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Encontrados 31 textos de novembro de 2012. Exibindo página 2 de 4.
20/11/2012 -
Ori, o meu eu verdadeiro
Hoje é dia de Ori, o Orixá pessoal de cada um. Ori reside dentro de nós, do princípio ao fim. Ori em yorubá quer dizer cabeça, mais precisamente “cabeça interior”. Sendo assim, pode ser traduzido como nossa consciência, nosso eu verdadeiro, nossa personalidade divina. Afinal, Ori é o orixá que individualiza a nossa existência. Isso mesmo, Ori é o responsável por nos fazer únicos no meio de bilhões de pessoas. O seu Ori merece celebrações e cuidados especiais, pois é o principal abrigo do axé do seu orixá. ...
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19/11/2012 -
Morte ao tédio
Inverta os dias da semana. Vire o relógio de ponta cabeça. Troque o carro por uma asa delta. Como o jantar no café da manhã e o petisco do final de semana no almoço. Leia de trás pra frente. Fale o que nunca falou, faça o que nunca fez, sinta o que nunca sentiu. Seja capitão dos barcos de papel Lançados à enxurrada. Siga no sentido contrário do engarrafamento. Troque a cor, o sabor e a essência do sabonete, da pasta de dente, do perfume. Vista o que não é dado a vestir. E toda vez que pensar em chorar comece a sorrir. ...
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18/11/2012 -
O "quê" de cada um
De que valeria viver sem deixar pistas, vestígios, sinais? Não se esqueça de deixar rastros. Um perfume, uma lembrança, um sentimento. Deixe sempre algo de seu em alguém. Há infinitas formas de deixar saudade, escolha a sua. Por mais anônimo que seja, alguma coisa em você o faz conhecido, o difere, o faz ser identificado. Por mais invisível que seja, a sua marca pessoal existe. Há algo para além do sangue, para além dos genes, para além dos pensamentos que imprime um “quê” especial em cada um. É isso o que fica. É isso o que o tempo não destrói. É isso o que a morte não carrega consigo. Resta a você, portanto, fazer valer esse “quê”. ...
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17/11/2012 -
Galo caipira
Quando o galo caipira canta aos pés da surupira até o curupira se espanta, pois tudo amanhece na mata, dos bichos às águas da cascata. Quando esse galo da cor de urucum canta, não fica nenhum olho fechado; seja os olhos do casal de namorados, seja os olhos do gato pardo, seja os olhos do furacão... tudo se abre à canção do galo despertador. Quando esse galo canto na encruzilhada da estrada o vento traz o toque do agogô, a batida de tambor.
Quando o galo caipira canta tudo quanto é silêncio nem respira, só mira a porta de saída. É o sinal para as idas e vindas, para as chegadas e partidas, para os encontros e despedidas. Quando o galo caipira canta o dia chega a ficar tonto, cambaleando entre os contos da melodia. Quando o galo caipira canta tudo se agiganta, tudo se arrepia. Quando o galo se pronuncia é chegada à primavera da fantasia.
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16/11/2012 -
Não faça, não pense, não fale...
Não se arrependa, não coloque uma venda, não se venda, não queira ser uma lenda. Não provoque, não toque, não sufoque, não se troque. Não invada, não faça nada, não pegue estrada. Não ralhe, não atrapalhe, não falhe. Não impeça, não peça, não faça promessa. Não eternize, não desmoralize, não infernize, não deslize. Não desconstrua, não obstrua, não sirva crua. Não importe, não fale em morte, não corte.
Não se atreva, não escreva, não veja. Não troveje, não beije, não deseje. Não sinta, não minta, não trinca. Não reze, não preze. Não esqueça, não desça, não teça, não adoeça, não amanheça. Não carregue, não pregue, não envergue. Não fale mal, não brinque carnaval, não seja temperamental. Não termine, não sublime, não subestime. Não abrace, não lace, não cace. Não, não, não... ...
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15/11/2012 -
Feliz Umbanda
"Chegou, chegou, chegou com Deus,
Chegou, chegou o Caboclo das Sete Encruzilhadas”
Com este ponto, saúdo o Caboclo das Sete Encruzilhadas, a entidade espiritual que fundou a Umbanda.
Foi essa entidade que no dia 15 de novembro de 1908, durante um culto espírita em Niterói, no Rio de Janeiro, se manifestou por meio do médium Zélio Fernandino de Mores para dar início a uma religião genuinamente brasileira.
