Daniel Campos

Poesias

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Encontrados 2480 textos. Exibindo página 158 de 248.

Entre o céu e o mar

Por todo o céu
Não cabê-la,
A estrela
Definha
E equilibra
Suas pontas
Ainda tontas
Em uma linha
De néon
Que algum querubim
Esqueceu de guardar,
E assim
Meio amarrada,
Meio dependurada,
Ela desce
Se esquece
Enrosca
Suas pernas
Quase se enforca
E ama
E grita
E cai
Do infinito
Num ar tão bonito
E ao acordar
Vê-se nas bordas de uma praia
Sob os olhares de inveja...
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Entre o sol e o mar

Sou do tempo
Em que os românticos
Falavam a língua dos jobins
Amar era bossa
E uma bossa nova
O amor, o sorriso e a flor
Era um lema
E tudo mais
Era uma saudade que chegava
Num barquinho
Feito de papel poema
Deslizando
Entre o sol e o mar
Aliás,
Amar era um ato ensolarado
As meninas tinham corpo dourado
Andavam de bicicleta
E o lobo mau flertava
Uma chapeuzinho de maio.
...
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Enxame

Quantas semanas
Vão levar os dias
Onde fui e vivi
De fotografias
Que não existiam
Tantos os momentos
Passados ou não
Que eu prendi
Em porta-retratos
Da imaginação
Dias que me trancavam
Em meu próprio corpo
Num total desprazer
Dias de tantas semanas
Onde os meus olhos
Não iam além
Das suas imagens
Perdidas em meu pensamento.


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Equações

E se forem quatro os sóis
Quantas serão as nuvens
Submersas no ar.

Mares, mares, mares, mares
Piratas sem fantasias
Navegantes de sal.

As nossas vidas
São quatro esquinas partidas
Que se cruzam e nunca se dão.

E são tantas as taças quebradas
De drinques flambados
No sabor de quatro chamas.

São quatro os profetas
Que andam sem amuletos
Numa profecia que fica para depois.

Se forem quatro os sóis...
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Era de aquarius

O sol cruza o equador
E em seus olhos
Pupila um rosáceo
Em seus lábios
As bolhas
De um beijador
Vão manchando
Em seu batom
No seu colo
Uma legião
De acarás
Vão levantando
Suas bandeiras
E nas suas costas
Um tuburão-de-cauda-vermelha
Vai ganhando o seu mar
Enquanto um peixe-japonês
Entrega-se ao xadrez
De sua saia
E os néons
Vão se perdendo e se achando
Nos seus cabelos...
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Eroscentrismo

Quero que todos sumam
Desapareçam no olho de vidro de um furacão
Pirata da perna de pau
Não importa nome, sobrenome
Parentesco
Primeiro, segundo, terceiro grau
O que vale é o inferno dantesco
Que some
De nossas vidas

Não é necessário haver despedidas
Basta que sumam mundos
E fundos em segundos
Basta que os cordões umbilicais
E artificiais
Sejam cortados
E no mais
Que o passado
Dessa gente que desde já deve se fazer ausente...
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Esclerose

Quando eu falar o que sinto
O que desejo
E o que um dia quis
Irá compreender
Que meus olhares
Não foram em vão
Porque só é vã
A vida que não se sabe
E nós vivemos de forma intensa
O que fingíamos não saber.




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Esconde-esconde

Não sei se é aquário
Ou se é vitrine
Esse vidro
Que protege
E expõe
Esse sorriso
Que demora
Para escorrer
No seu rosto
E que parece
Posto de propósito
Para atrair
Um outro sorriso
Que não terá juízo
Se durar mais que o tempo
Que o seu sorriso
Demora a se esconder.


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Esconderijo

Onde está?
Para onde vai?
Por onde cai
E recai
Seu corpo
Meu patuá?

Some...
Pólen ao vento,
Semente da perda
Que em um alento
Se atreve
E dorme
No jardim
Aonde cultivo sentimentos
De vida breve...

Brota...
Na terra vazia
Abre-se em magia
E logo se decompõe
Em poesia,
E peca
Ao fugir do alcance
De um bem-te-vi
E seca
No meio de um romance...
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Escorpiões

O namoro
Entre os amados
Deve se dar
Como o amor
Quente
Dos escorpiões vermelhos
Neles,
Os olhos ficam sob a cabeça
Sem nenhuma visão periférica
O sexo não é visto
Apenas sentido
Em total intensidade
Como se uma venda cobrisse
Toda e qualquer visão
E os sentidos se aflorassem
Como nunca dantes ousaram.

Nesse jogo cego,
Os machos hão de seguir
Pistas químicas
Deixadas ...
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