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Encontrados 2480 textos. Exibindo página 201 de 248.
Pé de vento
Deu pé de vento
Lá na curva do estradão
Deitou capim
Espalhou algodão
Quebrou o alecrim
Da vizinha
Derrubou uvaia
No chão
Levantou a saia
Da arvorezinha
Envergonhada
E nessa confusão
A rosa de carmim
Sumiu
Pela madrugada
Nem a passarada
Viu
Se ela cedeu ao primeiro arrepio
E partiu apaixonada pelo jasmim
Ou se foi transformada em chá
Ou se foi assentada num jardim...
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Pedras pedregulhos
Pedras
Nós somos pedras que se espalham
Pelas ruas
No meio do caminho dos drummonds
Pedras
Reluzimos nas mãos
Da fantasia
Pedras
Que não se acomodam no fundo
Do mar
Vamos e voltamos
Voltamos e vamos
No movimento da maré.
Somos as pedras
Que se debruçam
Nos seios da civilização
De pedra
Calamos a dor
E brotamos a flor
Que se liberta
E volta para ser pedra
Abstrata
Numa pirofagia de cor....
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Penduricalhos
São casais
De bichinhos
Lilás
São sonhos
São cristais
São flores
Que brincam
Com as cores
São formas
Geométricas
Poéticas
São meninas
Pequeninas
São pedaços
De nuvem macia
São laços
Traços de alegria
São elásticos
São fantásticos
São deleites
São novelos
São, o que são
Os enfeites
Dos seus cabelos?!
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Penhor
E ainda
O que queres
Se eu te empenho
Tudo o que tenho
Se eu lhe penhoro
E rio e choro
E tu feres
E finda
O meu estado
De alferes.
Estou fadado
A adorar-te
Como um lorde
Na arte
De suportar
O que não pôde
Agüentar.
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Penumbra
O principal elemento
Que constitui a mulher amada
É a sombra
Posto que essa criatura
É feita de sentimentos
Em eclipse.
Há uma fonte luminosa
E há uma sombra
Radiante
Se casando
Na composição da mulher amada
E é a sombra que cumpre o papel
De ponderar a luz
Para que a mulher amada
Não se torne um ser celestial
E sim um ente de carne.
No entanto, a mulher amada
Também não pode ser...
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Penumbra de sonhos e medos
Retraída e ensimesmada
A mulher que se veste de penumbra
Entre os sóis do Atacama e a garoa de Londres
Tem o sangue úmido
Como os beijos de Tristão e Isolda
E se disfarça de uma beleza provinciana
Capaz de tombar reis e arquiduques
Tímida aos olhos alheios
Tem uma caravana de desejos
Percorrendo o coração
Impávido
Que se alojou detrás de seu seio esquerdo
Querendo passar despercebida
Caminha pela cidade do mofo, do bolor, da escuridão...
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Pequena estrofe à mulher ausente
Ah! Mulher ausente
De tanto me doar
Ao teu sonho
Doente
Agora, falto-me.
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Pequeno samba
Eu sou aquele que dá vida
Ao samba
Ao samba puro
Ao samba poético
E no samba
Modéstia à parte
Eu sou bamba
Do meu coração
Brota o carnaval
A colombina
O pierrô e o arlequim
Que ecoam na avenida
Deixando a vida
Mais contente de mim.
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Perdas e ganhos
Eu perdi.
Perdi tantas palavras nas cartas que eu nunca lhe entreguei.
Perdi tantas pedras de gelo na espera do seu uísque.
Perdi tantos nasceres do sol, sem coragem de perguntar onde ficava sua cama.
Perdi de saber o gosto do seu batom.
Perdi no jogo de cartas, no jogo de búzios sem procurar saber sobre você.
Perdi e aceitei.
Perdei no tabuleiro de um falso amor.
Perdi o seu humor e o seu prazer.
Perdi o tempo.
Perdi a sua fase mais alegre e os seus dias mais difíceis. ...
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Perdida em mim
Onde anda aquela menina de olhos longínquos
Aquela menina que não tinha medo
Aquela menina que os sonhos não cabiam em si
Onde anda aquela menina que pensava no amanhã para esquecer o ontem
Aquela menina que se entregava de forma intensa
Aquela menina que tinha um pouco de mágica
Aquela que fazia com que o mundo girasse
Aquela que não pedia como todos pedem
Ela anda perdida em mim
Acho que a criei
A alimentei
A soprei
E o fogo apagou.
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