Daniel Campos

Prosas

Ou exibir apenas títulos iniciados por:

A  B  C  D  E  F  G  H  I  J  K  L  M  N  O  P  Q  R  S  T  U  V  W  X  Y  Z  todos

Ordernar por: mais novos  

Encontrados 3193 textos. Exibindo página 141 de 320.

28/01/2014 - Hora de sonhar

Apague a luz. É hora de ninar. Seu lobo não vem, é tempo de sossegar. Feche os olhos sem medo. Aquiete o coração. Deixe o sono chegar. Jogue-se nos braços da fantasia que lhe espera para brincar. Liberte-se de tudo o que lhe pesa. Esqueça-se de toda e qualquer dor. Agora, é só você e o sonho. Deixa que ele a leve por onde for.

Se precisar, cante baixinho ou se conte uma historinha. Sim, aquele conto de fadas que você gosta de viver. Puxe a coberta e seu bichinho... Respire devagar. Deixe o sono tomar de conta. As fadas e os elfos esperam por você do lado de lá. Sua pureza vai lhe levar para este mundo de delicadeza. O sonho está aí, veio lhe buscar. ...
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

Horário de ilusão

Pega, pega, pega o ladrão! Pega o ladrão! Fui roubado, furtado, assaltado... Dê o nome que quiser a esse crime, o fato é que me roubaram o tempo. Quando acordei, faltava uma hora, faltavam 60 minutos, faltavam 3600 segundos no meu dia, na minha vida, no meu destino... Quantos os beijos que poderiam ter sido semeados e colhidos durante o passar de uma hora e não vingaram? Quantos os versos que poderiam ter sido escritos durante uma hora e foram levados para longe das minhas páginas? Quantos os sorrisos que deixaram de fazer parte da minha boca e dos meus olhos nesse intervalo de tempo? Quantos sabores e perfumes eu deixei de sentir com esse autoritarismo? Quantos os sonhos que caíram assassinados durante essa uma hora? Pode parecer pouco, mas para quem enxerga a vida como uma colcha de retalhos, costurada de detalhe em detalhe, é muito... ...
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

05/03/2015 - Horários

Às sete horas eu quero um beijo. Às vinte e uma horas eu corro para você onde quer que esteja. Às treze horas você me enche de apetite. Às vinte e duas horas eu preciso de colo. Às três horas sou apenas sonho, o seu sonho. Às vinte horas eu voo longe. Ao meio dia eu me esqueço de mim. Às quinze horas faço uma pausa de tudo e todos para o amor. Às dezoito horas o trânsito não flui em mim. Às vinte e três horas eu dou espaço aos sussurros. Às nove horas eu busco os suspiros da arte. Às dezesseis horas eu sou invadido por cheiro de bolo daqueles de avó. À meia noite eu viro lobo para correr suas campinas ou uivar em seus ouvidos, conforme preferir.


Comentar Seja o primeiro a comentar

11/06/2016 - Hortênsias rosas: um bom prenúncio

Depois das azuis, eis que também surpreendentemente chegaram as hortênsias rosas. Pena que chegaram de outras mãos que não das suas, mas ainda hei de viver para ver os tons de rosa da mulher e da flor se misturando. Embora elas não vieram por suas mãos, vieram de você. E pude sentir todo o amor que há impregnado naquelas folhas verdes, naquelas pétalas rosas. Eu e você, tão verdes quão rosas. Esses dias mesmo as flores azuis reapareceram trazendo você novamente no meu jardim. Agora, quando achei que tinha ido embora de vez, sem nem olhar para trás, as rosas chegaram para confirmar que você não me deixou, não me esqueceu, não me secou as esperanças de enraizar nossas vidas de forma sólida, duradoura e bela. Que no dia do nosso casamento o buquê seja de hortênsia, com flores azuis e rosas simbolizando o reencontro de dois tempos que nunca se separaram. Como cuido das hortênsias, prometo cuidar do nosso amor, de você, da nossa família. Regando todos os dias. Dando o calor necessário. Zelando pelo crescimento. Adubando com muita paixão. Deixando para trás as folhas secas. Podando os conflitos. Agradecendo por existir, por estar comigo. Fazendo-me merecedor de suas flores. Amor meu, depois das azuis e das rosas, aguardo ansiosamente pela hortênsia de carne e sonhos....
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

22/05/2010 - Humano coração

Eu espero e quero a vinda dos cavaleiros do apocalipse. Fome, guerra, morte. Quero colocar fim a este mundo que me condena tratando-me como anticristo. Desisto desta coisa inútil de amar. Amar para quê para quem? Para sofrer, para se perder, para ninguém lhe valer de nada. Que as bestas transpassem suas lanças em meu humano coração. Arranquem-no do meu peito e o atire aos cães do inferno com a satisfação de quem está dilacerando o último romântico. Que sangue e água se esvaiam e que essa “coisa” que não sabe se alma ou carma seja engolida pelas sombras que me açoitam por anos e anos a fio. ...
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

I like chopin

Sob o efeito de um meteoro, as árvores ficaram de lado e nem se atreveram, por medo ou vergonha, a jogarem suas sementes na clareira. Medo de um outro terremoto. Vergonha de serem expulsas por um pedaço de pedra. Sementes de conquista. Conquista de espaço e de tempo, sementes que alastravam clones daquelas árvores e sementes que faziam com que aquelas árvores se perpetuassem a cada broto.

