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Encontrados 207 textos. Exibindo página 5 de 21.
09/07/2012 -
De que será?
Será de aço ou de crepom, de pedra ou de lenha, de pétala ou de gaivota, de verdade ou de mentira o olhar de quem ama? Será de coragem ou de medo, de semente ou de fruto, de aventura ou de suspense, de bolero ou de blues a boca de quem ama? Será de cortar ou de amarrar, será de doer ou de prazer, será de esquecer ou de lembrar, será de bendizer ou de amaldiçoar a saudade de quem ama?
Será de chão ou de céu, de luz ou de escuridão, de lógica ou de irrealidade, de regras ou de crenças o sentimento de quem ama? Será de lua ou de vidro, será de chama ou de cama, será de tempo ou de espaço, será de nuvem ou de calda de caramelo, morango ou chocolate o corpo de quem ama? ...
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09/02/2014 -
De sonhar
Sonha com nossa tarde risonha. Sonha dizendo que me ama. Sonha me pondo na cama. Sonha com tudo o que é nosso. Sonha com o que eu não posso. Sonha com um jeito novo de gostar, de adorar, de amar... Sonha para no mundo dos sonhos eu lhe achar. Sonha com uma vida nada tristonha. Sonha e no meu lugar se ponha. Sonha em segredo à fronha. Sonha sem se preocupar em entender. Sonha sem parar de querer. De querer sonhar, sonhar, sonhar...
Sonha pelo alto, pelo chão. Sonha sem tempo de ser não. Sonha para calar toda e qualquer solidão. Sonha de porta aberta. Sonha e me acerta. Sonha e com olhares aos seus, flerta. Sonha com beijos atemporais, sem iguais, de sempre mais... Sonha colorido ou preto e branco, mas sonha, sonha tanto. Sonha de cupido, de libido, do que foi ou não vivido. Sonha de pular, de suar, de gritar, de flutuar... Sonha de pedir. De pedir para contigo sonhar, sonhar, sonhar...
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08/08/2016 -
De sonho e de fé
De sonho e de fé, tento me manter de pé. De sonho e de fé, eu vou até onde o amor quiser. De sonho e de fé, tenho em você a certeza de vida em forma de mulher. De sonho e de fé, amando além de onde der. De sonho e de fé, vou de cafuné em cafuné. De sonho e de fé, cavalgando em frente de Pégaso ou de pangaré. De sonho e de fé, amando como Maria e José. De sonho e de fé, quebrando mau-olhado com figa e guiné. De sonho e de fé, com boca de sacolé e olhos de igarapé. De sonho e de fé, que venha o que vier porque por esse amor vou além do que puder.
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19/11/2010 -
De tantas marias
Maria de tantas marias de tantas magias de tantas sangrias. Maria da poesia dolorosa, chorosa aos pés da cruz. Maria, manjedoura da luz vindoura. Maria de tantas passagens, de tantas nomenclaturas, de tantas paisagens, de tantas alturas. Maria assunta ao céu, Maria pés descalços e véu, Maria imaculada conceição, Maria sublime perdão. Maria da virgindade perpétua, Maria da santidade absoluta, Maria da maternidade incorrupta. Maria flor, sonho e fervor. Maria: um pedaço de carne, um todo de amor.
...
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10/04/2011 -
De tanto olhar...
Eu lhe olho distraída, parada e pensando na vida tão quieta e doída como uma ave ferida no seu direito de voar. Eu lhe olho concentrada, analisando por onde tem ido sua estrada e lhe sinto atormentada. Você sempre calada, de portas fechadas e almas guardadas a sete chaves, com setecentos segredos. Eu olho medos obtusos exalando de seu colo e de lhe olhar, feito um intruso, sorrio e choro. Quero ajudar, mas sem saber por onde começar, eu nada faço senão lhe olhar, lhe olhar, lhe olhar...
E lhe olhando me embriago como se passasse a noite num bar. E lhe olhando lhe afago como se tivesse em meus braços. E é lhe olhando que me pego dançando num salão, pareando meus passos em seus passos. Com meus olhos eu lhe cubro e lhe dispo, eu lhe alço e lhe derrubo, lhe pesco e lhe flerto. De olhar em olhar vou lhe esculpindo em minha mente, vou lhe tendo às vezes inocente, às vezes indecente, vou lhe roubando os pedaços e juntando aos meus os seus traços... ...
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26/01/2014 -
De trem
Vamos de trem meu bem até o mês que vem. Vamos pelos trilhos, pelos estribilhos, pelos espartilhos. Vamos de trem para além da imaginação. Vamos de trem sem porém. Vamos de trem para onde o destino nos levar. Vamos de estação em estação, apitando pelo inverno, outono, verão. Vamos ao balanço do trem nesse vai e vem. Vamos de vagão em vagão dando vazão aos nossos sonhos. Vamos como maquinistas e passageiros vivendo esse trem por inteiro. Vamos de trem como nos convém. Vamos pela paisagem, pela miragem, pela aragem, pela engrenagem. Vamos embarcar mesmo que sem nenhum vintém. Vamos, vamos nesse trem nos fazendo bem.
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27/07/2014 -
De você em mim
Embola em mim. Embrenha em mim. Entranha em mim. Suba e desça em mim. Vá e venha em mim. Chega e chega mais em mim. Cola em mim. Salta em mim. Abusa em mim. Beba em mim. Fica em mim. Intrometa-se em mim. Contorça-se em mim. Provoca-se em mim. Tatua-se em mim. Contamina-me de você. Inunda-me de você. Enlouqueça-me de você. Perfuma-me de você. Atenta-me de você. Infesta-me de você. Vicia-me de você.
