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Encontrados 58 textos de dezembro de 2013. Exibindo página 5 de 6.
09/12/2013 -
Triste assim
Pássaro sem canto. Grilo sem perna. Viola sem corda. Nuvem sem chuva. Faca sem corte. Palhaço sem sorriso. Árvore sem folhas. Fotografia sem rosto. Lavrador sem terra. Coração sem pulso. Rua sem saída. Casa sem morador. Papel sem escrita. Velório sem corpo. Vento sem destino. Noite sem vela. Despedida sem adeus. Fruto sem doce. Porteira sem tranca. Lobo sem lua. Doença sem cura. Relógio sem corda. Cupido sem flecha. Dor sem volta. Partida sem chegada. Lápis sem ponta. Tempo sem choro. Trem sem trilho. Beija sem flor. Fogão sem lenha. Barco sem mar. Sono sem sonho. Declaração sem valor. Caminho sem pegadas. Morte sem rosto. Andarilho sem estrada. Berrante sem boiada. Sentimento sem abrigo. Sangria sem remédio. Grito sem socorro. Príncipe sem reino. Espera sem esperança. Saudade sem rumo. Palavras sem encantaria. História sem fim.
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09/12/2013 -
Pedrante
Quantas pedras
Quantas pedradas
Quantas pedreiras
Pode suportar um coração
Que só fez pedrarias
A quem sempre quis bem
Quantas pedras
Este coração é capaz de levar
Quantas pedradas
Este coração consegue suportar
Quantas pedreiras
Este coração ainda há de encarar
Para provar
Que só quis o bem ao seu bem
Quantas marcas
Mais serão precisas para comprovar
Que o seu sentimento
É o meu também...
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08/12/2013 -
Preto Velho
Nem todo preto
É velho
Nem todo velho
É preto
Mas todo
Preto-velho
Pede respeito
Tudo se trata
De roupagem
E toda roupa
Muda
De tempo em tempo
Feito paisagem,
Água de cascata...
A entidade
É a individualidade
O que transcende
A personalidade
Que é passageira
Só uma fagulha
Na fogueira
Nem todo preto
É velho
Nem todo velho...
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08/12/2013 -
Eu quero um beijo
Eu quero um beijo. Um beijo inesperado e tão esperado ao mesmo instante. Um beijo demorado, com sensação de infinito. Um beijo apaixonado e apaixonante. Um beijo cinematográfico. Um beijo habilidoso, mas com um quê de inocência, de pureza, de encanto. Um beijo como que saído de uma confeiteira. Um beijo trocado, sonhado, falado. Um beijo surrealista, impressionista, cubista... Um beijo que seja o epicentro de tudo mais o que há.
Eu quero um beijo. Um beijo que cause dependência e, ao mesmo tempo, aflore o sentimento de liberdade. Um beijo primitivo, com instintos desconhecidos, mas contemporâneo. Um beijo enlouquecedor. Um beijo provocante, que mexa com hormônios e pensamentos de uma só vez. Um beijo capaz de embaralhar olhos, sentidos e razões de ser e querer. Um beijo que ultrapasse valores, aliás, que passe por cima de todos os limites e juízos pré-existentes. ...
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07/12/2013 -
Mimada
A menina se cansou de esperar pelo príncipe encantado montado em um cavalo branco e partiu sozinha pela estrada em um carro branco de muitos cavalos cujas cores ainda não foram reveladas. A menina se cansou de esperar pelo “e foram felizes para sempre” e decidiu, por conta própria, se abstrair desses conceitos sendo autora de sua própria história. A menina se cansou de ficar beijando sapos à espera de uma surpresa e agora já não beija mais nada que não seja tão encantador como o reflexo de seu espelho. ...
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07/12/2013 -
Manda Samba
Ah! Manda
A tristeza embora
E vem cá agora
Escutar a linha
Deste sambinha
Que eu fiz
Só pra ti ver
Feliz
Ai, feliz
Manda
Ah! Manda
A uruca pra lá
Vem dançar
Vamos amar
Escuta aqui
O que é que há
A lhe chamar
Ah! Manda
O choro parar
O riso raiar
A vida balançar
Ao tamborim
Vem sambar
Em mim
Pra mim
Carmim
Ah! Manda
Mandando...
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06/12/2013 -
Abraço de 72 horas
Meu amor, eu quero um abraço de 72 horas, que comece na sexta, atravesse o final de semana, e se desmanche só na segunda-feira. Nada menos do que 72 horas do meu corpo junto ao seu, entre palavras apaixonantes e silêncios reconfortantes. Ao longo do abraço, nossos perfumes hão de ser um só para que ao final dele sejamos simples e puramente o aroma alheio. Um abraço capaz de acabar com qualquer tempestade, por mais insensível e violenta que ela seja. Um abraço que simbolize e concretize o infinito que há neste nosso querer ser para sempre um só. ...
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06/12/2013 -
"Caba" luz
Que a luz acabe
E a gente possa
Com toda bossa
Se amar no escuro
Que a luz acabe
Pra gente fugir
Pra gente sorrir
Longe de tudo
Que a luz acabe
E a gente se deite
E ainda se deleite
Nesta confusão
Que a luz acabe
E a gente se renda
E ascenda e acenda
Como velas
Que a luz acabe
Que a gente clareia
E até incendeia
Os pirilampos
...
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05/12/2013 -
Menina-flor
De repente, sem maiores explicações, apareceram flores no quarto da menininha, que se espantou, no bom sentido, com aquela floração inesperada. Na verdade, um vaso com duas hastes de orquídeas num lilás que chamava para si outros tons, provocando ilusões de cores. Ela não entendeu como o presente havia ido parar ali, mas acreditava ser coisa de algum príncipe desconhecido de um reino não menos impossível que o seu. Mas que importava saber isto ou aquilo quando o que ela mais queria era curtir por completo aquelas flores que chegavam a dizer encantos aos seus ouvidos de pérola. ...
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05/12/2013 -
Poética das mãos
Mãos dançando no ar
Cada unha, uma bailarina única
Rosa, vinho, vermelha
Ou nuas de cor e esmalte
Mãos de dedos suspensos
Como cometas paralelos
Carpo e metacarpo
Trabalhando em conjunto
Costas e palmas
Como um poema
De dupla face
Perfumado
E corado
E suado
Mãos que se dão
E se entregam
E se enlaçam
E acenam
E encenam
Chegando e partindo
Com signos
E significados...
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