Daniel Campos

Prosas

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14/10/2014 - Poço-coração

Ninguém me tira desse poço-coração. Sou do tempo em que o amor não se demovia nem por reza braba. Sou a paixão que não acaba, mas é acabada por mãos dantes apaixonantes. Ninguém me remove dos meus encantamentos. Sou amante da ilusão. Tomo drinques de solidão e fico parto, tropeçando em sim e não, em busca de meus rebentos que brincam ao relento de um universo de emoções sem senões.


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05/07/2016 - Pode contar comigo

Pode contar comigo em todas as horas. Para o que precisar, pode contar comigo. Pode abrir o coração, que eu cuido. Pode se jogar, que eu seguro. Pode me ferir, que eu curo. Pode contar comigo para todo e qualquer problema. Pode contar comigo diante do seu dilema. Pode contar comigo que juntos a gente transforma dor em poema. Pode contar comigo ao seu lado. Pode confiar e se entregar. Eu cuido. Eu projeto. Eu amo. Pode contar comigo para cada um dos seus planos. Pode contar comigo para te levar em frente, se precisar até no colo. Pode contar comigo sem qualquer restrição. Pode contar comigo agora, hoje e sempre. Pode contar comigo para te dar força, te dar equilíbrio, te dar paz. Pode contar comigo para abrir a sua estrada e caminhar contigo, independentemente das pedras, das perdas, das quedas. Pode contar comigo para ser seu anjo da guarda. Pode contar comigo ó mulher amada.


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22/01/2013 - Pode falar

Fala, porque eu sempre hei de lhe escutar. Fala, estou de ouvidos, peito e poros abertos. Fala, vou acreditar em tudo o que disser. Fala como se fosse a primeira e a última mulher. Fala sobre o que lhe provoca. Fala e invoca todas as interpretações que eu possa fazer das suas falas. Fala das suas taras. Fala do que lhe sufoca. Fala o que quer. Fala com todas as letras. Fala a minha língua na sua língua. Fala dos problemas, dos dilemas, dos teoremas.

Fala em rimas livres ou métricas. Fala com fé e de maneira cética. Fala dos seus amigos imaginários. Fala dos seus amores platônicos. Fala dos seus objetivos faraônicos. Fala como falam os peixes dentro do aquário. Fala como criança que ainda não fala. Fala saboreando cada letra. Fala despindo as palavras. Fala conjugando cada verbo a sua maneira. Fala como prostituta e como freira. Fala e me crava as suas falas....
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21/06/2016 - Podem me levar tudo, menos você

Podem levar tudo de mim menos o que eu sinto por você. Podem tomar meus olhos que as imagens do seu rosto, do seu corpo, dos nossos momentos, estão todas impregnadas no meu subconsciente, onde encontro você a todo instante. Podem cortar minhas mãos porque o meu amor te toca independentemente dos meus dedos. Podem me tirar as pernas porque mesmo sem elas sou capaz de caminhar ao teu encontro. Podem arrancar minha língua porque meu ser exala um eu te amo atrás do outro. Podem amputar meus braços porque mesmo sem eles continuarei te abraçando, pois se trata de abraço de almas. Podem cortar meus ouvidos pois a tua voz em forma de música ecoa dentro de mim, vibrando em todas as minhas células. Podem cortar a minha cabeça, pois por você há muito tempo já perdi a cabeça. Podem arrancar meus lábios, meus beijos serão para sempre seus. Podem abrir meu peito, mas só encontrarão o vazio... pois meu coração entreguei a você no primeiro instante que te conheci. Podem levar tudo de mim menos o que eu sinto por você.


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04/02/2017 - Podemos nos despedir, não sumir

Eu odeio despedidas. Pode parecer clichê, mas eu odeio. Fazer o quê? Não tem jeito. Por mais que eu tente, não consigo manter todas as pessoas que fazem diferença na minha vida perto de mim. Mas, por mais que você vá, geograficamente falando, para longe, continuará em mim. Afinal, são tantos momentos vividos juntos que vão se repetindo, repetindo, repetindo em tons de eternidade nas minhas memórias. Eu queria que você ficasse, mas não posso pedir isso. Não quero te prender. Quero que seja livre, e seja feliz onde estiver. ...
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17/12/2008 - Podres poderes

O retrato nu e cru do exército brasileiro é exibido diariamente em rede nacional, chegando ao cúmulo de militares roubarem doações feitas para os desabrigados de Santa Catarina. Não é de se admirar que as forças autoritárias, que se escondem atrás da farda do patriotismo, de um fuzil e de um podre poder, responsável por absurdos durante o regime ditatorial, tenham tal comportamento. Para quem acredita estar acima do bem e do mal, a atitude de se dar bem a qualquer custo e sob a lei do menor esforço é típica de quem, historicamente, tortura, exila, censura, mata. Que democracia é essa em que os militares fazem da rua pública o porão do Dops? ...
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21/08/2013 - Podridão humana

Andando por aí, eu conheci homens feitos da lama mais podre que o criador poderia encontrar. Homens feitos de ganância, de inveja e ciúmes. Homens que constroem seu mundo nos limites de seus próprios umbigos e que matam em nome desses reinos de mentira. E dá-lhe cinismo, trapaças e vinganças. São homens que fazem de um tudo para prejudicar, para atrapalhar, para enterrar a vida alheia. Homens de pouco ou nenhum caráter, que não conseguem olhar nos olhos e nem pronunciar a palavra amor com o mínimo de veracidade. ...
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27/04/2016 - Poesia não morre

