Daniel Campos

Prosas

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Encontrados 3193 textos. Exibindo página 19 de 320.

20/05/2016 - Palavras do meu interior

O que eu faço é entregar o que eu tenho de bom. O que eu faço é dar o que eu tenho por dentro de sobra – palavras, palavras, palavras. Ofereço palavras como quem oferece um bombom. Palavras de silêncio e sem som. Palavras que saem de mim como lava. E eu sou um vulcão nada adormecido, posso cochilar, mas não durmo quando o assunto é sonhar, imaginar, amar. Se palavras quiserem, palavras terão. Se palavras me derem, palavras se amarão. Palavras de amor, de saudade, de esperança, de espiritualidade, de lua, de mato, de rio, de mar, de verdade, de paz. Palavras que vem e vão mesmo quando eu não vou. Palavras de quem amou, ama e amará demais em palavras que vão se encontrando, se proliferando e brotando como casais pelo cais, pelos coqueirais, pelos milharais, pelos arraiais que existem em meu inteiro amor, em meu inteiramor, em meu interior.


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19/05/2016 - Devoto do amor demais

E foi como se o cupido com suas flechas graúdas e pontiagudas mirasse contra o meu peito querendo uma execução sumária. E, assim, alvejado pela paixão desmedida, graças a uma overdose cupidiana, fui a nocaute. Perdi o chão. Perdi a visão. Perdi o sentido, a realidade, o medo, o limite. E fui para cima dos meus princípios, derrubando um a um como peças de dominó enfileiradas. Deixei de pensar, para sentir. Mergulhei no desconhecido e amei, e amei, e amei demais. Não sei o que houve entre as flechas acertarem meu peito e o hoje. Fui tomado pelo sentimento e me entreguei ao êxtase. Ainda não sinto as dores, embora o corpo físico esteja exaurido, marcado, ferido pela avalanche da paixão que rola dia e noite. Mas o amor não dói quando o amor é maior que a dor. E seja lá qual tenha sido a motivação do cupido – se por brincadeira ou por experimento – eu agradeço, pois sou devoto do amor demais.


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18/05/2016 - Já não sei mais

Meu violão já não toca. Minha vitrola não gira mais. Meu coração provoca provocado pelos casais de namorados. Minha vida já não raia e meus pés já vão longe da praia. Minhas louças não saem do armário e minhas poesias enchem as gavetas. E eu desafino quando murmuro sua letra. Eu já te acho me perdendo e tudo vai correndo para longe, para longe, para longe do que sonhei. Minha cama já não geme e anda mais arrumada do que eu. E um passarinho indiano me soprou tudo é Maya, inclusive você e eu.


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17/05/2016 - Ninho vazio

Diga que terminou, pois não acredito. Venha e convença meus olhos de que o amor se foi. Sepulta o que sinto se é capaz. Se for, vá e leve o que deixou cá dentro de mim. Se ficar, aninha-se no meu coração que não se permitiu ser ocupado por mais ninguém. Venha buscar o que ainda te espera e permitir que eu descanse em paz. Mas hei de gozar essa paz em seus braços, em seu dorso, em sua boca. De que vale a amora se ela mancha? De que vale o poeta se ele não dói? De que vale a cama se ela anoitece e amanhece arrumada? Venha e me diga que terminou, pois tudo está em suspenso num amor que é ato contínuo, que o tempo não anula e que a saudade só atiça. Não seja omissa, pois você é parte integrante de tudo isso. Ninho vazio ainda é ninho.


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16/05/2016 - Botando pra fora

Ninguém há de segurar o meu pranto. Deixo rolar o que não dá mais para segurar. Pode ser dia comum ou dia santo, se o coração encheu, transbordou, meu pranto rolou. Não há como estocar o mundo num coração se ele tiver fundo. Não há como esperar que o sentimento vai te deixar por deixar. Mais dia menos dia vai ter que aliviar. E para aliviar nada melhor que chorar. Rio represado não corre. Terra compactada não deixa espaço pra semente brotar. Cordas presas não fazem um violão. Letras amontadas nem sempre são lidas. Mais vale uma paixão ser vivida do que esquecida. Vivendo ou não vivendo, o tempo chega e descora. Então, me deixe viver tudo o que há. E o que não fecha a conta, boto pra fora.


