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Encontrados 20 textos. Exibindo página 2 de 2.
Janela de natal
Hoje, acordei risonho
Com vontade de fazer um sonho
Então sentinela, olhei à janela
Mas a vista não dava para o mar
E sim pro bêbado de papo pro ar.
Posta à mesa, uma fotografia
Que já me prendeu um dia
Que tão longe se vai,
Ah! Outrora tão bela
Podia chamar-me felicidade
Hoje sou e sou só saudade.
Da janela um barco a vela
Olho o riso das crianças
E garimpo uma esperança
Que não caia de quatro
À primeira paixão....
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Janelas d' minha alma
Hoje,
Cai em mim,
Foram longos minutos
Em queda livre.
Parecia não ter fundo.
Na queda, via e me via
Nas janelas d'minha alma.
Em cada janela,
Uma cena.
Em cada cena,
Um passado.
Em cada passado,
Um eu.
Um outro eu.
Eu era paisagem de mim.
Eu era o meu único destino.
E quando cheguei ao fundo
Estatelei-me no meu íntimo
E percebi que o meu mundo
Era mais fundo
Do que eu.
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Jardins de bougainvillea
Antes que o trem descarrile
Dos trilhos que trançam
E avançam em seus olhares
De maria-fumaça
É preciso que deixemos todos os lugares
Por onde a deusa-flor não passa
E desembarquemos nos confins
Dos jardins de bougainvillea.
Ah! Quero saber a primavera
Da mulher de quimera
Antes que o tempo me exile
E comece a era
Da mulher
Que se faz inverno e inferno
O quanto mais puder.
Ah! Antes que o dia afunile...
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Jesuítas
Ó coração desenhado na areia
De um mar que nunca existiu
Debate-se na cauda da sereia
Como jura de bem-me-quer.
Ó coração riscado na areia
Se infesta nas entranhas
Contidas nos sete véus
De uma lenda qualquer.
Ó coração tatuado na areia
Pulsa nas ondas de Netuno
Quebra-se contra os corais
E acaba no arpão de uma mulher.
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João da vida
Caminha, caminha João
De tantos joões pelo mundo
Que tem o mesmo destino
Ao final do mesmo caminho
Um aluno da vida, corcundo
De tanto olhar ao chão
caminha, caminha João.
Caminha, caminha João
Nas trincheiras da crise
Perambula às ruas
Nas súplicas suas
Tal qual a reprise
Da velha ilusão
caminha, caminha João.
Caminha, caminha João
Diplomado desempregado
Coroado de problemas
Pobre, nunca viveu um poema...
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Jogatina
Joga-se
Joga-se carteado
Joga-se lixo
Joga-se futebol
Joga-se peteca
Joga-se boliche
Joga-se fliperama
Joga-se no bicho
Joga-se na quermesse
Joga-se na roleta
Joga-se no vermelho 27
Joga-se palito
Joga-se na piscina
Joga-se num decote
Joga-se da janela
Quando se joga no amor.
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Jogo de esquecer
Esquece
Enquanto te lembro
De deixar de sofrer.
Esquece enquanto te deixo
Deixar-me esquecer.
Esquece o que somos
Se nós o fomos
Algum dia.
Esquece o que disse
Se é que escutou.
Esquece o que leu
Escreveu e gozou
Se é que sonhou.
Esquece
Enquanto morro
Nas lembranças
Que nunca quis morrer
Esquece
Enquanto escorro
Nas andanças
Que nunca quis correr....
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Judas Iscariotis
Quantos poemas
Já me deixaram,
Já me abandonaram
E foram viver lá com você...
Poemas
Que sumiram no ar
Poemas
Que estão em algum lugar
Perto,
Mais que perto,
De você...
Quantos poemas eu fiz
E refiz,
Quantos poemas eu li
E reli
Só para encontrar
O seu rosto
O seu gosto
O seu andar
Mais,
Só mais,
Mais uma vez...
Perdi a conta
De quantos poemas...
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Juramento
Eu me ofereço
Num sentimento
Desses sem preço
Eu me entrego
No contentamento
Em que me apego
A ti, meu amor, meu amor.
Em suas mãos
Eu me dou
Num brilhante solitário
Berçário
De dois corações
Que a vida juntou
Pra nada, nada, nada separar.
Ah! Minha amada
Eterna namorada
Jogue fora seus medos
Aceite-me em seus dedos
Deixe-me lhe acompanhar
Amanhecer
Entardecer
Anoitecer...
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Juras de amor fingido
Vou vivendo
As juras de um amor fingido
Que teima em sobreviver
Mesmo que escondido
E tendo de sofrer.
Amor que vai atordoado
E cansado
Pelas ruas negras
De sarjetas avessas
Onde surgem vultos
E a vida se perde em luto.
A dor é um arbusto
Que balança ao vento
Dos olhos ao relento
Seguido com brio
Junto ao rio
Que corre nos ouvidos
Na forma de gemidos
Que não sabem a origem
Desta vertigem...
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