Nunca tive medo da morte. Sou frágil sendo forte. Sou do sul, do meio, de dentro, do avesso, do norte. Tenho porte de cavalheiro na alma. Sou espírito afoito à procura da calma. Sou dor sem trauma. Sou pescador de fantasias. Sou ladeira, eira e beira, fogueira, vias e mais vias inteiras. Sou lua vazia, sou lua cheia. Sou candeia. Sou texto, sou verso, sou poesia. E poesia não morre. Corre para acontecer. Corre, corre para viver. Abra a porta, não importa se vai sofrer. Todo botão sofre para florescer. Todo carrilhão sofre para gemer. Todo coração sofre para bater. Todo sonho peleja para se realizar, e se não pelejou não valeu à pena sonhar. Quem sonha, quem ama, quem vive e não se enfadonha, não morre, como poesia apenas escorre.


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Poesia plena

Lá estava ela. Tão perto, ao alcance de minhas mãos. Engraçado... Eu que sempre a tive em rimas estava pela primeira vez diante de seus olhos. Eu que sempre a tive no papel acariciava pela primeira vez sua pele. Eu que sempre pedi que viesse, passei a pedir para não ir embora. Em quantos poemas eu desenhei sua boca em palavras sem nunca tê-la tocado. Em quantos poemas eu dancei em seus passos sem saber que passava descalça. Em quantos poemas eu falei da sua saudade sem que ela tivesse surgido na minha vida de forma tão nítida. Eu sempre achei que a encontraria. Sempre tive essa certeza dentro de mim. Por mais esquisito que isso possa parecer, essa certeza sempre caminhou comigo. Eu me assumi poeta quando tinha 17 anos. Desde então, foram anos a fio de uma espera louca até que ela me chegasse por completo. Nesses anos todos, sempre a tive em pedaços. Seja no papel ou em outras mulheres. Eu passei esses anos todos procurando seus olhos em outros olhos. Eu passei esses anos todos tentando um poema perfeito. E esse poema só foi me acontecer quando, pela primeira vez nesse tempo todo, vi-me frente a frente com ela - a mulher amada. Eu que escrevi tantos poemas ao longo desses anos todos, diante daquele encontro a única impressão era a de que nada fora escrito. Tudo era novo. Tudo era inédito. Tudo era começo. Por quanto tempo eu sonhei com o momento de encontrá-la. Por quanto tempo eu sonhei os olhares, o jeito, o perfume dessa mulher que me habita há muitos anos (presumo que ela nasceu comigo). Por quanto tempo eu sonhei os sonhos dessa mulher. Por quanto tempo eu sonhei a essência, em toda inocência e em toda indecência, dessa mulher. Por quanto tempo eu sonhei com um beijo dessa mulher. Por quanto tempo eu sonhei aquele beijo. Quantas páginas de papel eu deixei pelo caminho na tentativa de construir aquele beijo em estrofes. Poesias que falavam da temperatura, da textura, da pulsação, das cores, dos sabores, dos perfumes, dos movimentos, da umidade, das vontades, da velocidade, dos teores, dos efeitos e de tantos outros detalhes daquele beijo. E pensar que nenhum escrito meu jamais alcançou a intensidade daquele beijo. Os sete céus e todos os infernos de Dante se calaram naquele beijo. O mundo se revirou pelo avesso naquele beijo. Os anjos tiveram sexo naquele beijo. Uma bailarina deixou sua caixinha de música e rodopiou pelas ruas durante aquele beijo. Enquanto se dava aquele beijo, alguém deve ter tido a certeza de que em algum lugar o amor existe. E de fato, existe. Em todos esses anos, quando eu pedia inspiração eu chamava essa mulher que sempre me esteve próxima. Em todos esses anos, quando eu escrevia "mulher amada" em um pedaço de papel eu falava dessa mulher que há sempre me esteve próxima. Em todos esses anos, tentei descobrir o nome dessa mulher. E hoje, sei que ela se chama poesia. Em todos esses anos, suportei a solidão porque eu sabia que um dia a minha poesia se faria completa na beleza dessa mulher. Como eu sonhei com aquele encontro. E o beijo foi o ápice, a prova, o milagre. De uma vez por todas, a boca da poesia em minha boca, consagrou-me poeta. Sonhei. Sonhamos.


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13/10/2012 - Poeta

Poeta viajante, poeta andante, poeta navegante, poeta cavaleiro dos temporais. Poeta prisioneiros dos amores surreais, poeta dos solteiros, dos apaixonados e dos casais. Poeta al dente, poeta fruto, flor e semente. Poeta da chuva, poeta do vento, poeta do leste e do sul. Poeta alma, poeta sentimento, poeta sem calma, poeta verde, vermelho e azul. Poeta das entrelinhas, poeta do destino, poeta das meninas, poeta do caminho, poeta das encruzilhadas, poeta das noites enluaradas.

Poeta das porteiras, das cancelas, das portas, das janelas, dos portões, enfim, poeta de tudo o que abre ao coração. Poeta dos carrilhões de sinos, poeta menino, poeta deus, poeta da chegada, poeta do encontro e do reencontro, poeta do adeus. Poeta da maré cheia, poeta da luz que clareia, poeta da paixão que tonteia. Poeta de um cheiro, poeta faroleiro, poeta malandro, poeta dos meandros, poeta das horas certas e incertas. Poeta por natureza, poeta de vocação, poeta para a beleza. ...
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