Lá Si Dó quantas notas pelas claves de sol dessa mulher ensolarada mesmo em noite de lua em nu artístico.


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20/08/2014 - A deus

Um brinde ao adeus
Que quis seus passos
Longe dos meus
Embaraços

Aplausos ao deus
Bandido
Que me convenceu
Ao amor proibido


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19/08/2014 - Alguém me aceita?

Alguém aceita um homem que ama demais? Alguém aceita um romântico incurável? Alguém aceita um ser capaz de fazer de um tudo para surpreender quem ama? Alguém aceita um cavalheiro que ainda abre porta de carro, envia flores e sente saudade do que ainda não aconteceu? Alguém aceita quem acredite no encontro de almas gêmeas? Alguém aceita um poeta que vive a versar o grande amor? Alguém aceita um cupido sem asas? Alguém aceita o pai de uma filha que ainda não nasceu? Alguém aceita acordar todos os dias no verde de olhos cumplices? Alguém aceita um sonhador que conversa com a lua? Alguém aceita degustar um constante namoro gourmet? Alguém aceita um apaixonado que vive a fazer loucuras para conquistar a mulher que ama? Alguém aceita ser chamada por essas mãos de tantos romances de mulher amada? Alguém aceita se jogar em braços que estão sempre buscando o infinito? Alguém aceita se desprender de tudo para se entregar a um mundinho exclusivo? Alguém aceita ser admirada, elogiada e romantizada a cada segundo? Alguém aceita colar um coração que vive despedaçado? Alguém aceita trocar alianças imaginárias ou não a cada novo despertar? Alguém aceita ter ao seu lado um plebeu desenganado pela sua princesa? Alguém aceita um menino grande que chora? Alguém aceita receber café com carícias na cama toda manhã? Alguém aceita conhecer os sete céus, os sete mares e as sete terras com um andarilho do destino? Alguém aceita ser eternizada em palavras? Alguém aceita ser mimada com ouro, diamante e orquídeas? Alguém aceita ser sonhada e realizada dia e noite sem parar? Alguém aceita quem adie o sono e a fome só para ficar mais alguns segundos na companhia de quem ama? Alguém aceita quem jogue tudo para o alto para atender a um pedido do seu amor? Alguém aceita quem lhe beije as mãos, os pés e até o chão que venha a passar? Alguém aceita quem sabe de uma forma ou de outra o que vai acontecer logo mais ou mais adiante? Alguém aceita quem aceite mas não se conforme com o pouco quando o assunto é sentimento? Alguém aceita quem não consegue mentir sobre o que sente? Alguém aceita aquele que acredita em dimensões paralelas? Alguém aceita um amante para todas as horas? Alguém aceita um guardião de fantasias? Alguém aceita ser levada para outra realidade? Alguém aceita ser caça e caçadora ao mesmo instante? Alguém aceita se perder propositalmente num labirinto de versos e prosas? Alguém aceita embarcar numa vida sem limites quando o assunto é amor? Alguém aceita ter um encontro diário de matérias e energias? Alguém aceita fazer de suas costas um caderno? Alguém aceita entregar sua rotina a considerações poéticas? Alguém aceita viajar hoje com ou sem malas rumo ao desconhecido? Alguém aceita se despir de todos os medos para experimentar o novo? Alguém aceita ser protegida, cuidada e ninada quando mais ou menos se espera? Alguém aceita um cavaleiro que desafio o tempo em prova do seu amor? Alguém aceita um mágico que ilude a si mesmo para não tomar o caminho oposto de sua amada? Alguém aceita quem velará sua noite espantando todo e qualquer pesadelo que possa querer se aproximar? Alguém aceita amar quem nasceu para amar? Alguém aceita ser de outro alguém que é só coração?


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19/08/2014 - Ensurdecedor

Eu tenho falado demais
Talvez para não escutar
Os ecos no meu peito
Debatendo-se em ais
Sem ter como escapar
Do tempo mais-perfeito
Que não vai (volta) mais


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18/08/2014 - Remediado

Nem pode haver
Maior remédio
Para o tédio
A amanhecer
Nos seus lábios
Com sua fronte
Em meu peito
Já dizia um sábio
De respeito
Que amar
É derrubar pontes
Para casar
Dois horizontes

E eu amanheço
E eu compareço
Na sua boca
Todo santo dia
E ainda falando
De amor... Amor
Nem que for
De forma rouca
Beijando
Sua fantasia
Deitando
Com sua alma...
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18/08/2014 - Pedindo e aceitando pedidos

