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Encontrados 37 textos de junho de 2013. Exibindo página 1 de 4.
30/06/2013 -
Hoje tem jogo
Hoje tem jogo entre a vida e a morte no beco do ladrão. Hoje tem jogo entre o azar e a sorte na roleta do cassino. Hoje tem jogo de amor sob os lençóis da lua. Hoje tem jogo entre mocinho e bandido fora da televisão. Hoje tem jogo de alforria para os que gritam por liberdade. Hoje tem jogo de mais valia para quem dá o suor pelo pão. Hoje tem jogo de palavras na boca do profeta. Hoje tem jogo de disse-me-disse na soleira do muro. Hoje tem jogo de cintura para sobreviver. Hoje tem jogo de botão entre uma casa e outra da blusa. Hoje tem jogo entre deus e o diabo na cabeça do homem. ...
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30/06/2013 -
Nem sempre
Não há ternura que não se perca
Nem paraíso que não se infernize
Não há loucura que dure para sempre
Nem juízo que não desapareça
Nem todo uso cai em desuso
Nem todo mal é contra o bem
Nem todo parafuso é confuso
Nem todo astral é o que convém
Há sempre um quê de trágico
No mágico que precisa surpreender
Há sempre um quê de fantástico
No elástico que precisa ceder e ceder
Há sempre um quê de beleza...
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Comentários (1)
29/06/2013 -
Isso nisso
Solta seus bichos
Explora meus nichos
Revira meu lixo
Faz reboliço
Feitiço e até enguiço
No ouriço-coração
Dá desserviço
E sumiço com capricho
Ao maciço-coração
Deixa de cochicho
Desça do crucifico
E siga o tempo cavalariço
Gruda feito carrapicho
E diga o que eu picho
No quebradiço-coração
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29/06/2013 -
Eis o flamenco
De repente, os pés, do alto de seus saltos pretos e avermelhados, golpeiam o chão como se fossem exus. Ora são passos sutis como um sopro ora são passos enérgicos como um grito. São movimentos fortes e intensos que buscam a quebra de limites entre silêncios e aplausos. Tudo é tão desafiador e convidativo. O flamenco vaza dos olhos, da boca, da pele da bailarina, que emociona e sensibiliza sem perder o fôlego já perdido pela plateia.
Em poucos instantes, ruas e prédios, árvores e carros, pedestres e cachorros estão hipnotizados pela mobilidade da bailarina que desafio o mundo em suas panturrilhas. Uma arte viva regada a ritmo, técnica e capacidade aeróbica. Uma coreografia dramática que chega a tourear. Enquanto sentimentos são expressados em uma dança sedutora, as expressões pingam como suor por entre passos e palmas dentro do tempo.
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28/06/2013 -
68 anos de maluquice geral
O maluco beleza que nasceu há dez mil anos atrás completaria hoje, 28 de junho de 2013, 68 anos de existência terrena se ele não tivesse pegado o trem das sete com destino a um céu entre brumas de mil megatons. Se bem que é provável que Raul Seixas não tenha morrido. Ele pode facilmente, com o seu poder de metamorfose ambulante, ter se transformado em qualquer coisa nascida a partir da mistura de sua maluquez com sua lucidez.
Talvez ele esteja em mais uma aventura na cidade de thor ou nas minas do rei salomão. O canceriano sem lar pode estar em qualquer lugar. Dentre tantas incertezas é certo que o carpinteiro do universo inteiro deve estar por aí a querer consertar o que não pode ser. Como vovó já dizia, o cowboy fora da lei não pode ser censurado, parado, domado... Anda, canta, ama, dança, fuma, voa por aí sem medo da chuva e pousando em tantas sopas....
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28/06/2013 -
Apará, Apará
Apará, Apará
Nossa Senhora da Conceição Apará
Aparai
Pelo amor de deus
Este filho seu
Que não cai graças à fé
Apará, Apará
Por Olorum
Aparai
Na força de Oxum
Este filho que vai
Com as ondas da maré
Apará, Apará
Nossa Senhora da Conceição Apará
Toma o que há ao redor
E também no interior
Deste filho porque tudo é teu
Como as ondas são de Iemanjá.
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27/06/2013 -
Braços do tempo
Se seus braços são o tempo
A correr e a se estender
Eu preciso ser urgentemente
Atemporalizado
Me entregado
Sem futuro sem passado
Ao tempo dos abraços
Apertados e escandalizados
De sentimento
De um sentimento
Esperado, temido e cultuado
Como temporal
O deus que nos fez igual
Na chegada e no adeus
Dá-me os braços seus
Em abraços que me adentram
E me avizinham
Içando o tempo das suas linhas...
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27/06/2013 -
Uma dama de luta, em luta e para a luta
Por entre o universo de damas de ferro, damas de vermelho, damas do mar e damas da lotação, eis que atua a dama de luta. Uma dama que levanta bandeiras, que fala no megafone, que faz piquetes sem perder a feminilidade. Aliás, a luta dessa dama é forjada em séculos de resistência feminina. Uma dama intrigante, que dá a luz às discussões filosóficas e ações práticas com a mesma paixão libertária e revolucionária – a paixão pela transformação.
Uma dama que assume, com toda coragem, a defesa pelo que é justo, pelo que é de direito, pelo que é humano. Uma dama que jamais perdeu a capacidade de se indignar. Uma dama com a força da mãe que protege seus filhos independentemente do risco. Uma dama movida por um marxismo apaixonado, por um lenismo lírico, por um hegelismo dramático. Sheila Tinoco, a nossa Che Guevara de saias. Uma guerrilheira feita de rosas e trovas. ...
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26/06/2013 -
Por tudo e por nada
Por tudo o que eu fui e pelo que eu queria ter sido
Não lhe agradeço
Por tudo o que vivi e, me atrevi e descobri
Admito, não tem preço
Por tudo o que me cobram e me seguem e perseguem
Não dou meu endereço
Por tudo o que o mundo - esse vagabundo - me tirou
De nada me esqueço
Por tudo o que o destino me mostrou quando menino
Não, não tenho eixo
Por tudo o que eu caminhei, encontrei e desencontrei...
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26/06/2013 -
Oswaldo mago Montenegro
Há imagens que, de imediato, reviram a memória, trazendo emoções e lembranças ainda desconhecidas. Oswaldo Montenegro, com aqueles olhos negros que contrastam com a brancura de seus cabelos longos e da barba por fazer, traz à tona o sentimento de um mensageiro. Mais do que uma condição, estar de passagem para Oswaldo Montenegro é uma sina. Uma espécie de cavaleiro que passa a pé. A montaria, no caso desse trovador, é o tempo. O tempo que, ao seu comando, anda para trás e para frente, e até para o lado ou para cima e para baixo, ou para direções ainda não descobertas, com a mesma fluidez. Parece mágica, mas é Oswaldo Montenegro, que se vestiu de cigana para cantar o sol. ...
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