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Encontrados 207 textos. Exibindo página 8 de 21.
03/07/2012 -
Depois de tantos e tantas...
Depois de tantas histórias, a morte ou a glória. Depois de tantas idas, a vinda. Depois de tantos apertos, os acertos. Depois de tantas paixões e brevidades, um amor que não finda. Depois de tantas aventuras, a última loucura. Depois de tantos começos e recomeços, o fim. Depois de tantas mordidas, a fruta proibida. Depois de tantos pecados, anjos alados. Depois de tantos rezas, o mundo já não me pesa tanto.
Depois de tantos apitos, o trem. Depois de tantas duras, a ternura. Depois de tantos dramas, a cama. Depois de tantos limites, o além. Depois de tantos porques, as juras, o buque, a noiva. Depois de tantas repetições, o inédito. Depois de tantos delírios, os lírios. Depois de tantas divisões, as multiplicações. depois de tanto trigo, o pão. Depois de tantos boatos, o fato. Depois de tantas indefinições, o sim ou o não. ...
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Depois do apocalipse
Leões e lobos passeariam pelas principais avenidas da cidade como cidadãos comuns. Árvores romperiam à cerâmica e cresceriam dentro de nossas casas e ganhariam os ninhos das aves mais inusitadas. Sapos e jacarés infestariam as lagoas dos parques municipais. Monumentos, como o Cristo Redentor, seriam cobertos por alguma vegetação mais forte ou se esfarelariam como biscoitos nas mãos de uma criança. Os rostos dos presidentes dos Estados Unidos esculpidas em Rushmore seriam apagados. Caros leitores, não se assustem, afinal essas cenas não são do apocalipse. Elas são de depois do apocalipse....
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07/10/2012 -
Depois do voto...
Depois do voto, ele lhe dá de ombros, ela lhe vira a cara. Depois do voto, eles vão à farra. Depois do voto, ela lhe esquece, ele lhe empobrece. Depois do voto, ela diz não, ele não se lembra de promessa. Depois do voto o poder sobe à cabeça das autoridades. Depois do voto há duas cidades, a deles e a sua. Depois do voto, as máscaras caem e a face fica nua. Depois do voto, a mentira fica mais forte. Depois do voto, de nada vale reclamar da sorte.
Depois do voto, ele lhe cospe, ela não se preocupa com sua tosse. Depois do voto, eles são farinha do mesmo saco. Depois do voto, o que reluzia ouro brilha opaco. Depois do voto, ela lhe engana, ele não lhe chama. Depois do voto, ela não caminha na rua, ele lhe mostra a realidade mais crua. Depois do voto, ela não entra na sua casa, ele só se atrasa. Depois do voto, ele não come mais do seu feijão, e ela tem horror ao perfume do povão. ...
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02/06/2014 -
Depois que você nasceu
Depois que você nasceu, as bonecas nunca mais foram as mesmas. Depois que você nasceu, voltamos ao tempo das princesas. Depois que você nasceu, já acreditam em fadas. Depois que você nasceu, o amor tornou-se mais e mais amor. Depois que você nasceu, a beleza ganhou nome. Depois que você nasceu, anjas passaram a ter sexo em todos os sentidos. Depois que você nasceu, todos os barcos desejaram ancorar em seus cais. Depois que você nasceu, as mais famosas constelações brigaram por seu brilho. Depois que você nasceu, a delicadeza venceu. Depois que você nasceu, buscaram todas as formas de mimá-la. Depois que você nasceu, o ciúme enlouqueceu. Depois que você nasceu, o mito de que ninguém é perfeito foi derrubado. Depois que você nasceu, os cupidos lhe disputaram. Depois que você nasceu, quantos sonhos nasceram por você. Depois que você nasceu, meus poemas nunca mais foram os mesmos.
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16/04/2013 -
Depressivamente assim
Sem mais querer, desqueria-se. Entregava os pontos. Jogava a toalha. Rendia-se por completo. Desistia de projetos, de planos, de destinos. Dava sonhos por perdidos. Abortava todo e qualquer tipo de esperança. Cansada de procurar pela luz no fim do túnel, entregava-se à escuridão. Queria dormir, mas tinha medo de acordar. Eram tantos pesadelos reais. Pesadelos com cara, nome e endereço fixo. Pesadelos que lhe agarram pelos cabelos, pés e pontos fracos.
Já não conseguia mais esconder as lágrimas. Aliás, revirava-se em lágrimas independentemente de hora e local. Sentia-se um lixo não reciclável. Já não se importava em expor caras feias, amarradas, desarrumadas. Não queria disfarçar, fingir, iludir a si mesma ou outro alguém. Aliás, já não agüentava mais ser o que não era. Tomava remédios e drinques com a mesma necessidade. Dentro dela um enorme mar de saudade, com direito a ressaca. ...
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03/03/2016 -
Des(embaraços)
Pendura a sua sanidade na minha loucura. Borda com ponto em cruz nas nossas linhas amarrando a saudade. Cura meus traumas e acalma as minhas paixões de rinha. Espora as minhas solidões e ora aos meus senões. Toca a minha intimidade, provoca o meu instinto. Fala ao que eu sinto. Migalhe pão pelo meu labirinto. Acredite no que eu minto. Grite de sentimento, colocando as palavras ao vento. Encontro de almas, de braços, de passos. Que venha o tempo e os seus (des)embaraços.