Peço um chuveiro para dois, e uma cama para dois corpos se tornarem um. Peço um nó de marinheiro entre meus braços e sua cintura e doses e overdoses de um amor à flor da loucura. Peço um ciúme bem temperado e cortes de paixão que se perdem entre o adocicado e o amadeirado de certo perfume que me deixa incerto. Peço um viveiro, pois havemos de nos despir dos pares de asas e fazer do chão a nossa casa, mas com a promessa de jamais deixarmos as nuvens. Peço corações à prova de ferrugem seja temporal seja atemporal. Peço um delírio de casal. Peço um colírio zodiacal. Peço que simplesmente permitam o encaixa natural. Peço uma fusão de reflexos no menor dos espelhos. Peço rotações de tornozelos e cenas de cinema com dor de cotovelo. Peço a erupção de sentimentos com direito a calores intensos e visibilidade zero. Peço que a lua seja como uma vela boiando e queimando pela continuidade dessa união. Peço a oportunidade de matar a sangue quente toda e qualquer saudade. Peço que imitemos os lobos e nos cacemos e nos protejamos e nos queiramos e nos uivemos. Peço que o instinto seja nosso labirinto particular. Peço para jogar, para brincar, para não parar, para intensificar, para avançar, para escandalizar, enfim, para cortar suas raízes e lhe virar de pernas para o ar. Peço a estadia desse romantismo renascentista que vai de encontro a sua curvatura. Peço o devido acompanhamento ao seu fôlego de atleta. Peço uma janela secreta e uma coleção de fantasias indiscretas. Peço mãos cegas que tateiem tudo sem saber distinguir os avisos de proibido. Peço pedidos aos pés do ouvido.


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17/08/2014 - Comédia Romântica

As portas do carro se abriram paralelamente ao movimento do fechar dos lábios após o último beijo. Sapatilhas e sapatos se entrelaçaram ainda meio atordoados pela surpreendente fim de tarde, que estava fadada a não oferecer mais nada. No entanto, dessa vez a expectativa se quebrou positivamente. E foi tanta euforia que ela revelou até um de seus segredos para seguir com a pele fresca e perfumada mesmo sob a ação de sol, correria e trânsito. Dirigia, conversava, sorria. Estava bem com ela mesma e isso era o mais importante. Que o mundo se acabasse lá fora, pois dentro daquele carro tínhamos a nossa bolha de felicidade intensa e propensa ao infinito. Mãos nas mãos avinhadas. Mãos nas pernas jeans. Mãos no rosto de óculos escuros. Mãos que após o beijo de quem ama de forma longa e doce, as portas do carro se abriram. E então as mãos se deram repetindo para nós mesmos que aquele encaixe de linhas do destino, de formas anatômicas, de vontades, é perfeito. Nossas mãos combinam, nasceram uma para outra. Se na ancestralidade nosso corpo era um só, a separação para cada qual se procurar pelas vidas afora foi precisa. Pois vidas e vidas depois nossas mãos, para não falar dos nossos corpos como um todo, continuam se encaixando tão e quão bem. E por uma calçada estreita margeada por árvores tortas e teimosas como a paixão deve ser no meio do cerrado caminhamos como personagens de um filme leve. Sempre foi assim, quando longe, vivemos o drama. Quando juntos, uma comédia romântica. E quem passava ao nosso lado nos observava com olhos carentes daquele nosso apaixonamento. Nossas mãos se colavam para não se soltar por nada. E foram passos e mais passos de um amor explícito semeando vida e esperança pelo lenho daquele verão. Antes da chegada de outros beijos mais molhados, de mãos se aventurando por tecidos mais ocultos, de perfumes sendo esfregados um no outro como abelha no pólen, as mãos reinaram absolutas. Os passos se cadenciavam. A caminhada era harmônica. Não era por menos, sempre tivemos o mesmo ritmo. Seja o ritmo para andar ou para sonhar. Foram tantos e quantos sorrisos. Embora não houvesse coelhos e cartolas e cartas de copas pelo caminho, aquele encontro em movimento se fazia mágico em cada nanodetalhe. Dois meninos se encontrando no meio da tarde. A sensação de dois meninos que cabularam aula para flertar sob as sombras das árvores. Dois meninos que sabiam que logo mais teriam que voltar as suas vidas, mas que tinham certeza de que enquanto estivessem ali estariam absolutamente um para o outro sem pensar em mais nada. Dois meninos que caminhavam se beijando sem tocar o chão. Não havia espaço para fome, para preguiça, para desejos que violassem aquele momento. De tamanho prazer sentido ali naquele abotoar de mãos, passamos do destino. Erramos o caminho, hoje tenho certeza que de propósito, só para avançar mais alguns metros naquela cena digna de porta-retrato.


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17/08/2014 - Chamado de Caboclo

Caboclo me chamou
Eu vou
Caboclo me chamou
Cá estou

Seu Tupinambá
Tem voz de trovoada
Quando chama
Estremece a estrada

Caboclo me chamou
Eu vou
Caboclo me chamou
Cá estou

Seu Tupinambá
Quebra qualquer maldição
Nada de ruim
Fica em pé com ele não

Caboclo me chamou
Eu vou
Caboclo me chamou
Cá estou

Seu Tupinambá
Bate no peito e brada ...
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