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Encontrados 301 textos. Exibindo página 12 de 31.
Sal saudade
A saudade é uma coisa estranha
Não se define, mas se sente
De forma indescritivelmente concreta
E há diversos tipos de saudade ou de sentir saudade
Há a saudade da perda, física ou de espaço
Quando se está longe de alguém
E até a saudade do que nunca se teve
Mas achou pensou sonhou que um dia o teve.
A saudade pode vir quando estamos sozinhos
Ou no meio de uma multidão
Quando desejamos
Ou quando sentimos medo
Pode até tentar fugir dela,...
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Salmoura
A vida deita seu corpo na terra fresca
Nos desertos do nada, ecoa gemidos
E deixa escorrer o suor
E grita a dor do prazer
E cerra os dentes nas contrações
E soluça desconsolada
E, envolta de solidão, chora.
No rosto de traços nervosos
Debruça-se a água de salmoura
O momento está para acontecer
Não há frascos de sol
Nem cálices de lua
Não se sabe se é claro
Ou as sombras saem dos cantos.
Tudo se envolve num tom avermelhado...
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Saltos cardíacos
Assumo
A sua ausência
Em meus dias
E sumo
Numa dormência
Que me alivia
E finge
E frigi
Suas insinuações
Nos porões
Da minha memória
E me faz sonhar
E me faz contar
Uma outra história
Que não fale de amor
E solidão
Que não fale de pavor
E perdão
Que não fale de espera
E da tapera
Onde mora
Um coração
Que chora
E quando quer
Salta
À boca...
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Samba
De verde e branco
A encontrei
Feito passista da Imperatriz
E lhe amei
Mas meu carnaval
Não foi feliz
Malandro esperei
O seu branco
Virar flor
Então de verde e rosa
A encontrei
Feito passista da Mangueira
E lhe amei
Nas cinzas de quarta-feira.
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Samba -enredo
O amor nasceu
O amor nasceu
De um sorriso
Em flor
E nem foi preciso
O esforço
De um encantador
Pra se encantar
Tão logo o sol amanheceu
Seu coração
Caiu nos braços do luar.
A lua, fêmea inquieta
No ardor de uma canção
Escorregou pelas estrelas
E beijou o sol
Que se tornou poeta
O mundo se estendeu
Na paixão do sol
Na ilusão da lua
E ninguém mais entendeu
Quando era noite
Quando era dia...
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Samba da mesa
O sol vestido de domingo
Nos convidou
Aceite quem do convite gostou
Na casa da dona oféllia
Vai ter um banquete
A gente não pode faltar
Na mesa o macarrão
Lagarto, frango e batata
Palavras em serentata
Do seu antonio a relembar, relembrar
Sem falar no arroz, virado e salada
E aquela risada
Não, não vai faltar
Vem voando creminho branco
E alguém querendo roubar
A gelatina colorida
Samba em despedida
Alegrando a vida, ah...
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Sangri-la
Pode ser o que será o amanhã em que amanhecerá
No céu que virá no virar do papel de sangri-la
A noiva do véu que casará com o menestrel sabiá
Que sorverá do último andar do arranha-céu do deus-dará
Pode ser que será o entardecer que entardecerá
Na floresta que virá no virar da festa do araçá
O sofrer que molesta a minha cabeça com esta manacá
Que florecerá na fresta do rei ingá
Pode ser que será o anoitecer que anoitecerá
No mar que vira no virar do cantar de irajá...
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Sangro
Antigamente era assim...
Uma ferida que ardia em meu corpo
Hoje, ardo na ferida
Não estanco
Sangro
Quando lembro
Uma blusa igual em outro busto
Uma história que gostava de ler
Um anel que fazia questão de mostrar
Um perfume bem guardado
Um jeito de cruzar as pernas
De mexer nos cabelos
De sorrir sem se deixar...
Qualquer coisa que a traga novamente
Nem que seja em outro plano
Faz a ferida se abrir...
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Santo graal
O corpo da mulher amada
Deve ser bebido com todo o rito
E todo o mistério que envolve
O santo graal
Que o corpo da mulher amada
Seja o cálice de românticos
E de amantes do amor demais
À beira da última ceia
Que apareça nas mãos de anjos
E nas mãos da própria solidão
E que seja cercado e açoitado
Por cavaleiros do tempo
Que seja feito de lendas
Ainda não decifradas
E, quiçá, comprovadas
Que ali, haja o encontro...
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Santos reis
Eu, cavaleiro de sonhos
Parto
Pela estrada branca
Com as bestas do medo
Mordendo minhas canelas
E os olhos lançados
Para depois do horizonte.
Parto
Em feitio de parto
Tardio
Seguindo os rastos
De uma estrela
Bíblica
Que corta os rios do céu
Com suas pontas
Esmeriladas
De diamante e mel.
Eu, plebeu de mim
Invoco os reis do mundo
Magos de santos reis
Baltazar...
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