Durante séculos ninguém pisou ali. Aliás, ninguém ousou pisar ali. Mas ousadia era uma palavra que não faltava no dicionário daquela que era ousada por natureza. E ela, para deixar as árvores boquiabertas, deitou em sua cama de lençol egípcio e amanheceu deitada naquela relva baixa que cobria aquela clareira amaldiçoada. Quando o sol deu vista aos olhos das árvores, elas não acreditaram. Tem alguém na clareira. Tem alguém na clareira. Tem alguém na clareira. Era essa a frase que ecoava pelas galhas das árvores como se fosse e voltasse pelo fio daquele telefone feito com duas latinhas. Telefone que se brinca quando criança. Mas ali parecia não haver nenhuma criança. E nem havia passado, o tempo era presente....
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

06/12/2012 - Iansã me chamou, eu vou...

Iansã me chamou, e quando Iansã me chama eu vou. Eu vou, eu vou, com Iansã por todos os caminhos eu vou. Eu vou pelo vermelho de Iansã. Eu vou entre o balanço de Iansã. Eu vou numa batida de Iansã, batendo cabeça pra orixá que me traz o fogo do sol toda manhã. Espera que eu vou, espera que vou, eu vou com Iansã eu vou. Eu vou rodando na saia rodada de Iansã. Eu vou numa batucada de Iansã. Eu vou, com unhas e dentes, defendendo o amor de Iansã. Eu vou marcando ponto pra Iansã, eu vou, eu vou, pelo encanto de Iansã eu vou. ...
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

24/04/2016 - Idade interior

Os jovens envelheceram. As crianças cresceram. Mas o menino que há cá dentro em mim continua aqui, a assoviar, larara lariri. Não deixe a meninice te escapulir. O sentimento é o que a gente quer fazer existir. A idade não conta quando a gente dá conta de sorrir. Não importa a matemática da certidão de nascimento, dos registros oficiais. O que importa é o agora, o que deve ser vivido, o que não volta mais. Esqueça do tempo, pois tempo não se prende, não se acumula, nem tem bula. Então, arreganha o coração e ganha o mundo, pois este segundo você não viverá mais não. E o melhor é viver tudo com a idade do perdão. A idade que permite que nos perdoemos e, acima de qualquer coisa, não nos culpemos mais não por dar à luz a imaginação.


Comentários (1)

06/10/2012 - Identidade nas mãos

O que eu trago nas mãos diz muito mais sobre mim do que meu rosto. Quase sempre elas caminham vazias, porém fartas de linhas, e caminho e destinos. A minha alma é impregnada de profecias, de possibilidades, de adivinhações. Mãos tão calejadas quão um coração apaixonado, que trabalha sem parar em nome de um amor maior. Mãos que se dão às outras mãos como eu me dou às ilusões, de forma total.

As minhas mãos trazem papeis, pedaços de jornais, manuscritos apocalípticos, páginas sagradas e capítulos de romances. Esse sou eu – escritos, ditos e não ditos. As minhas mãos trazem uma aliança quadrada, pois o amor que sinto tem os lados paralelos dois a dois. O amor que sinto não tem uma única forma, pois todo quadrado é também um retângulo e um losango. Além do mais, os quadrados são mágicos. ...
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

Identidade secreta

Em um desenho futurista, três grandes argolas de ouro se entrelaçam em cada orelha. Designer norte-americano e filosofia oriental, lado a lado. Mas isso não é o mais importante para aquela mulher que gostava de esbanjar. Fosse por meio dos acessórios de shopping center, do carro de sangue alemão ou das fotos da última viagem transatlântica, ela, propositalmente, deixa-se à mostra. Não fazia por mal, mas gostava de chamar os holofotes para si.

As mulheres a odiavam. Amigas? Uma ou duas, no máximo. Os homens? Cafajestes e românticos, modistas e socialistas, figurões e plebeus eram unânimes no amor e no ódio que nutriam por ela. Amavam-na à primeira vista e a odiavam nas demais. Vivia com roupas de academia, o que a deixava ainda mais provocante. Vivia para o seu corpo e, nas horas vagas, passeava por lentes objetivas. Era modelo fotográfica. Outdoor, capas de revistas, interface de sites... Seu rosto de menina que cresceu comendo iogurte sempre aparecia ao lado de algum produto. Era um ótimo chamariz. ...
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

Primeira   Anterior   139  140  141  142  143   Seguinte   Ultima