Daniel Campos

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Encontrados 31 textos. Exibindo página 1 de 4.

17/09/2016 - Hoje é o melhor de mim

Que hoje eu receba tudo aquilo que eu mereça, nada mais nada menos, do que é do meu merecimento. Que os sonhos bons, assim como tudo o que valha a pena, tudo o que me acrescenta, tudo o que me insira, venham comigo. Que eu tenha força para no decorrer desse dia deixar pelo caminho o que me pesa, o que me faz sofrer, o que já não tem mais sentido. Que hoje seja o primeiro de muitos dias em que eu me coloque no papel principal da minha vida, de modo que eu me jogue sem medo no que me faz feliz. Que eu me permita ao amor, não só amar, mas ser amado sem pré-julgamentos. Que o que passou tenha passado realmente. Que o novo nasça, rompa, brote dentro e fora de mim. Que eu consiga ir adiante, pois é para isso que estou aqui: para ir em frente. Que eu aprenda com o que ensinei e tudo se transforme num grande e continuo aprendizado. Que o meu coração, mesmo marcado, remendado e colado, esteja sempre aberto, pronto para se apaixonar. Que eu siga superando e perdoando quaisquer dores, com a consciência de que elas vieram para me fazer melhor do que ontem. Que hoje tudo tenha mais tempero, mais cor, mais brilho, mais perfume simplesmente porque eu quero assim, e quando eu quero tudo é possível. Que hoje só haja tempo e espaço para o melhor de mim.


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11/06/2016 - Hortênsias rosas: um bom prenúncio

Depois das azuis, eis que também surpreendentemente chegaram as hortênsias rosas. Pena que chegaram de outras mãos que não das suas, mas ainda hei de viver para ver os tons de rosa da mulher e da flor se misturando. Embora elas não vieram por suas mãos, vieram de você. E pude sentir todo o amor que há impregnado naquelas folhas verdes, naquelas pétalas rosas. Eu e você, tão verdes quão rosas. Esses dias mesmo as flores azuis reapareceram trazendo você novamente no meu jardim. Agora, quando achei que tinha ido embora de vez, sem nem olhar para trás, as rosas chegaram para confirmar que você não me deixou, não me esqueceu, não me secou as esperanças de enraizar nossas vidas de forma sólida, duradoura e bela. Que no dia do nosso casamento o buquê seja de hortênsia, com flores azuis e rosas simbolizando o reencontro de dois tempos que nunca se separaram. Como cuido das hortênsias, prometo cuidar do nosso amor, de você, da nossa família. Regando todos os dias. Dando o calor necessário. Zelando pelo crescimento. Adubando com muita paixão. Deixando para trás as folhas secas. Podando os conflitos. Agradecendo por existir, por estar comigo. Fazendo-me merecedor de suas flores. Amor meu, depois das azuis e das rosas, aguardo ansiosamente pela hortênsia de carne e sonhos....
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23/04/2016 - Há uma voz que canta

Há uma voz que canta pelos confins do tempo me dizendo sins mesmo quando tudo se faz não. Há uma voz que é vela, janela e procissão me guiando e me iluminando quarteirão a quarteirão. Há uma voz falando fundo no profundo da minha incompreensão, querendo levar à tona o que está além, bem além da razão. Há uma voz ralhando comigo - não que eu seja seu inimigo ou seu amigo, mas é uma voz que me dá e me tira o abrigo. Há uma voz dizendo que todo pássaro precisa de um ninho, mas que pássaro algum pode deixar de voar na busca por não viver sozinho.


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13/03/2016 - Hoje é dia de domingo

Hoje é dia de pão fresco com manteiga de leite, daquelas bem amarelinhas e cremosas. Hoje é dia de galo cantar acompanhado do sino da igrejinha. Hoje é dia de gordura pingando na brasa. Hoje é dia de moda de viola, de bossa nova, de tamborim e pandeiro. Hoje é dia de comer pipoca no escurinho do cinema. Hoje é dia de jogar bola e de dar bola a alguém. Hoje é dia de praia, piscina, cachoeira, enfim, de se dar com a água. Hoje é dia de ir além do aquém. Hoje é dia de pedalar a bicicleta ou as pernas do seu amor. Hoje é dia daquela comidinha especial, com cheiro e tempero de fazer inveja a qualquer outro dia da semana. Hoje é dia de colo, de abraço, de corpo junto e misturado. Hoje é dia de deixar o relógio de lado e caminhar por um outro lado. Hoje é dia de se encontrar com árvores, com trilhas, com lagos, com feiras, com sabores, com perfumes, com crenças e outras bênçãos. Hoje é dia de vestir a roupa de domingo e sair por aí como que não querendo nada, mas sonhando com tudo, sem espada, nem escudo.