Uma religião que respeita a memória ancestral de um país que deve muito do que é ao sangue, às crenças e ao suor do indígena e do negro. ...
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14/11/2012 -
Chora, o Delegado foi embora...
Quem vai prender as cabrochas na conversa
Agora que Delegado foi embora
Quem é que vai me algemar ao samba que versa
Agora que Delegado foi embora...
Quem é que vai dar voz de prisão à tristeza
Agora que Delegado foi embora
Quem vai ser mestre-sala com tanta nobreza
Agora que Delegado foi embora...
Chora, chora, Mangueira chora
Chora, minha Estação Primeira...
Diante do corpo de Delegado, deitado na quadra da escola, a bateria da verde-rosa repicou o Hino da Mangueira. Ainda se tinha esperança de que a qualquer momento Delegado levantasse daquele caixão e começasse a dançar por aquela quadra, que coleciona, impregnado em seu piso, tantos de seus passos, de seus volteios. Era inconcebível ver o corpo do lendário dançarino estático, imóvel. Como é que o samba ia sair, sem Delegado? ...
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13/11/2012 -
Favela
Ocupem a favela, mas não ocupem os sonhos de liberdade das crianças. Pacifiquem a favela, mas não pacifiquem a guerra entre amor e solidão que move os corações. Invadam a favela, mas não invadam os olhos da moça que se enchem das estrelas que salpicam seu telhado de zinco. Coloquem regras na favela, mas não regrem os limites dos barracos que, lado a lado, alcançam o céu. Modernizem a favela, mas não descaracterizem a sua essência.
Reformem a favela, mas não reformem o pensamento, a atitude, o ativismo de quem dá identidade à favela. Reescrevam a história da favela, mas não joguem fora os sonhos, as lágrimas, os sabores, os beijos, os suores, os abraços. Reorganizem a favela, mas não mexam na organização das gavetas, dos desejos, dos afazeres de cada um. Façam turismo na favela, mas não acabem com os mistérios. Levem grifes para a favela, mas respeitem a grife que é a própria favela.
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12/11/2012 -
De Zé Pilintra eu vou, com ele estou...
Estou vestido com as roupas, com as armas e com os símbolos de Zé Pilintra da cabeça aos pés, por dentro e por fora, do começo ao fim. Levo a figura do mais malandro dos Exus, no bom sentido, à frente do peito como um escudo. Que toda inveja, que toda maldade, que toda maldição lançadas contra mim sejam quebradas e devolvidas para seus donos, de direito e de fato. Com Zé Pilintra ao meu lado, eu não corro, eu enfrento, eu aguento, eu mato.
Levo minhas guias vermelhas e pretas de Exu volteadas no pescoço. Vou de chapéu panamá e de bengala pelas encruzas cantando: Zé Pilintra na minha vida é Mojubá! Bem vindo à roda da minha vida, Exu. Bote meu destino pra girar meu pai, Laroyê. Salve a malandragem que verga, mas não quebra. Com Zé Pilintra não tem caminho fechado, não tem tempo ruim. Seja para curas, defesas ou conselhos de amor, Zé Pilintra é meu doutor. ...
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11/11/2012 -
Nesse mundo de ninguém
Nesse mundo de ninguém há sempre alguém procurando por alguém. Por alguém que se perdeu. Por alguém que se encontrou. Por alguém que não se esqueceu. Por alguém que sempre se sonhou. Por alguém que se arrependeu. Por alguém que não se despediu. Por alguém que marcou. Por alguém que lhe mostrou uma nova janela, uma nova aquarela, uma nova realidade. Por alguém que sorriu, depois sumiu. Por alguém que semeou, de um jeito ou de outro, a saudade. Por alguém que se ama, se amará ou se amou.
Nesse mundo de ninguém há sempre alguém procurando por alguém. Por alguém para cobrar uma dívida, uma pendência. Por alguém que lhe dê esperança. Por alguém para pagar sua penitência. Por alguém que resgate o seu eu mais criança. Por alguém que não tenha medo ou vergonha de se entregar. Por alguém que transforme tristeza em dança. Por alguém que nasceu para gostar de você. Por alguém que faça da sua flor mais solitária um buquê. Por alguém que venha e fique sem mais nem porquê. ...
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