Daniel Campos

Poesias

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Encontrados 2480 textos. Exibindo página 224 de 248.

Superstições

Pula sete ondas no dia 31
Não passe debaixo de escadas
Nem mesmo pronuncie - azar
Vista azul na sexta-feira
Toma banho de sal grosso
Não ouça as badaladas da meia-noite
Desconjura gato preto
Coma três sementes de romã
Não quebre espelho
Nem abra guarda-chuva dentro de casa
Se benza antes de se deitar
Não olhe para trás
Não compre flores em número par
Não saia na primeira chuva
Não conte estrelas
Bata na madeira três vezes...
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05/07/2013 - Suplanta a dor

Canta, canta, canta o amor
E se acalanta e se alevanta
Sem pavor
E se agiganta e se transplanta
Para o interior
E se imanta e se espanta e se adianta
Feito condor
E se abrilhanta de cor
E se decanta flor a flor
E canta, canta, canta
E se encanta e se faz de santa
Sem nenhum pudor.


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Súplica

Volta
Volta sem ter partido
Volta sem ter me pedido
Volta e vamos continuar
De onde nunca nos deixamos.

Volta e vamos gozar
O tanto que choramos
Volta porque a ausência
É a única penitência
Que não vale a pena.

Volta
O sonho que deixou
Em mim se procriou
E já são mais de uma centena
De vontades
De saudades
E de outras tantas
Promessas sem idades.

Volta com as marcas das santas...
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Súplica da saudade

Ó vem pros meus braços
Deixa eu te levar...
Ó vem pros meus braços
Deixa eu te levar...
Vem pro meu mundo
Por que não termina...
Vem, sou tua sina...
Vem fundo nesse amor profundo...
Vem, vem que eu lhe quero bem...

Ó vem pros meus braços
Deixa eu te levar...
Ó vem pros meus braços
Deixa eu te levar...
Eu sou tua sombra
E quem te assombra
Sou teu universo
E só em mim há estrela......
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20/09/2013 - Suplicante

Ah! Manda
Tirarem
De mim
Apartarem
Do meu jardim
Afastarem
Ao toque do clarim
Este quê de falta
Esta incompletude
Este vazio
Que maltrata
Com esta saudade
Rude e amiúde
Ao mesmo tempo
Que se movimenta
Que se lamenta
Em mim
Sem fim
Como moinhos
De vento.

Ah! Manda
Anjos e demônios
Senhores das dores
E dos plutônios
Nascidos do suéter...
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Suposições

E se eu fosse o medo
E se eu não fosse o sonho
O que seria
O que seria de nós?

E se eu fosse só medo
E se eu não fosse todo sonho
O que restaria
O que restaria de nós?

Ah! Deixa-me sonhar
Teus medos
Ah! Vem se medrar
Nos meus sonhos...

E se eu te der minhas asas
Promete que deixa em mim
Teus medos
E se arrisca a voar?

Voar por sobre as casas
Voar por sobre as causas...
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Suprema

Acima de você
Só há um céu que ninguém vê
Lê-se em suas linhas as rainhas
A supremacia do poema
Que canta uma fêmea ainda não feita
Tem a poesia do fonema
Que entre rimas de amor se deita
E se deleita
Mulher suprema
É a eleita e a reeleita e a demais
A que está acima de todas e de tudo mais

Suprema, querença extrema,
Meu querer mais muito mais que o querer
Nunca dantes quisto
Misto
De ternura, loucura e prazer...
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Surrealismo

À frente de um quadro negro
Que não é negro e não tem giz
Ela olha
Como quem olha e não diz
Nem segredos
Nem medos
Nem se é possível ser feliz.

Entre dois olhares
Ela
Se angustia
Se refugia
Se arredia
Como quem se esconde
Atrás das cortinas
Com olhos de provocação.

Em idas e vindas
Olhares ocupam espaços iguais
E a vida se desequilibra
E a realidade desaparece
E o mundo se esquece...
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Suspiros

Esculpida em serenata
Na aquarela do sereno
O mundo hoje é pequeno
E sai às ruas a desfilar
Bar em bar
E em passos de passarela
Espalha perfume no ar
Eis um aroma de canela
Um sorriso, um olhar
A embriagar
O asfalto que se torna mar
Para a mulher de lá passar.

Levanto da arrebentação
Volto-me ao passado pagão
Vestido de samba
E desço o morro da ilusão
Atiro-lhe um verso
E do amor lhe peço...
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Swarovski

A mulher de cristal
Não sabe o que é bem, o que é mal
Só faz o que lhe convém
Independentemente se é norte ou leste
Se é o drama da dama ou a dama do faroeste
Mira, pira, atira, delira
E acha tudo normal, natural

A dama de cristal
É suburbana
Lava roupa, varre chão
Mas na cama
É a ilusão
Que se merece, que se oferece, que se esquece
Que fenece, cresce, enlouquece
E se dá feito prece
E acha tudo normal...
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