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04/10/2015 - Hoje já não se vê mais

Hoje já não se vê mais favo de mel sendo vendido no meio da rua. Hoje já não se vê mais noivas casando com buquês de flores do campo. Hoje já não se vê mais marimbondo vermelho tirando o sono das crianças. Hoje já não se vê mais fruta amadurecendo no pé. Hoje já não se vê mais movimento na banca de revista em dia de domingo. Hoje já não se vê mais sacristão tocando sino. Hoje já não se vê mais violeiro sentando na porteira. Hoje já não se vê mais dono de casa servindo café feito no fogão a lenha pra visita. Hoje já não se vê mais panela ariada. Hoje já não se vê bolo esfriando na janela. Hoje já não se vê mais a mesa cheia na hora do almoço. Hoje já não se vê mais previsão do tempo tirada na lua. Hoje já não se vê mais bola de meia. Hoje já não se vê mais flor de couve. Hoje já não se vê mais torresmo que estrala. Hoje já não se vê mais o circo chegando na cidade. Hoje já não se vê mais palhaço engraçado. Hoje já não se vê mais graça.


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27/07/2015 - Homens e mulheres caramujo

Não me diga que é hora de ir, de ir embora para casa. Nosso lar é aqui e em todo lugar que nos caiba. Somos homens e mulheres caramujo, levamos o que é nosso em nós. E, ao contrário do que possa parecer, estamos mais completos quando estamos nus. Nossa bagagem interior de memórias, amores e sonhos é o que nos faz sentir em casa seja onde for. Nossa paisagem não é espelho, mas o olhar pra dentro. Visto de qualquer jeito, o coração é só um músculo. E nós somos mais que corpos, tecidos e ossos. Nós somos o que não nos rodeia. Nós somos o que nos incendeia. Não se iluda, a aranha é a aranha e não a teia. Nossa casa é nosso compilado de erros e acertos, nossos nascimentos e renascimentos, nossos encontros e reencontros, o que fizemos e o que ainda queremos fazer. Não me diga que é hora de ir, de ir embora para casa, porque nosso lar somos nós. ...
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05/03/2015 - Horários

Às sete horas eu quero um beijo. Às vinte e uma horas eu corro para você onde quer que esteja. Às treze horas você me enche de apetite. Às vinte e duas horas eu preciso de colo. Às três horas sou apenas sonho, o seu sonho. Às vinte horas eu voo longe. Ao meio dia eu me esqueço de mim. Às quinze horas faço uma pausa de tudo e todos para o amor. Às dezoito horas o trânsito não flui em mim. Às vinte e três horas eu dou espaço aos sussurros. Às nove horas eu busco os suspiros da arte. Às dezesseis horas eu sou invadido por cheiro de bolo daqueles de avó. À meia noite eu viro lobo para correr suas campinas ou uivar em seus ouvidos, conforme preferir.


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08/02/2015 - Hibernação

Ai meu amor hiberna em meus braços em posição de compasso circulando todo o meu ser. Ai meu amor o tempo invernou, o frio por todo lado se instalou e é hora, mais do que hora, de você não ir embora de mim nunca mais. Ai meu amor não há coberta mais quente do que sua pele poente sem dizer da sua língua de palavras ferventes aos ouvidos meus. Ai meu amor não se pode mais ir lá fora, nem pássaro consegue voar, nem o sol consegue raiar, a chuva fria tomou conta do tempo que corria contra nós. Ai amor tudo o que quero são dois corpos em seus devidos postos como lençóis sobrepostos numa cama onde do atrito há de nascer infinita chama. Ai meu amor esquece o quanto nos faltamos e abraça-me, por favor, e não fala mais nada que não provoque ou invoque ou dê suporte ao calor que tanto precisamos. Ai meu amor queima os pesadelos, queima os dias de solidão, queima a saudade atravessada, queima o choro de ser tão só, queima os caminhos sozinhos, queima as partes de uma vida que não conseguiu ser inteira, para ver se desse fogo sobra, nasce, fica algo de nós. Ai meu amor queimemos feito fênix pelos céus pelas cinzas pelas verdades rabiscadas nas nossas quatro paredes. Ai meu amor internemo-nos urgentemente ao fundo mais fundo da nossa caverna entrelaçando nossas pernas como ursos hibernados, sem futuro sem passado, com corações aos soluços ao pulso de chorar e de esperar por um novo tempo ao acordar.