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14/05/2016 - Entrega das asas

Só pássaros com asas voltam pro ninho. Os que perdem suas asas, seja por amor ou o que for, caminham por aí sozinhos condenados ao chão. Por isso, preste atenção, por maior sua certeza na paixão, não entregue suas asas. E se se for para entregar, mesmo sabendo de todos os riscos de nunca mais voltar para casa, bendito seja o amor, pois só ele será capaz de te guiar quando não tiver mais asas.


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13/05/2016 - Sexta-treze ou sexta-paixão?

Sexta-feira treze é um ótimo dia para perder o medo. Perder o medo e ir em frente fazendo diferente. Não tenha medo de beijar debaixo da escada. Não tenha medo de um gato preto cruzar sua frente enquanto você busca ou passa com sua amada. Não tenha medo de bruxa, pois não há feitiço neste mundo capaz de quebrar um amor verdadeiro. Não tenha medo de corvos ou fantasmas, de monstros ou lendas. Na sexta-feira treze eu só temo cair de paixão, pois paixão ninguém controla. Paixão rouba os sentidos, cega, faz mocinho virar bandido e vice-versa. Paixão derruba cara valente, dói mais do que dor de dente, dá o céu e o ausente na mesma medida. Paixão vira a cabeça e não há quem esqueça. Por isso, que venham as bruxas, os lobisomens, os fantasmas... Para todos há remédio, exceto para a paixão que faz de todo dia o anti-tédio da sexta-feira treze.


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12/05/2016 - Acordar da ausência

Hoje eu fiz aquele frango que você gosta. Como sempre, fui fiel aos nossos temperos. Coloquei prato para você. Caprichei na louça. Botei flor. Perfumei a casa. Abri exceção para o refrigerante. Deixei Caetano na agulha. Roupa inédita de cama. Recuperei sua toalha de banho. Comprei um filme que nos imita. Vesti-me todo com o que você me deu e torci para me despir antes de perceber esse detalhe. Separei os poemas que escrevi para você nesse tempo; São folhas a perder de vista. Arrumei até uma maçã do amor para que o pecado da mordida fosse romântico. E, como sempre, como dia após dia desde que se foi, esperei, esperei, esperei acordar da tua ausência.


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11/05/2016 - Amor garimpeiro

Posso ter dúvidas de muitas coisas a respeito de minha vida menos do amor que sinto. Amar não é coisa de momento ou um capricho meu. É mais, maior, melhor. É um ato que traz um valor agregado que nem consigo dimensionar. É forte. É mágico. É bom, ótimo, maravilhoso... Amar é doação voluntária, consciente e verdadeira. Sou o que sinto. E sinto agora, o mesmo que senti ontem, ou há um mês ou em qualquer tempo – sinto amor, um amor diferente de tudo o que já senti em matéria de amor. Um amor que não pede nada, mas agradece por tudo. Amor que arranca toda e qualquer dor. Amor de coração escancarado. Amo de olhos vendados ou não. Amo tateando pela saudade do que foi, é e será. Amo sem pensar duas vezes. Amo como nunca pensei amar. Amo crescendo, rompendo, redimensionado o que sou. Amo elevado ao cubo. Amo como um garimpeiro que desce às profundezas para encontrar as estrelas. ...
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10/05/2016 - Borrifando teu perfume

Borrifo o teu perfume como que tentando trazer de volta o teu corpo-de-cheiro, flor e pimenta num mesmo tempero. Borrifo sua essência e posso, como que magicamente falando, sentir novamente a sua doce e marcante presença. E pela junção das gotículas do seu perfume, vejo sem susto o seu vulto, seus contornos e entornos, sua silhueta se formando e se perdendo na penumbra de nós dois, sem antes nem depois. E essa espécie de holograma floral, cítrico, sensual que é você, ou parte de você, vai pela minha cama. Ó dama de notas zodiacais, tanto tempo faz e seu perfume ainda atiça o meu ciúme. Por onde anda você? Quem agora é dono dos seus cheiros? Quem se aventura pelo seu frasco inteiro? Quem se inebria nos seus buquês, nos seus quês de poesia, nas suas loucuras, no seu ardume? Porque me deixaste conhecer o perfume da sua falta? Me mata de prazer, de querer, de sofrer na sua fragrância. Enquanto a distância me cega e a saudade me ensurdece, tirando-me equilíbrio e razão, vou, com toda ânsia de viver, de viver-te, borrifando o teu perfume pelos meus sóis e luas, pelos meus lençóis, pelo meu corpo só. Sábio ou não, vou pela fantasia e novamente meus lábios vão tatuando na sua pele macia e perfumada o quanto continua amada.


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