17/12/2008 - Podres poderes
O retrato nu e cru do exército brasileiro é exibido diariamente em rede nacional, chegando ao cúmulo de militares roubarem doações feitas para os desabrigados de Santa Catarina. Não é de se admirar que as forças autoritárias, que se escondem atrás da farda do patriotismo, de um fuzil e de um podre poder, responsável por absurdos durante o regime ditatorial, tenham tal comportamento. Para quem acredita estar acima do bem e do mal, a atitude de se dar bem a qualquer custo e sob a lei do menor esforço é típica de quem, historicamente, tortura, exila, censura, mata. Que democracia é essa em que os militares fazem da rua pública o porão do Dops?
Há exceções, como em toda regra, mas é notório que a corporação militar brasileira está falida. Entenda-se falida ética e moralmente, já que financeira e estrategicamente ainda ocupa muito espaço no orçamento e na Esplanada dos Ministérios. Para que sustentar a força-armada se a estrutura bélica brasileira é pífia e invasões acontecem abertamente? Invasões para explorar a Amazônia, para alimentar a prostituição infantil, para promover o tráfico de drogas... O Brasil parece um imenso convite à atuação de criminosos internacionais e fomentação da bandidagem nacional.
Soldados roubam o que seria doado para as vítimas das enchentes, um militar comanda a operação que resulta na morte da adolescente Eloá, outros policiais militares alvejam um carro matando o menino João Soares, um PM bate, atira e mata o torcedor do São Paulo e outro abusa sexualmente de uma menina dentro de um posto policial em Brasília. E o que acontece com eles? Escondem o rosto, recebendo como pena o afastamento das ruas. Mas continuam realizando trabalhos administrativos, usando farda e recebendo salário. É a farra da pizza, o absurdo da impunidade militar.
Chega de cálice! Eu sou a favor da extinção do militarismo. Que o dinheiro gasto para sustentar essa estrutura ineficiente e corrupta seja investido na área social, cultivando um projeto de uma cultura de paz. Já que os militares não dão conta de combater a violência, que esse embate seja feito de outras formas. Que uma nova polícia nacional seja criada, pensada nos moldes da polícia federal. Alô! Congresso Nacional. Alô! Palácio do Planalto. Algo precisa ser feito. Não é passível de compreensão que um presidente da República e parlamentares que sofreram os horrores da ditadura batam continência para esses podres poderes.
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