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22/01/2015 - História dividida

Chora, chora por tudo o que valeu à pena. Chora, chora por ser assim, carne de poema. Chora, chora por amar demais. Chora, chora pelo aparecimento de um “mas”. Chora, chora pelos erros que não teve como consertar. Chora, chora pelos obstáculos que não teve forças para superar. Chora, chora por ter se dedicado mais e mais não sendo o suficiente. Chora, chora sua face mais ausente. Chora, chora a metade que se perdeu. Chora, chora por tudo que feneceu. Chora, chora pelas horas mais lindas das nossas vidas. Chora, chora pela criação da despedida. Chora, chora pela filha que não teve tempo de nascer. Chora, chora porque amor grande, amor poeta, tem que sofrer. Chora, chora o vazio que passa por nós na violência de um rio. Chora, chora o frio da falta do corpo alheio. Chora, chora me lembrando em seu seio. Chora, chora pelos cacos que ficaram. Chora, chora pelas bênçãos que nos devotaram. Chora, chora todo carinho derramado. Chora, chora e declara luto ao passado. Chora, chora não querendo ser mais de ninguém. Chora, chora sem saber se ainda é alguém. Chora, chora essa história dividida. Chora, chora sem querer saber de sono ou de comida. Chora, chora pelo fim do encanto. Chora, chora nas barras de qualquer manto. Chora, chora queimando como vela. Chora, chora sem coragem de olhar se há futuro pela janela. Chora, chora o apocalipse de um tempo. Chora, chora pelo eclipse que houve em nosso sentimento. Chora, chora a saudade de um perfume. Chora, chora sem entender o próprio ciúme. Chora, chora sobre fotografias. Chora, chora pelas rasgadas fantasias. Chora, chora por tudo o que fez sem ou por querer. Chora, chora porque ainda há de muito doer. Chora, chora pelos tempos que não voltam. Chora, chora pelos arrependimentos que não soltam. Chora, chora pela falta de estrada para continuar. Chora, chora porque o amor mais dia menos dia tem que chorar. Chora, chora ainda sentindo seu corpo no amado e desejado corpo. Chora, chora em meio ao torpor. Chora, chora sem guardar rancor de si ou de quem quer que seja. Chora, chora por mais que não mais se veja. Chora pelo destino interrompido. Chora um choro que ora é grito ora é silêncio ora é gemido. Chora, chora em soluços até ficar sem ar. Chora, chora como se a alma, a própria alma, fosse derramar. Chora, chora pelo que se quebrou, pelo que secou, pelo que ficou, pelo que o tempo carregou, pelo que um erro que custou. Chora, chora pelo conto de fadas que escapou das suas mãos. Chora, chora por perdão. Chora, chora tentando se perdoar. Chora, chora porque o mundo não pode parar. Chora, chora esperando quem não vai voltar. Chora, chora tentando entender o que não entendimento. Chora, chora pelo labirinto do tormento. Chora, chora sangue, suor e coração. Chora, chora diante desse muro gigante e alucinante chamado não. Chora, chora de dentro pra fora, de fora pra dentro, dos lados, de cima abaixo, de baixo pra cima. Chora, chora a mudança do clima. Chora, chora pelo que ficou para sempre preso no futuro. Chora, chora o não haver mais um lugar seguro. Chora, chora e pensa e faz e repensa uma besteira. Chora, chora a impossibilidade de uma história inteira. Chora, chora nas garras e nos dentes da solidão. Chora, chora num choro-canção fazendo da dor o seu refrão. Chora, chora de se jogar ao deleite. Chora, chora pelo derramado leite. Chora, chora por descobrir um ponto final no infinito. Chora, chora um choro contrito. Chora, chora fazendo do que não foi o seu muro de lamentação. Chora, chora pelo nascimento da morte no leito da divisão. ...
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28/01/2014 - Hora de sonhar

Apague a luz. É hora de ninar. Seu lobo não vem, é tempo de sossegar. Feche os olhos sem medo. Aquiete o coração. Deixe o sono chegar. Jogue-se nos braços da fantasia que lhe espera para brincar. Liberte-se de tudo o que lhe pesa. Esqueça-se de toda e qualquer dor. Agora, é só você e o sonho. Deixa que ele a leve por onde for.

Se precisar, cante baixinho ou se conte uma historinha. Sim, aquele conto de fadas que você gosta de viver. Puxe a coberta e seu bichinho... Respire devagar. Deixe o sono tomar de conta. As fadas e os elfos esperam por você do lado de lá. Sua pureza vai lhe levar para este mundo de delicadeza. O sonho está aí, veio lhe buscar. ...
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