Daniel Campos

Ou exibir apenas títulos iniciados por:

A  B  C  D  E  F  G  H  I  J  K  L  M  N  O  P  Q  R  S  T  U  V  W  X  Y  Z  todos

Ordernar por: mais novos  

Encontrados 301 textos. Exibindo página 16 de 31.

Seria de São Jorge

Esquece o lá fora
Aonde a noite anoiteceu fria e pálida
Esquece seus medos, seus sonhos, seus segredos
Esquece o que chora
E o que já chorou
Lembre-se agora só que por trás de toda noite pálida
Há uma lua cálida
A provocar um novo amor
Amor que mingua, amor que cresce
Amor que enche e nunca envelhece
Tampouco, se esquece.

Sereia de São Jorge
Morde meus ouvidos
Rasga seus vestidos
Enluara os meus desejos...
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

Seria só mais uma manhã

Seria só mais uma manhã
De tantas manhãs que passam despercebidas
Manhãs de conversas fiadas
Manhãs de cadeiras às voltas com uma mesa
Quadrada
Manhãs de um sol
Apagado e sem graça.

Seria só mais uma manhã
Seria se não fosse ela
Que acontece sem ao menos avisar o horóscopo.
Ela
Sem conversas,
Fiadas ou não,
Senta-se numa daquelas cadeiras e sequer bendiz ou maldiz o sol
E um simples gesto de comer alguns biscoitos ...
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

Sete de copas

Sete caminhos
Sete escolhas
Sete luas
Que me levam
Que me levam
Que me levam daqui.

Talvez eu lhe encontre
E vá
Talvez eu fique
Nas procuras
Que me levam
Que me levam
Que me levam daqui.

Não sei os caminhos
Não sei o melhor labirinto
Para se perder de mim
Não sei os caracóis
Que me levam
Que me levam
Que me levam daqui.

Não sei as escolhas
Não sei caminhar...
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

Sete medos

Pena
Nessa perícia
Eu ter lhe encontrado
A sós
Um pouco acanhada
Mal acompanhada
Toda propícia
A me dizer
Agrados
E outros
Desagravos
Que há tempos
Andam guardados.

No teu ventre
O crescente
De sete segredos
De sete chaves
De sete claves
De sete medos
Fechados
Trancados
Amordaçados
De não.

Pena
Não ter outro poema
No bolso
No calabouço...
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

Sete risos

No dia
De um sorriso sem graça
Desconversa
E deixe perceber.

No dia
De um sorriso aos pedaços
Tenta
Sem afastar o silêncio.

No dia
De um sorriso cotidiano
Finja
E acabe triste.

No dia
De um sorriso repetido
Esqueça
Olhares passados.

No dia
De um sorriso distante
Busca-o
Em outras direções.

No dia
De um sorriso teatral
Interpreta
O que a faz fugir....
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

Seu nome

Colho
Seu nome
No jardim
Do medo...
Tolho
Seu nome
No fim
De um segredo...
Eu me sorvo
E lhe absorvo
Enquanto
Eu grito
E repito
Seu nome
Seu nome
Seu nome...
Não adianta
Fingir
Que não me escuta,
Não adianta
Pedir
Um copo de cicuta,
Não adianta...
Seu nome
Dorme em mim
Sem engano,
Seu nome
Some
No marfim
Do piano
Que canta...
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

Seus pés

Descalça,
Com os pés
Anoitecidos
Pisa pisos brancos
E puros
Com um vestido
Embebido
Pelo vento escuro...
Descalça,
Com os pés
Adormecidos
No labirinto
Das almofadas
De tecidos
De fadas
De absintos...
Descalça,
Sobre os sonhos
Que eu espalhei
Pelas trilhas
Pelas mobílias
Pelas milhas
Por onde passei...
Descalça,
Seus pés nas voltas
De um cachecol
Seus pés nas notas...
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

Sexo tinto

Olhos de vinhas.
Não vinhas vindas de o verbo vir ou de adivinhas.
Olhos de vinhas.
Não as parreiras tomadas por uvas
Mas o líquido daquelas uvas.
Olhos que ora são claros em seus enunciados bíblicos
Ora são turvos como se não quisessem se desvendar um milímetro sequer.
Olhos de uma safra que não existe fora dos catálogos,
Não que sejam olhos de vinagre, ácidos e plebeus
Mas como se nascidos em outra época
Quem sabe uma época estampada nos rótulos da saudade. ...
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

Sílabas de fogo

Mulher,
Aldeia de desejos
Capital das sílabas do fogo
Que compõe em versos
Tudo o que há
De existir
De sentir
De sonhar

Mulher,
Matriarca do mundo
Mistério
Das fecundações,
Há rios percorrendo sua pele
Há aves cobrindo seu corpo

Há pistilos polinizando
Seus olhos
E suas entranhas num perfume
Indiano
Indígena
Aborígine

Mulher,
Encanto...
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

Silêncio

Quem é a solidão
Senão tudo e todos
No silêncio de você.
Conversa consigo mesmo
Responde suas queixas
Inventa personagens
Que são cada vez mais parecidos com você.
A paisagem se resume a um espelho
Onde só há você
Você se encontra
Cumprimenta-se
E acha tudo normal
Brinda com alguém que é você
Dança pisando nos próprios pés
Briga se auto-desculpando
E só nota que está sozinho
Quando vê a mão vazia
Sente a boca fria...
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

Primeira   Anterior   14  15  16  17  18   Seguinte   Ultima