Santos reis
Eu, cavaleiro de sonhos
Parto
Pela estrada branca
Com as bestas do medo
Mordendo minhas canelas
E os olhos lançados
Para depois do horizonte.
Parto
Em feitio de parto
Tardio
Seguindo os rastos
De uma estrela
Bíblica
Que corta os rios do céu
Com suas pontas
Esmeriladas
De diamante e mel.
Eu, plebeu de mim
Invoco os reis do mundo
Magos de santos reis
Baltazar
Melchior
Gaspar
E refaço seus passos
Milênios e milênios
No ar.
E me banho na mirra
Dos sacerdotes
E me queimo no incenso
Dos profetas
E me cego no ouro
Dos reis.
Rumo à estrela
Da manhã
Que nasce no evangelho
Da bem-aventurada
Mulher amada
Eu, pernoito em mim
Levando tantos sonhos
Humanos ou não
Em meus alforjes.
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