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05/04/2015 -
Desarranjo
Tem dia em que tudo aparentemente está no lugar de sempre, mas a sensação é de completo desarranjo, como se os demônios estivessem no corpo dos anjos. Uma estranheza nasce em cada canto, mesmo onde a beleza parecer reinar absoluta. O desencanto do desespero de ver tudo ali e ao mesmo tempo não ver nada do que queria ver. Você coloca um bolero de Ravel e o rádio toca tango de Gardel. Você fala, fala, fala, e até grita, mas nem você se escuta. Uma coisa maluca vai embaralhando seu rumo, deixando tudo e todos fora do prumo, quando na verdade é você que perdeu o equilíbrio caindo da corda do destino, rompendo a fronteira entre o real e o surreal, tendo um pé em cada mundo, enxergando o chão, mas tendo a certeza de que nada ao seu redor tem fundo. Você está rodeado e tão só porque tudo o que o rodeia já virou pó. O passado dá um nó e o futuro é o futuro e só, ainda não chegou e talvez nem chegará até você. Por quê? Porque o futuro é o futuro e só. Nada além de uma projeção, de um sonho, de uma ilusão como tudo o que o rodeia é fantasia, pois já aconteceu um dia e não mais acontecerá. Será que a teia existe ou é projetada pela aranha para que ela possa flutuar sem causar assombro? Será que tudo o que juntou lhe conforta, ou na verdade não mais importa, é só escombro? Não dê de ombros pra saudade, pois você nada mais é do que saudade. A realidade, na verdade, é antirealidade, você luta a todo instante para existir, como muito ao seu lado já não existe mais e você finge que está tudo certo, tudo em paz. Você luta de forma alucinante para não sumir, como já sumiram tantos, mas se convence de que isso não lhe causa espanto e se põe a seguir de encanto em encanto, com o coração vendado e de mãos dadas com o futuro-do-passado.
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17/02/2016 -
Desavisada
Olha meu bem o que você está fazendo; Eu já vou quase morrendo de tantas incertezas. Com um pé na lua e outro na soleira da sua janela, vou buscando respostas. Será que gosta de mim a ponto de subverter a ordem do princípio, meio e fim. Será que vai contra a natureza e as naturezas de cada um de nós para ir afrouxando os nós para nos ter mais pertos um do outro. Será que é capaz de amar entendendo que o amor junto é o amor solto. Será que as suas comédias vão rir das minhas tragédias? E onde estaremos nós quando a realidade nos descobrir, levando os nossos lençóis. Quantos degraus você é capaz de subir para chegar ao limite de um sentimento que já arranha o céu? Quanto é capaz de ir além, meu bem, por algo que não controla? Reveja o seu papel na minha vida, pois não quero amor como esmola. Dou bola para a despedida que aconteceu antes da chegada enquanto você olha tudo e não vê nada, como se a trajetória do mundo tivesse parada.
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16/03/2012 -
Desburocratize-se
Descomplique o que não tem solução. Diariamente transforme pelo menos um de seus tantos não em sim. Desamarre a cara. Fale de felicidade como se ela – a felicidade – estivesse em suas mãos. Não perca tempo, tampouco se perca dele. Pelo contrário, encontre-se no tempo. Nem fale demais nem escute de menos. Respeite, na medida do possível, as medidas, as divididas, as partidas. Nem aceite tudo nem rejeito o mundo. Mergulhe fundo na alma humana e desdobre cada segundo.
Se for para sofrer que sofra com arte. Reinvente receitas de viver e de morrer. Deguste dose a dose de seu dia em diferentes cidades. Lembre-se: nem todo vinho é fácil. Transforme o ato de sorrir, mas sorrir com gosto, num fenômeno natural. Quebre as pedras de sal até encontrar um quê de açúcar. Convide seus dramas para uma dança. Absorva o mínimo necessário para viver. Quanto mais peso menos frequentes e mais baixos seus voos. Chacoalhe o silêncio até ele virar música; a sua música.
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21/04/2013 -
Descarte
Descarte o que lhe tira o sono e os sonhos. Descarte o excesso que lhe pesa os passos e os voos. Descarte os romances que não tiveram finais felizes. Descarte as lutas que fracassaram. Descarte a dor dos seus eus mortos e feridos. Descarte as perguntas sem resposta. Descarte o que se acumula como lixo em suas memórias. Descarte os pensamentos tóxicos. Descarte as tentativas que não tiveram êxito. Descarte as rezas que não foram ouvidas. Descarte o que já não é mais parte do seu mundo.
Descarte as palavras que não lhe fazem mais sentido. Descarte os medos infantis, os traumas adolescentes. Descarte o que já deixou de ser moda. Descarte manias sem fundamento. Descarte o que lhe faz mal. Descarte os rostos não quistos. Descarte episódios que lhe fazem chorar. Descarte o que lhe tira o equilíbrio. Descarte o que lhe declara guerra. Descarte o que não lhe valeu de nada. Descarte voltas e mais voltas de rotina. Descarte as promessas que se perderam pelos caminhos do mundo.
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