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03/11/2014 -
De volta
De volta depois de um período afastado de mim. Após o reencontro com minha essência, estou de volta para as letras. Minhas mãos já estavam saudosas da tinta fresca. A relação entre escritor e tinta é a mesma de criança e melaço. Os abusos e o modo de se alimentar, inclusive com direito à lambuzações, está perdoado. Como de sempre, a imaginação voa alto, longe, na altura do inacreditável. Desafinado, meu único piano possível acabou sendo o teclado de um computador. E é nessas teclas que bato meu sentimento como que marcando almas, como que tatuando corações, como que acionando flechas cupidinianas. Como podem observar, estou de volta e para ficar.
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25/01/2014 -
De volta a Daniel
Toda vez que piso naquele chão vermelho eu me reencontro com o melhor de mim. O Daniel dos sonhos, das esperanças, das fantasias. Um Daniel puro, que dói de tamanha intensidade. Sim, há o real redimensionamento do que existe. Ali, naquele mundo de faz-de-conta, eu nasço forte como semente rompendo o torrão de terra. E então os meus olhos ficam ainda mais verdes ou num tom de verde que poucos conhecem. Um verde que chora minando minha alma. É um Daniel que pisa firme, que fala forte, que bota o dedo na cara do destino e, ao mesmo tempo, um Daniel que compreende o tempo, tanto o deus tempo como o tempo de tudo e de todos. Um Daniel que anda por aquelas terras semeando linhas e versos que servirão de alimento aos pássaros ou ao infinito. Um Daniel poeta de corpo inteiro, que não tem vergonha de ser um coração sangrando. Um Daniel que se renova com aquelas lambadas de vento no rosto. Um Daniel que come daquela terra para ganhar o conhecimento ancestral. Um Daniel que se ajoelha em respeito a tudo o que o rodeia e que flutua a pés e mais pés do chão movido pelo mistério. Um Daniel que pinga poesia. Um Daniel que muda o passo levando a boca manchada de saudade. Um Daniel que pede conselhos a um velho abacateiro. Um Daniel bem-te-vi que canta seu querer bem. Um Daniel que não tem medo de pisar em espinho, de abrir porteira, de morte à espreita. Aliás, ali, naquele mundo, não há espaço para medo. Embora o reino está sem rei, há a nítida presença de uma força sobrehumana. Conheço cada um daqueles bichos, daqueles frutos, daquelas trilhas. Ali, o mato que há em mim cresce, verdeja, dá sementeira num ritmo alucinante. E depois de soluçar e gritar ou de suspirar e aquietar tudo fica lúcido. Os pés tingidos do vermelho da terra e a alma pintada do sangue guerreiro que emerge daquelas terras feitas do amor maior trazem à tona a certeza do que eu fui, do que eu sou e do que eu quero ser: poesia.
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20/01/2015 -
De volta pro corpo
Com frio, mas muito frio a ponto de tremer, encolhi-me num canto debaixo de uma espécie de cobertura acinzentada esperando por ajuda. Não me lembrava da razão daquele frio, daquele cansaço, daquela falta de equilíbrio. Eu não estava bem, ficando à mercê de calafrios e enorme dificuldade de parar em pé. Parecia ter febre. A dor podia se assemelhar, mas era diferente do que qualquer dor física. Cheguei até aquele local de atendimento e esperei quieto a minha vez, pois havia muitos antes de mim. Quando uma moça de cabelos castanhos escuros ondulados com rosto de menina foi falar com a velha senhora eu me aproximei um pouco mais, pois em seguida seria a minha vez. A moça desandou a falar, a falar, a falar buscando conforto naquela consulta que parecia não ter mais fim. Tinha muito a contar enquanto a velha senhora só ouvia. Com aquele frio profundo, procurei pelo sol, indo para o campo esquerdo de onde se dava aquele atendimento. Foi então que a senhora me olhou e pediu para eu não ir embora. Disse então que queria apenas um pouco de sol e ela me pediu para sentar na ponta de um imenso banco de concreto, sem encosto, onde um pouco mais a direita ela conversava com aquela moça. Eu me sentei bem na ponta. Imediatamente à frente de onde estava havia um espaço vazio e mais à direita a cobertura onde esperavam a sua hora. Nas costas daquele banco, um buraco que eu não conseguia ver o fundo. Fiquei ali me alimentando daquela luz bendita que era diferente de qualquer sol já provado. Os raios solares eram mais amenos. Não demorou muito para que a menina se despedisse e tomasse seu caminho, embora não conseguisse ver o rumo tomado por aquelas pessoas pós-atendimento. Era como se desaparecessem. Foi então que chegou a minha hora. Eu me levantei, ainda bastante fraco, como que ferido pelas sombras, e fui ter com aquela senhora. Em sua frente, baixei a cabeça com as duas mãos unidas em meu peito, em sinal de reverência. Ela sorriu e tudo se fez luz. Ela vestia rosa, uma espécie de túnica rosa viva, tinha cabelos longos e negros, um rosto de várias idades. Ao seu lado direito, sobre o banco, duas muletas. Ela se revelou aos meus olhos como uma figura frágil, mas de tamanha força e vitalidade. Com palavras simples falou que faria uma coisa que ia me melhorar, como melhorou aquela outra moça que chegara primeiro. Colocou uma mão nas minhas costas e fui meio que sugado para trás. Ela me amparou com a outra mão também e a impressão era de que os dois cairiam de costas naquela espécie de precipício. Era como se ela tirasse algo de mim. Senti uma energia surpreendente e ao mesmo tempo em que me senti puxado me peguei adentrando numa mistura de tempo e espaço. Apaguei e acordei suado em minha cama ainda com a lembrança nítida daquela senhora que havia me feito voltar até meu corpo após restabelecer minhas forças.
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