Daniel Campos

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Suprema

Acima de você
Só há um céu que ninguém vê
Lê-se em suas linhas as rainhas
A supremacia do poema
Que canta uma fêmea ainda não feita
Tem a poesia do fonema
Que entre rimas de amor se deita
E se deleita
Mulher suprema
É a eleita e a reeleita e a demais
A que está acima de todas e de tudo mais

Suprema, querença extrema,
Meu querer mais muito mais que o querer
Nunca dantes quisto
Misto
De ternura, loucura e prazer
Meu mel, meu absinto
Reina sobre o que sinto,
Meu verso, meu reflexo
Pureza e sexo
Superioridade e feminilidade
Na infinitude do finito

Sentimento em personificação
Seja beleza, intelecto ou ilusão
Seja espírito, carne ou coração
É superlativa absoluta
Relativa a Deus
Enche de fé até os olhos mais ateus
É a soberana conduta
A fruta perfeita
Desejo e seita
Açúcar e cicuta
Mulher absoluta.

Entre o bestial e o angelical
Nasceu suprema
Poema tropical
Fado e carnaval
Amor soberano, sacro e profano
Amor soberano, sobrenatural
Amor supremo
Além do bem, além do mal
Quero ser para sempre seu
Quero ser para sempre seu eu
Mais sentimental.


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