Pé de vento
Deu pé de vento
Lá na curva do estradão
Deitou capim
Espalhou algodão
Quebrou o alecrim
Da vizinha
Derrubou uvaia
No chão
Levantou a saia
Da arvorezinha
Envergonhada
E nessa confusão
A rosa de carmim
Sumiu
Pela madrugada
Nem a passarada
Viu
Se ela cedeu ao primeiro arrepio
E partiu apaixonada pelo jasmim
Ou se foi transformada em chá
Ou se foi assentada num jardim
Ou se foi jogada a uma Iemanjá
Será que ela era rosa de arlequim?
Será que era vento de Oxalá?
Será que era rosa de carnaval?
Será que era prenúncio do mal?
O que será a rosa: poesia ou prosa?
Só quem sabe é o vento de dezembro
E o vento e o vento e o vento
É o sentimento que não lembro
Que não lembro que não lembro...
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